Artigos e Opinião

ARTIGO

Sônia Puxian: "Se estivesse preparando um sanduíche"

Jornalista

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Tudo na vida tem início, meio e fim! Muitas vezes, as pessoas começam pelo fim e percebem que nada deu certo. Outras vezes, começam pelo começo, mas nada se concretiza porque foi mal planejado e no meio do caminho as coisas desandam. O que pensar?

Na verdade, as tomadas de decisão devem seguir um cronograma detalhado, em que tudo deve ser avaliado primeiramente no pensamento, depois na vida real. Em segundo lugar, devem-se levar em conta as possibilidades de tal projeto dar certo ou não. Em terceiro lugar, partir para ação e dar início à realização do que foi planejado.

Somente por meio da realização de algo que foi pensado e planejado é possível obter os resultados, portanto não adianta ficar só sonhando ou planejando. Se der certo, siga em frente, se não der, valeu a experiência para não repetir. De qualquer forma é um resultado.

Veja o que diz David Niven no livro “100 Segredos das Pessoas de Sucesso”: “Existem planejadores e executores, pessoas com visão macro e pessoas detalhistas. Algumas têm capacidade de liderança, tabelas e projeções, enquanto outros são excelentes relações-públicas. Por isso, você se beneficia quando envolve no seu projeto pessoas com personalidades e perspectivas diferentes da sua”.

Essa é uma grande dica para ser levada em conta na hora de se iniciar algum projeto ou definir estratégias de negócios. É importante associar-se a pessoas que pensam grande e têm livre iniciativa quando levam adiante o que se propuseram a fazer. Resultado? Sucesso.

E mais: “Sucesso não é uma questão de ter tudo. Isso é impossível e, ainda que fosse possível, não traria a felicidade que se imagina. Sucesso é conseguir aquilo de que você precisa. Pense no sucesso como se estivesse enchendo uma caixa. Você a encherá mais rápido não só se trabalhar mais, mas também se escolher uma caixa menor”, diz Niven. Um passo de cada vez.

Vale ressaltar que para as coisas acontecerem é preciso conscientizar-se de alguns pontos importantes, que vão colaborar para que tudo corra bem.  

Para o autor: “As pessoas de grande sucesso são aquelas para quem o destino sorri, não é mesmo? Não, na verdade, não é. As pessoas de sucesso chegam aonde estão seguindo um plano estratégico. Elas aprendem o que é preciso fazer para alcançar o que desejam”.

Há de se ter equilíbrio e bom senso na hora de escolher em que direção seguir e o que fazer para obter sucesso naquilo que você planeja. De nada adiante apenas sonhar, imaginar e sair em busca dos sonhos sem analisar vários itens e avaliar possíveis resultados.

Segundo Niven: “Nós entendemos perfeitamente que, para construir uma casa, é necessário um projeto, mas algumas vezes esquecemos que para construir uma vida bem-sucedida também é necessário ter um projeto”. 

Diante dessas exigências, é importante ficar atento ao seu redor, verificar todas as possibilidades e escolher as pessoas certas para acompanhar e tornar possível a concretização desse ideal.

Lembre-se: “Se estivesse preparando um sanduíche, você iria fazê-lo na ordem certa. Primeiro, uma fatia de pão, depois o recheio e o molho e, em seguida, a outra fatia. Não teria sentido mudar a ordem. Ainda que gostasse muito de mostarda, você não a colocaria primeiro no prato”, destaca Niven. Seguir a ordem natural das coisas e escolher o tempero certo pode ser a medida exata para alcançar o sucesso.

Só depende de você, mas não saia por aí em disparada, correndo para todos os lados sem olhar a direção a seguir, nem misturando temperos em ordem errada. Primeiro escolha o caminho certo e siga atentamente um passo de cada vez. Em seguida, planeje cautelosamente quem vai fazer parte dessa caminhada rumo ao sucesso. 

Ah, vale destacar que se algo não der certo é sempre possível corrigir e seguir adiante. Tenha ótimos dias, sucesso e muitas alegriasss...

EDITORIAL

As bolhas que nos afastam da realidade

Enquanto uma parte do Estado amplia suas zonas de conforto, outra é pressionada a fazer mais com menos, arcando com o desgaste político e social das escolhas difíceis

17/12/2025 07h15

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A expressão “estar em uma bolha” deixou de ser apenas uma gíria de internet para se transformar em um retrato cada vez mais fiel da forma como a sociedade vem se organizando. Nas redes sociais, algoritmos direcionam conteúdos, opiniões e notícias de acordo com preferências previamente identificadas.

O resultado é um ambiente confortável em que quase tudo confirma aquilo que o indivíduo já pensa. Divergir passa a ser exceção e confrontar ideias, um incômodo evitado.

Fora do ambiente digital, a lógica das bolhas também se impõe. O isolamento crescente em condomínios fechados, verticais ou horizontais, reduz o contato cotidiano com o diferente. Ao limitar o convívio, o indivíduo perde a oportunidade de compreender realidades distintas da sua própria.

Torna-se, ao mesmo tempo, mais desconfiado e mais desinformado, conhecendo o mundo mais pelo “ouvir dizer” do que pela experiência direta. A realidade passa a ser filtrada, editada e, muitas vezes, distorcida.

As bolhas criam falsas impressões. Quando se consolidam em grupos, reforçadas pelo sentimento de pertencimento, geram uma perigosa falta de sintonia com o restante da sociedade. Problemas coletivos passam a ser relativizados, minimizados ou simplesmente ignorados.

A empatia dá lugar à autoproteção e o interesse público acaba substituído pela preservação de privilégios.

Nesta edição, mostramos um exemplo concreto dessa desconexão: o aumento do duodécimo para quase todas as instituições de Mato Grosso do Sul, mesmo após um ano marcado por crise financeira, enquanto cresce a sobrecarga sobre o Poder Executivo.

É sobre ele que recai, de forma quase exclusiva, o peso de enfrentar as dores reais da sociedade: da falta de recursos para serviços essenciais às demandas crescentes por saúde, educação, transporte e assistência social.

Essa discrepância orçamentária não é apenas um dado técnico. Ela reforça as bolhas institucionais. Enquanto uma parte do Estado amplia suas zonas de conforto, outra é pressionada a fazer mais com menos, arcando com o desgaste político e social das escolhas difíceis.

Trata-se de um desequilíbrio que aprofunda a sensação de injustiça e distancia ainda mais as instituições da realidade vivida pela população.

Seria desejável que integrantes das instituições que recebem repasses de duodécimo saíssem de suas bolhas. Que vivessem mais intensamente a realidade fora de gabinetes, relatórios e planilhas.

Que entendessem que, em tempos de dificuldades financeiras, reforçar privilégios e ampliar confortos institucionais não é apenas insensível, é socialmente injusto.

Romper bolhas não é simples, mas é necessário. Para indivíduos, para grupos e, sobretudo, para instituições públicas. A democracia e a justiça social exigem mais contato com a realidade concreta e menos acomodação em mundos protegidos. Caso contrário, seguiremos administrando percepções, e não problemas reais.

ARTIGOS

A Interpol e as lições do roubo ao Louvre: quando a cultura exige proteção global

O que alguns insistem em tratar como luxo é, na verdade, expressão de identidade coletiva, memória histórica e soberania cultural

16/12/2025 07h45

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A Interpol é amplamente reconhecida por seus sistemas de avisos e pela atuação no combate ao crime organizado transnacional.

O recente episódio envolvendo o Louvre, porém, recoloca em evidência um ponto ainda subestimado no debate público: crimes não violentos, como o roubo de bens culturais, também demandam tutela internacional qualificada.

O tráfico de obras de arte e de patrimônio histórico segue sendo um delito de baixo risco e alto lucro, alimentado pela opacidade do mercado e pela fragmentação das respostas estatais.

O que alguns insistem em tratar como luxo é, na verdade, expressão de identidade coletiva, memória histórica e soberania cultural. A Interpol parte dessa premissa, ao reconhecer a cultura como interesse jurídico protegido, merecedor da mesma atenção dedicada à vida, à segurança e à integridade física.

Nesse contexto, o Banco de Dados de Obras de Arte Roubadas da organização cumpre papel central: dar rastreabilidade a um mercado em que o patrimônio cultural pode, com facilidade, converter-se em saque.

A existência do banco de dados não é apenas simbólica. Ela permite a identificação de peças subtraídas, inibe a circulação ilícita e oferece suporte técnico às investigações nacionais.

Ainda assim, a eficácia do sistema depende de algo que nem sempre acompanha a velocidade do crime: cooperação internacional efetiva e compartilhamento ágil de informações entre agências de aplicação da lei.

Há espaço evidente para aprimoramentos. A ampliação do banco de dados com atualizações em tempo real, a integração mais ampla de museus, casas de leilão e colecionadores privados, além de protocolos obrigatórios de verificação de procedência, fortaleceriam significativamente o combate ao tráfico ilícito.

Do mesmo modo, penalidades mais rigorosas e treinamento especializado para forças policiais e autoridades alfandegárias são medidas indispensáveis para reduzir a atratividade econômica desse tipo de crime.

O episódio do Louvre serve como alerta. Proteger bens culturais não é capricho elitista nem pauta secundária: é defesa da memória, da identidade e do patrimônio comum da humanidade.

Quando uma obra é roubada, perde-se mais do que um objeto, perde-se um fragmento da história coletiva. A resposta, portanto, precisa ser global, coordenada e à altura desse valor.

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