Artigos e Opinião

ARTIGO

A+ A-

Márcio Almeida: "Revisão geral anual dos servidores estaduais"

Advogado

Redação

06/06/2017 - 02h00
Continue lendo...

No dia 30 de maio, mês que historicamente os servidores estaduais contariam com a reposição das perdas inflacionárias, tivemos a notícia publicada no Diário Oficial do Estado de Mato Grosso do Sul que as despesas com pessoal chegaram ao patamar de 47,37% em relação à receita corrente líquida.

Com esta informação, o relatório de gestão fiscal nos indica que o Poder Executivo excedeu o limite prudencial da despesa com pessoal, o que impõe, por força do artigo 22 da Lei de Responsabilidade Fiscal, a adoção de algumas medidas, tais como a não concessão de vantagem, de aumento, reajuste ou adequação de remuneração, a criação de cargos empregos ou função, a alteração de estrutura de carreira que implique em aumento de despesa, a admissão ou contratação de pessoal a qualquer título, enfim, uma série de condutas tendentes à contenção de despesas de pessoal. 

No ano passado, neste mesmo período (1º quadrimestre do ano), a despesa de pessoal frente à receita corrente líquida estava na casa dos 40,57%, ou seja, havia uma folga de entre a despesa de pessoal e o limite prudencial de 05,80%, logo, havia uma margem respeitável para que o Poder Executivo pudesse conferir os reajustes necessários para as categorias de servidores públicos, uma vez que estava aquém do chamado limite prudencial e, portanto, nenhuma das medidas de contenção de despesas de pessoal descritas no artigo 22 da Lei de Responsabilidade Fiscal teria de necessariamente ser aplicada.

Mas o que ocorreu? Pois, se considerarmos o IPCA-E medido de maio de 2015 a abril de 2016, houve uma inflação acumulada na casa de 9,27%. Os servidores estaduais tiveram o seu poder de compra corroído em quase 10,00% no período de um ano e, mesmo assim, havendo “folga” entre a despesa de pessoal e o limite prudencial de despesa com pessoal, os servidores tiveram de amargar um abono que não incorpora em seu vencimento nem faz frente, para várias categorias, à corrosão promovida pela inflação do período.

Contudo, essa ausência de revisão anual para os servidores públicos estaduais não é algo novo, de 2007 para 2008, quando a inflação correu algo em torno de 6,10% os rendimentos dos servidores públicos estaduais e a despesa de pessoal chegava na casa de 42,11% em relação à receita corrente líquida (ou seja, em 4,44% abaixo do limite prudencial), os servidores tiveram de amargar a revisão zero, sem direito a abono. E veja, se considerarmos a inflação do período e as reposições das perdas inflacionárias ocorridas supervenientemente, temos um resultado catastrófico para os rendimentos dos servidores, pois, por se tratar de revisão de vencimento/subsídio, a mesma tem natureza de trato sucessivo, de modo que a ausência de 6,10% em 2007 representa ao longo do tempo substancial perda. Mas bem, diante de todo esse quadro, o que foram feitos pelos históricos representantes das categorias? 

Com raras exceções como a Fetems, que tem hoje um acordo judicial como força de sentença judicial para garantir as revisões dos profissionais em educação (e cuja, condição deve ser respeitada, não só pela luta, mas pelo jargão que diz: “que decisão judicial não se discute, se cumpre!!!), não temos visto nada animador no horizonte.

Todavia, embora pareça que os servidores públicos estaduais estejam sem perspectivas, há que se pontuar mais um capítulo nesta discussão da revisão salarial, pois esta pauta não se encerra com o fechamento do mês de Maio. Em que pese o relatório de gestão fiscal do primeiro quadrimestre deste ano nos indicar que a despesa de pessoal ultrapassou o limite prudencial em 0,82%, é cediço pois, nos termos do artigo 22, parágrafo único, inciso I, da Lei de Responsabilidade Fiscal que a revisão geral anual prevista no inciso X do artigo 37 da Constituição Federal deve ser garantida aos servidores públicos em geral.

Neste talante, implica dizer que minimamente as perdas inflacionárias do último ano devem ser garantidas aos servidores públicos estaduais, pois muito embora a inflação acumulada tem demonstrado um decréscimo, não pode o servidor deixar de pugnar para que a legalidade e a sede constitucional seja aplicada, com isto, é de curial importância que os representantes das categorias de servidores públicos estaduais se revistam do aspecto técnico e legalista desta discussão e procure desenvolver essa agenda de revisão salarial junto ao Poder Executivo Estadual.

Claudio Humberto

"Não dá mais para esconder o elefante atrás do arbusto"

Senador Carlos Portinho (PL-RJ) sobre denúncias de censura no Brasil feitas nos EUA

20/04/2024 07h00

Continue Lendo...

'É o pior dos governos Lula', alerta Osmar Terra

Ex-ministro e deputado federal há quase 30 anos, Osmar Terra (MDB-RS) avaliou o terceiro mandato do presidente Lula (PT) como "o pior dos governos Lula". Em entrevista ao podcast Diário do Poder, no ar a partir deste sábado (20) no YouTube, o gaúcho afirmou que o petista promove "descaminho" na economia e "está muito mal assessorado". Disse ainda que Lula poderia ter promovido a pacificação política, como chegou a afirmar na campanha, mas ao invés disso "acirra" a polarização.

Acirramento

"Toda vez que abre a boca, fala mal do [ex-presidente Jair] Bolsonaro", criticou o deputado que foi ministro nos governos Temer e Bolsonaro.

Intento

"Parece proposital, para manter a polarização", analisou Osmar Terra sobre as críticas perenes de Lula ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Sem resultados

"Não estou vendo resultados concretos para a saúde pública brasileira na gestão (Nísia Trindade, no Ministério da Saúde)", afirmou Terra.

Perigo

Em relação às tensões entre o Legislativo e Supremo Tribunal Federal, Terra disse que "se passa dos limites, pode se tornar incontrolável".

PEC antidrogas 'some', mas vai passar na Câmara

Deputados desconfiam que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que criminaliza a posse de qualquer quantidade de drogas vai tramitar a passos de tartaruga na Câmara. Maurício Marcon (Pode-RS) estranha o sumiço da PEC desde a aprovação no Senado, "essa semana nem sequer comentamos". A avaliação geral, mesmo na base de Lula na Casa, é de que o texto vai ser aprovado. "Vai passar tranquilo, pode apostar", crava o vice-líder do governo, deputado José Nelto (PP-GO).

De lavada

No Senado, mesmo aliados de Lula, que é contra o projeto, votaram pela aprovação. O placar ficou em 52 a 9, com larga maioria para criminalizar.

Cenário adverso

Líder da Frente Evangélica, Eli Borges (PL-TO) crê na aprovação, mas com "cenário mais adverso", "aqui vamos ter trabalho", avalia.

Chá de sumiço

Kim Kataguiri (União-SP) diz que nem mesmo ouve-se falar sobre o tema na Câmara, "não sei nem se o [Arthur] Lira pauta. Vamos ver."

Justiça vai decidir

Virou representação na Justiça contra Vinicius Marques de Carvalho (CGU) o contrato entre a Novonor, ex-Odebrecht, e escritório de advogados do ministro. O Partido Novo vê conflito de interesse no caso.

Morte, impostos e...

Relator e principal defensor do Projeto da Censura (PL 2630) no Lula 3, o deputado Orlando Silva (SP), do Partido Comunista do Brasil, chamou de "inevitável" a regulação das redes sociais.

Recados

Até mesmo os indígenas resolveram dar um chega pra lá em Lula, que tem visto a popularidade do governo derreter. O petista não foi convidado para o principal ato indígena em Brasília, o Acampamento Terra Livre.

Bomba Pacheco

Problema para Estados e União: será do ministro Fernando Haddad (Fazenda) a missão de convencer senadores a vetarem o quinquênio, penduricalho bilionário para juízes inventado por Rodrigo Pacheco.

VAR Musk

Deltan Dallagnol, um dos principais procuradores da Lava Jato, fez longo apelo, em inglês, ao dono do X, Elon Musk. O ex-deputado denunciou o processo que cassou seu mandato e mais de 344 mil votos, em 2023.

Engana bobo

Reunião de emergência de Lula com ministros para acertar os rumos do governo, nesta sexta (19), foi vista com ceticismo por parlamentares. "Agora vai? Até parece!", duvidou a senadora Tereza Cristina (PP-MS).

Viagem, luxo

A Câmara vai convocar a ministra Anielle Franco (Igualdade Racial) para explicar a gastança com viagens mundo afora. Teve até passagem de R$54 mil, denuncia o deputado Kim Kataguiri (União-SP).

Checagem

Publicação de Sâmia Bomfim (Psol-SP) na rede social X recebeu alerta de que poderia "induzir o leitor" ao erro ao tentar associar a Starlink, que leva internet a locais remotos da Amazônia, ao garimpo ilegal.

Pensando bem...

...meio acerto é meio erro.

PODER SEM PUDOR

Reunião espírita

Leonel Brizola confiou ao economista Marlan Rocha a missão de percorrer o interior do País para organizar o PDT, que acabara de fundar. Ao chegar em Barreiras, na Bahia profunda, Marlan procurou um militante getulista histórico, Aluízio Mármore, e pediu para organizar uma reunião com velhos trabalhistas das redondezas. Mármore apenas sorriu: "Amanhã cedo pego você no hotel e vamos ao cemitério. Estão todos lá."

 

ASSINE O CORREIO DO ESTADO

ARTIGO

Vacinação: um pilar da saúde

18/04/2024 07h30

Continue Lendo...

Entre os muitos desafios enfrentados pelo sistema de saúde no Brasil, as estratégias de imunização se destacam como um pilar fundamental para a prevenção de diversas doenças. Reconhecer a relevância deste assunto e informar sobre a vacinação são ações essenciais para garantir o bem-estar coletivo e evitar novas epidemias e mais mortes.

Esta mobilização é urgente. Segundo dados do IBGE, mais de 60% dos municípios brasileiros não conseguiram atingir a meta de cobertura vacinal estabelecida pelo Ministério da Saúde em 2023. Este déficit é especialmente alarmante quando falamos das vacinas administradas durante o primeiro ano de vida, para a proteção dos bebês.

Um dos principais obstáculos para alcançarmos a taxas ideais de vacinação é a disseminação de informações incorretas e falsas, as fake news, amplificadas pelas redes sociais. Teorias infundadas e mitos sobre os efeitos colaterais das vacinas e de outros medicamentos têm afastado muitos brasileiros da imunização, comprometendo seriamente as estratégias de saúde pública.

Mais do que nunca, as informações claras e objetivas devem ser o propósito de todas e todos que trabalham pela Educação em Saúde em nosso país.

Diante desse cenário, iniciativas da sociedade civil desempenham um papel vital no apoio à incorporação de novas vacinas no Sistema Único de Saúde (SUS). A recente inclusão do imunizante contra a dengue é um exemplo do impacto positivo que a mobilização social pode ter na ampliação do acesso à prevenção e tratamento de doenças.

A Colabore com o Futuro, primeiro negócio social criado para atuar com advocacy em saúde da América Latina, trabalhou ativamente para a inserção da vacina contra a dengue no sistema público de saúde. O mesmo empenho está sendo colocado para a inclusão da vacina contra a Influenza Quadrivalente no Programa Nacional de Imunização (PNI), visando a proteção de pessoas com 80 anos ou mais. Além disso, defendemos a implantação da vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), uma medida fundamental para prevenir infecções respiratórias em recém-nascidos e crianças.

Devemos fortalecer os esforços de conscientização e educação sobre a importância da vacinação e lutar contra a desinformação. Por meio das consultas públicas, um processo simples de participação popular nas decisões estratégicas em Saúde, é possível opinar e contribuir para definição do que vai ser oferecido pelo SUS e pelos planos particulares.

A saúde é um direito básico de todos os cidadãos, e a imunização é uma ferramenta poderosa para proteger indivíduos e comunidades contra doenças evitáveis. Juntos, podemos construir um futuro mais saudável para o Brasil.

 

ASSINE O CORREIO DO ESTADO 

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).