Somos sedentos de boas notícias. Quando algum familiar ou pessoa amiga adoece e é internada em um hospital, permanecemos em alerta, aguardando notícias. Quanto mais notícias boas, mais esperança de melhoras e de retorno para o seio da família. É sabido que ninguém gosta de más notícias nem de notícias preocupantes. O melhor seria não necessitar delas e todos estarem saudáveis.
Mas a realidade nem sempre é essa. Temos de conviver com boas e más notícias, com situações saudáveis e situações não saudáveis. E isso em todos os setores de convivência e de participação. O bom seria não ter preocupações e também não causar preocupações. Contudo, precisaremos convir que somos seres humanos limitados em nossas capacidades. Somos portadores de limitações em nossa mente e de fraquezas em nossa personalidade.
Ninguém é perfeito. Só Deus. E ele, conhecendo as capacidades de cada um e de cada uma, manifesta sua confiança enviando-nos como mensageiros de sua palavra e de suas obras. Envia por acreditar na capacidade. Envia por saber que, por mais pobre que seja, possui um coração rico de amor. Envia por amar e confiar. Envia por saber da possibilidade em servir.
Perante essa confiança, é bom tomar consciência de que cada qual é uma notícia de Deus. Resta saber se é boa ou má notícia, se é notícia de um Deus bom ou de um Deus justiceiro, se é notícia de um Deus que perdoa ou de um Deus vingador, se é notícia de um Deus que salva ou de um Deus que condena. Tudo depende da imagem que cada qual faz de Deus.
Somos anunciadores de Deus. Somos propagadores das maravilhas de Deus. Somos portadores da misericórdia e do amor de Deus. Somos os responsáveis em consolidar o projeto de Deus que nos quer participantes felizes e eficientes do seu reino.
E, para que esse reino se consolide, precisaremos lutar contra tudo aquilo que escraviza o ser humano e o impede de ser feliz. Ainda sofremos o terrível flagelo da guerra, da fome, do desemprego, da violência e do terror. Ainda constatamos forças ocultas querendo destruir a família, semeando o divórcio e o aborto como algo normal e necessário. Sabemos que são armas terrivelmente mortíferas contra o verdadeiro e sagrado sentido do amor cristão.
Como membros conscientes dessa humanidade, temos a obrigação de denunciar tudo quanto seja contrário à dignidade e à espiritualidade, tudo quanto esteja iludindo e enganando nossos jovens, seja pelas drogas ou seja pelo ateísmo, seja pelo materialismo ou seja pelo hedonismo. São posicionamentos aparentemente confortáveis, mas escondem a intenção de eliminar a figura de Deus e colocar seus princípios filosóficos e ideológicos como naturais.
Como participantes da parcela consciente da humanidade temos o compromisso sagrado de alertar a todos quanto a responsabilidade de sermos presença de boas notícias. Será nossa a responsabilidade de garantir a continuidade de um ambiente familiar alimentado pelo amor e fortalecido na fidelidade.
Será também a de assegurar uma visão bonita de Deus como amigo e como companheiro, como bom e como misericordioso.