Artigos e Opinião

OPINIÃO

Sônia Puxian: "Armênia é homenageada no Carnaval 2019"

Jornalista

Continue lendo...

“Viva Haiastan”, que significa “Viva a Armênia”, é o tema da escola de samba Rosas de Ouro do Carnaval 2019, em São Paulo, no Sambódromo do Anhembi. Emoção e arrepios traduzem a grandeza deste tema, que vai retratar a história de um povo que lutou para alcançar a liberdade e hoje se sobressai em vários setores da economia, com destaque para o setor calçadista, em que predomina em São Paulo e região, e também o setor de construção, entre outros.

O comércio sempre esteve presente de maneira forte e predominante na vida do povo armênio, o que lhe confere o título de excelente comerciante. Sua história remonta mais de 3.500 anos e o povo sofreu o primeiro genocídio do século impetrado pelos turcos. Hitler inspirou-se nos armênios, registra a História.

O primeiro povo cristão do mundo, tendo adotado o cristianismo em 301 d.C., o armênio traz no sangue as cores da sua bandeira: vermelho, azul e laranja. Vermelho: simbolizando a cor do sangue mais forte; azul: refletindo a cor do céu, o infinito e sua grandeza; laranja: representando a cura. Esses atributos renderam-lhe grande resultado, o de tornar-se um povo livre, apesar de sofrer um genocídio cruel, mas lutou até o fim e venceu. O tempo mostrou que a sua fé e perseverança seriam mais fortes do que tudo.

O único povo que possui alfabeto próprio criado em 405 d.C. por Mesrop Mashdots. É o único povo que se identifica pelo sobrenome, cujo sufixo IAN quer dizer: “filho de”. Todos os armênios trazem o sufixo IAN no sobrenome, portanto, quando estiveres diante de um IAN, terás a certeza de estar diante de um armênio.
Entre os famosos, destacam-se: a atriz da Globo Araci Balabanian; o cantor Charles Aznavour; Pedro Pedrossian, governador de Mato Grosso do Sul por 3 vezes, uma delas ainda antes da divisão do Estado; Kim Kardashian, atriz, empresária e apresentadora de TV; o ator da Globo Stepan Nercessian; o compositor Aram Kachadurian – “Dança do Sabre”; Dom Vartan Waldir Boghossian, o bispo Exarcado Apostólico dos Armênios na América Latina; Mikoyan, que desenvolveu o caça MIG – 29, utilizado pelos russos. 

A Arca de Noé pousou no Monte Ararat, na Armênia, dando início à nova civilização. Somos descendentes de Noé, daí a força e a perseverança dos armênios em lutar até atingir seu ideal e conseguir a liberdade total. A vitória de Noé sobre as águas do dilúvio retrata essa força e determinação do povo, que persevera até atingir seus objetivos, sempre alçado pela fé em Deus e Seus princípios.

A Independência da Armênia ocorreu em 21 de setembro de 1991, marco de uma nova era e uma nova conquista, dessa vez definitiva. A excelente localização geográfica da Armênia, bem como o fato do seu povo ser dotado de muita inteligência e se destacar pelos excelentes comerciantes da região, despertaram a cobiça do povo vizinho, a Turquia. Dessa maneira teve início o plano de se apoderar de suas terras e exterminar a princípio os sábios e intelectuais a fim de facilitar seu domínio e invasão, e então proceder ao extermínio total da raça.

Com o genocídio consumado, muitos armênios conseguiram fugir e se refugiar em países vizinhos, e muitos deles partiram para outros locais do mundo, sem saberem ao certo onde desembarcariam. Desse modo, suas sementes se espalharam pelo mundo todo, promovendo a perpetuação da espécie em vários países e regiões do mundo, levando o progresso e a prosperidade na bagagem.

E por onde o armênio passa, espalha sementes de crescimento e grandeza. Ele leva consigo a garra de lutar, trabalhar e vencer. O seu prêmio? A liberdade, o crescimento, o trabalho e a família, que ele preza acima de tudo. O armênio coloca em primeiro lugar a família, depois o trabalho. E a liberdade em todas as posições!
Armênio! Quem é você? Um batalhador, trabalhador, guerreiro! Qual é a sua bandeira? A que traz as cores: azul, laranja e vermelho.

Armênio! Quem é você? Livre e vencedor! Descendente de Noé, trabalhador, empreendedor e excelente comerciante. 

Armênio! Qual é o seu prêmio? A liberdade! E, sobretudo, a fé em Deus.

EDITORIAL

Judiciário não é palco nem mercado

Restringir a atuação como coach e impor limites a determinadas docências, especialmente aquelas transformadas em verdadeiros cursos caça-níqueis, é fundamental

13/12/2025 07h15

Continue Lendo...

A decisão do presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Edson Fachin, de proibir que magistrados atuem como coaches, seja nas redes sociais ou fora delas, não é apenas correta como necessária.

Trata-se de um freio institucional que chega em boa hora a um Judiciário que, nos últimos anos, tem convivido com excessos de exposição, vaidade e práticas que colocam em xeque a sobriedade exigida da magistratura.

Não é de hoje que esse limite vem sendo testado.

Há cerca de dois anos, causou perplexidade o caso de um ex-juiz federal que passou a vender cursos na internet ensinando “táticas” para ganhar recursos judiciais. O paradoxo salta aos olhos: quem julgava recursos passou a faturar dinheiro “por fora” ensinando advogados a vencê-los.

Ainda que se alegue liberdade profissional após deixar a toga, a prática é, no mínimo, eticamente questionável e contribui para corroer a confiança da sociedade na imparcialidade do sistema de Justiça.

A medida de Fachin reconhece um problema real: tem faltado comedimento à parte da magistratura brasileira.

Em tempos de redes sociais, palestras remuneradas e cursos de viés mercadológico, alguns juízes parecem ter esquecido uma máxima antiga, simples e ainda extremamente atual: o lugar em que o magistrado mais deve falar é nos autos.

A autoridade da toga não se constrói com likes, seguidores ou discursos performáticos, mas com decisões técnicas, fundamentadas e discretas.

Restringir a atuação como coach e impor limites à determinadas docências, especialmente aquelas transformadas em verdadeiros cursos caça-níqueis, é fundamental. Não se trata de censura nem de cerceamento da liberdade intelectual, mas de preservação da função jurisdicional.

O juiz não é um influenciador digital, tampouco um vendedor de fórmulas de sucesso processual. É agente do Estado, investido de poder para decidir conflitos com independência e imparcialidade.

Isso, porém, não significa defender um Judiciário hermético ou alheio à sociedade. Ao contrário: as cortes precisam, sim, se comunicar melhor nestes novos tempos, explicar decisões complexas, dialogar institucionalmente com a população e prestar contas de seu funcionamento. Comunicação institucional é necessária; autopromoção individual, não.

No fim das contas, o que está em jogo é o respeito à própria instituição. O Judiciário é, talvez, o Poder que mais precisa ser respeitado para que a democracia funcione. E esse respeito não é um privilégio – é uma obrigação que começa dentro de casa.

Seriedade, sobriedade e autocontenção não são virtudes acessórias para magistrados; são requisitos essenciais para quem exerce uma das funções mais sensíveis do Estado.

ARTIGOS

Novas regras do Banco Central sobre ativos virtuais: um marco de maturidade regulatória

Brasil consolida seu papel de protagonista na integração entre inovação financeira e solidez regulatória, aproximando-se dos padrões internacionais de governança e Prevenção à Lavagem de Dinheiro e ao Financiamento do Terrorismo

12/12/2025 07h45

Continue Lendo...

Em 10 de novembro, o Banco Central do Brasil deu um passo histórico ao publicar as Resoluções BCB nº 519, nº 520 e nº 521, que inauguram um novo ciclo de regulação do mercado de ativos virtuais no País.

Com essas normas, o Brasil consolida seu papel de protagonista na integração entre inovação financeira e solidez regulatória, aproximando-se dos padrões internacionais de governança e Prevenção à Lavagem de Dinheiro e ao Financiamento do Terrorismo (PLD/FT).

Mais do que um conjunto técnico de regras, essas resoluções representam um amadurecimento institucional do sistema financeiro brasileiro diante da realidade cripto. Até então, o setor operava em uma zona cinzenta regulatória, com supervisão limitada e grande diferenças de informações entre prestadores e usuários.

Agora, o País passa a estabelecer bases claras para a operação de Sociedades Prestadoras de Serviços de Ativos Virtuais (Psav), além de definir, pela primeira vez, o tratamento cambial para operações internacionais com criptoativos.

A Resolução BCB nº 519/2025 impõe um padrão de governança que coloca as Psav sob um nível de exigência comparável ao das instituições financeiras. Exige-se segregação patrimonial, controles internos robustos e políticas de PLD/FT equivalentes às do sistema bancário.

Essa medida mitiga riscos de uso indevido dos recursos dos clientes e reduz o espaço para fraudes e práticas abusivas. Pontos sensíveis em um setor historicamente marcado por volatilidade e escândalos.

Já a Resolução BCB nº 520/2025 institui o processo de autorização prévia para funcionamento das Psav, com vedações expressas à oferta de crédito e à captação de recursos de clientes qualificados.

O objetivo é proteger investidores e garantir que as operações com criptoativos não contaminem o sistema financeiro tradicional com riscos de liquidez e solvência. A exigência de sede no Brasil e critérios rigorosos de idoneidade e gestão de riscos também reforçam o compromisso com a responsabilidade corporativa e a transparência operacional.

Por sua vez, a Resolução BCB nº 521/2025 corrige uma lacuna importante ao enquadrar as operações internacionais com criptoativos, como operações de câmbio, sempre que houver conversão de moeda ou transferência internacional de valores.

Essa regra coloca as transações de cripto sob a mesma lente de compliance cambial que rege outras formas de movimentação financeira internacional, prevenindo brechas para evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

Para bancos e instituições financeiras, o novo marco regulatório representa tanto uma oportunidade quanto uma responsabilidade. A integração dos serviços com ativos virtuais ao portfólio bancário passa a ser viável, desde que sejam obedecidos os novos parâmetros de segurança, segregação de recursos e reporte regulatório.

Ao mesmo tempo, essas instituições terão de repensar suas estruturas de governança e compliance para acomodar o ecossistema cripto dentro de uma lógica de controle prudencial.

Alguns pontos, entretanto, merecem atenção especial: a vedação de crédito com recursos próprios em operações cripto, a segregação total de fundos de clientes, o reforço dos controles de PLD/FT, e o tratamento cambial obrigatório em transações internacionais.

Tais exigências sinalizam que o Banco Central, de maneira mais que devida e assertiva, pretende equilibrar o incentivo à inovação com a blindagem contra riscos sistêmicos e ilícitos financeiros.

Contudo, o período de adaptação será curto. As regras entram em vigor a partir de 2 de fevereiro de 2026 e as obrigações adicionais de reporte internacional passam a valer a partir de 4 de maio de 2026.

Empresas que já atuam no mercado precisam, portanto, iniciar imediatamente seus processos de adequação, revisando estruturas societárias, sistêmicas, políticas de custódia e mecanismos de compliance.

Por fim, as novas resoluções não devem ser vistas como um freio à inovação, mas como um sinal evidente de maturidade regulatória do País.

Ao oferecer um ambiente seguro, transparente e supervisionado, o Banco Central cria as condições para que o Brasil se consolide como um polo confiável de desenvolvimento em blockchain e ativos digitais. É o início de uma nova era em que a confiança institucional passa a ser o ativo mais valioso do universo cripto.

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).