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Venildo Trevisan: "Atitudes"

Frei

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Somos permanentemente questionados pelas mais variadas opções. Tanto para o bem quanto para o mal, é possível posicionar-se assumindo ou desistindo. Não é mera escolha, mas uma opção de comportamento e de atitude. Pois toda a opção leva a uma atitude e a um comportamento. Indiferença não será a melhor escolha.

Como as alternativas são múltiplas, os resultados também serão diversos e, às vezes, divergentes, por não oferecerem as desejadas escolhas. E a escolha levará ao compromisso. E o compromisso definirá o posicionamento em face da realidade.

Essa realidade causará respostas variadas. É certo que haverá necessidade de reservar tempo para a reflexão e para o descanso. O excesso de atividades e de compromissos causa inúmeros desgastes. E será preciso recompor as energias. Caso contrário, as consequências serão desastrosas.

Sabemos existir muito desleixo e muito abandono com respeito a certa camada da sociedade. Serão necessárias cautela e prudência ao querer solucionar algumas situações. Será preciso zelar pelo bem-estar dos outros, mas não poderemos esquecer de nós. Será preciso tomar atitudes humanas diante de seres humanos. E será preciso também tomar atitudes cristãs diante desses seres que também são filhos de Deus, mesmo que não tenham consciência disso.

Como consequência, vemos tanta frieza e tanta indiferença perante essa camada social marginalizada e oprimida. O próprio Mestre dos mestres observou isso em suas caminhadas de evangelização. Viu a angústia causada pelo sofrimento. E viu a esperança estampada no olhar. Queixou-se  e compadeceu-se por ver o rebanho abandonado e sem pastor (Mc.6,34).

Essa atitude do Mestre tocou fundo o coração de seus seguidores e despertou a solidariedade e a compaixão de todos. Esqueceram-se do cansaço e colocaram-se à disposição, acolhendo aqueles peregrinos, curando suas feridas e saciando sua fome.

Ainda existem muitas ovelhas abandonadas, doentes e famintas. Ainda existem muitas ovelhas desprezadas por serem portadoras de necessidades especiais. Ainda existem muitas mães sofrendo o abandono de seus companheiros e suportando sozinhas a responsabilidade familiar. Ainda existem muitos carregando a pesada cruz do desemprego e não tendo o que dar à família.

Ainda existe quem continue frio e indiferente a tanto sofrimento. Ainda existe quem prefira residir em condomínios fechados ou em residências bem protegidas, para não ter de ser importunado por moradores de rua e outros seres humanos desumanizados pela ganância de uns poucos privilegiados de nossa sociedade.

Ainda existem, graças a Deus, corações bons e almas generosas, cujas atitudes são de amor e de acolhida, de solidariedade e de partilha. Ainda existem atitudes muito humanas e muito divinas em favor de irmãos necessitados de pão e de paz. Ainda existem pessoas felizes doando tempo e carinho para tantas almas sofridas.

Ainda existem pessoas de coração aberto para acolher e de mãos estendidas para servir alegria e esperança de viver uma vida saudável e digna de todos os filhos e filhas de Deus.