Artigos e Opinião

ARTIGO

Sônia Puxian: "Cem palavras"

Jornalista

Continue lendo...

Terminaram as festas, a volta às aulas está se aproximando e, pouco a pouco, a rotina vai se instalando: compra de material escolar; muitas contas a pagar; desemprego; menos rendimento; reajuste nos impostos, com “nova taxa”, só faltava essa. Ugh! E, ao lado disso tudo, a esperança de que novos dias tragam soluções positivas.

Pra dar início ao ano com mais entusiasmo, mais descontração e mais energia, selecionei cem palavras para você fazer uso delas com constância. Vamos lá, vou dividi-las em quatro grupos de 25: saúde, sabedoria, amor, bondade, inteligência, serenidade, boa-vontade, criatividade, prosperidade, inspiração, paciência, bom-humor, aceitação, amizade, carinho, dedicação, energia, alegria, bem-estar, autoestima, beleza, humildade, agilidade, autoconfiança, pensamento positivo.                           

Uau! Procurar palavras positivas e que tragam bem-estar nem sempre é fácil, imagina colocá-las em prática... Mas vamos prosseguir com mais 25: Natureza, viagem, trabalho, alimentação sadia, exercício, compreensão, solidariedade, doação, simpatia, dignidade, humildade, entusiasmo, competência, coragem, fé, gratidão, reconhecimento, simplicidade, generosidade, sorriso, honestidade, ação, emoção, virtude, conhecimento. 

Pare e pense no tanto que você pode fazer com essas palavras colocando-as em prática. Nenhuma delas vai te fazer mal, pelo contrário, vai fazer bem em todos os sentidos. É possível escolher qualquer uma a cada dia e colocar em prática para ver o resultado. Escolha aleatoriamente ou faça uma escolha mais apurada. Já pensou em escolher amor, sabedoria e serenidade? Só vantagens.

Ou escolher agilidade, autoconfiança e inteligência para usar no trabalho? Ou, ainda, amor e carinho para a família e amigos? Selecione só palavras que tragam harmonia e bem-estar e não hesite em selecionar quais você vai usar no dia de hoje, porque o ano está se iniciando e, com ele, novas práticas devem ser adotadas.

E, na sequência, mais 25: realização, audácia, admiração, confiança, persistência, abnegação, cordialidade, inteligência, perspicácia, autocontrole, amor, informação, benevolência, benefício, vivacidade, charme, beleza, compaixão, abundância, sonho, habilidade, entusiasmo, encanto, admiração, desejo.                            
Finalizando, o último grupo de 25: responsabilidade, flexibilidade, piedade, felicidade, amor-próprio, complacência, humanismo, grandeza, influência, jovialidade, vaidade, originalidade, energia positiva, alto-astral, privacidade, respeito, possibilidade, entretenimento, diversão, tranquilidade, paz, descanso, estilo, satisfação e ternura. Uau! Acho que já foram escolhidas 100 palavras positivas e que trazem bem-estar, para você colocá-las em prática.  

Faça uso de qualquer uma delas e colha os benefícios positivos. Ah, se por acaso aparecer qualquer palavra que te tire do sério ou te faça agir de má vontade, troque-a imediatamente. O importante é retomar a sua boa aura e agir positivamente em qualquer situação. É fácil? Claro que não, mas a escolha pode ser controlada a partir do momento em que você  as faz.

E claro, leve sempre em conta a sua capacidade de acreditar em você mesmo, afinal, como diz a frase do 26º presidente dos EUA, Theodore Roosevelt: “Acredite que você pode, assim você já está no meio do caminho”.

Utilize essas palavras positivas, construtivas e inicie o ano com um astral elevado e feliz. O resultado vai ser momentos de alegria e bem-estar. Quem não quer isso? Só pra registrar, teve uma palavra que foi repetida propositalmente, para ver se você está atento à leitura. Eu acho que você já sabe qual foi. Detalhe: “Eu repeti para que você a coloque em prática todos os dias...”.  

Sejam felizes sempre e tenham um ótimo ano com grandiosas realizações.

EDITORIAL

As bolhas que nos afastam da realidade

Enquanto uma parte do Estado amplia suas zonas de conforto, outra é pressionada a fazer mais com menos, arcando com o desgaste político e social das escolhas difíceis

17/12/2025 07h15

Continue Lendo...

A expressão “estar em uma bolha” deixou de ser apenas uma gíria de internet para se transformar em um retrato cada vez mais fiel da forma como a sociedade vem se organizando. Nas redes sociais, algoritmos direcionam conteúdos, opiniões e notícias de acordo com preferências previamente identificadas.

O resultado é um ambiente confortável em que quase tudo confirma aquilo que o indivíduo já pensa. Divergir passa a ser exceção e confrontar ideias, um incômodo evitado.

Fora do ambiente digital, a lógica das bolhas também se impõe. O isolamento crescente em condomínios fechados, verticais ou horizontais, reduz o contato cotidiano com o diferente. Ao limitar o convívio, o indivíduo perde a oportunidade de compreender realidades distintas da sua própria.

Torna-se, ao mesmo tempo, mais desconfiado e mais desinformado, conhecendo o mundo mais pelo “ouvir dizer” do que pela experiência direta. A realidade passa a ser filtrada, editada e, muitas vezes, distorcida.

As bolhas criam falsas impressões. Quando se consolidam em grupos, reforçadas pelo sentimento de pertencimento, geram uma perigosa falta de sintonia com o restante da sociedade. Problemas coletivos passam a ser relativizados, minimizados ou simplesmente ignorados.

A empatia dá lugar à autoproteção e o interesse público acaba substituído pela preservação de privilégios.

Nesta edição, mostramos um exemplo concreto dessa desconexão: o aumento do duodécimo para quase todas as instituições de Mato Grosso do Sul, mesmo após um ano marcado por crise financeira, enquanto cresce a sobrecarga sobre o Poder Executivo.

É sobre ele que recai, de forma quase exclusiva, o peso de enfrentar as dores reais da sociedade: da falta de recursos para serviços essenciais às demandas crescentes por saúde, educação, transporte e assistência social.

Essa discrepância orçamentária não é apenas um dado técnico. Ela reforça as bolhas institucionais. Enquanto uma parte do Estado amplia suas zonas de conforto, outra é pressionada a fazer mais com menos, arcando com o desgaste político e social das escolhas difíceis.

Trata-se de um desequilíbrio que aprofunda a sensação de injustiça e distancia ainda mais as instituições da realidade vivida pela população.

Seria desejável que integrantes das instituições que recebem repasses de duodécimo saíssem de suas bolhas. Que vivessem mais intensamente a realidade fora de gabinetes, relatórios e planilhas.

Que entendessem que, em tempos de dificuldades financeiras, reforçar privilégios e ampliar confortos institucionais não é apenas insensível, é socialmente injusto.

Romper bolhas não é simples, mas é necessário. Para indivíduos, para grupos e, sobretudo, para instituições públicas. A democracia e a justiça social exigem mais contato com a realidade concreta e menos acomodação em mundos protegidos. Caso contrário, seguiremos administrando percepções, e não problemas reais.

ARTIGOS

A Interpol e as lições do roubo ao Louvre: quando a cultura exige proteção global

O que alguns insistem em tratar como luxo é, na verdade, expressão de identidade coletiva, memória histórica e soberania cultural

16/12/2025 07h45

Continue Lendo...

A Interpol é amplamente reconhecida por seus sistemas de avisos e pela atuação no combate ao crime organizado transnacional.

O recente episódio envolvendo o Louvre, porém, recoloca em evidência um ponto ainda subestimado no debate público: crimes não violentos, como o roubo de bens culturais, também demandam tutela internacional qualificada.

O tráfico de obras de arte e de patrimônio histórico segue sendo um delito de baixo risco e alto lucro, alimentado pela opacidade do mercado e pela fragmentação das respostas estatais.

O que alguns insistem em tratar como luxo é, na verdade, expressão de identidade coletiva, memória histórica e soberania cultural. A Interpol parte dessa premissa, ao reconhecer a cultura como interesse jurídico protegido, merecedor da mesma atenção dedicada à vida, à segurança e à integridade física.

Nesse contexto, o Banco de Dados de Obras de Arte Roubadas da organização cumpre papel central: dar rastreabilidade a um mercado em que o patrimônio cultural pode, com facilidade, converter-se em saque.

A existência do banco de dados não é apenas simbólica. Ela permite a identificação de peças subtraídas, inibe a circulação ilícita e oferece suporte técnico às investigações nacionais.

Ainda assim, a eficácia do sistema depende de algo que nem sempre acompanha a velocidade do crime: cooperação internacional efetiva e compartilhamento ágil de informações entre agências de aplicação da lei.

Há espaço evidente para aprimoramentos. A ampliação do banco de dados com atualizações em tempo real, a integração mais ampla de museus, casas de leilão e colecionadores privados, além de protocolos obrigatórios de verificação de procedência, fortaleceriam significativamente o combate ao tráfico ilícito.

Do mesmo modo, penalidades mais rigorosas e treinamento especializado para forças policiais e autoridades alfandegárias são medidas indispensáveis para reduzir a atratividade econômica desse tipo de crime.

O episódio do Louvre serve como alerta. Proteger bens culturais não é capricho elitista nem pauta secundária: é defesa da memória, da identidade e do patrimônio comum da humanidade.

Quando uma obra é roubada, perde-se mais do que um objeto, perde-se um fragmento da história coletiva. A resposta, portanto, precisa ser global, coordenada e à altura desse valor.

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).