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J. Bandeira: "Após a 2ª Guerra Mundial, Rússia sedia Copa, com França campeã"

Auditor fiscal aposentado da Receita Federal e ex-vereador de Campo Grande

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Em sua Diretiva nº 21, de 18/09/1940, Hitler determinou o objetivo da “Campanha Barbarossa”: A união Soviética deve ser esmagada numa campanha rápida. Todavia, a despeito da referida diretiva, é importante salientar que, em 25/08/1939, a Alemanha havia firmado com a Rússia um pacto de não agressão, que foi assinado pelo seu ministro das Relações Exteriores, Ribbentrop e Molotov, pela União Soviética.
Todavia, esse pacto foi rompido por Hitler, que determinou a invasão da Rússia, no dia 22/06/1941, materializando, assim, a execução da Operação Barbarossa.

Já no início de novembro/41, as tropas alemãs haviam chegado a menos de 32 km de Moscou, porém, sem nunca conquistá-la. As ordens do comando alemão eram para invadir a capital. Mas, em duas tentativas, foram rechaçados, embora alguns grupos da tropa tivessem chegado até os subúrbios de Moscou. A cidade foi salva mais pelo inverno do que pela tenacidade de seus defensores. Sem suprimentos, e roupas totalmente inadequadas para enfrentar as gélidas condições climáticas, os alemães viram-se obrigados a uma retirada prolongada e em desordem da área moscovita.

Após a retirada dos alemães de Moscou, hoje, sede da Copa do Mundo/18, à evidência, o moral do Exército russo subiu na confiança do povo e na vibração do orgulho nacional. Todavia, perguntar-se-á: Estaria terminando a 2ª Guerra Mundial? Não, veio o final de 41 e os anos de 1942/43/44 e somente em maio/45, finalmente, os soviéticos ergueram a bandeira da vitória na capital Berlim, momentos após o suicídio do mandatário Adolf Hitler.

Hoje, assistindo pela TV, imagens de várias cidades russas, veio-me uma fisionomia de um país da mais elevada fascinação. Sob minha ótica, que acompanho as Copas do Mundo desde 1950, os estádios de futebol desta Copa foram os mais formosos, os mais airosos, enfim, os mais elegantes imagináveis, embora tenham custado 38 bilhões de reais ao país organizador.

Sem dúvidas, o presidente Putin quer chamar a atenção do mundo para o sonho de grandeza de seu país. O problema será comprovar se suas ambições são democráticas. Mas isso não me importa dizer: a Copa da Rússia foi a mais bela, sublime e mais espetaculosa de todas as realizadas pela Fifa.

Antes de ingressarmos na análise do futebol praticado pelos países participantes, elucidemos o seguinte: A Rússia, hoje, sob a presidência de Vladimir Putin e administrada sob o regime capitalista, que somente compareceu em 1991, depois do colapso da União Soviética, indagar-se-ia qual o grau de aceitação pela população russa, pela mudança de regime? Optaria pelo antigo regime comunista ou pelo atual “democrático”?

Segundo pesquisa do Instituto Levada, que desfruta do mais elevado conceito na Rússia, 69% das pessoas com mais de 55 anos dizem que o sistema “capitalista” poderia ser evitado, 54% percebem a destruição da economia unificada do ex-regime comunista e 36% sentem que não são mais uma superpotência.
Agora, vamos aos principais jogos da Copa? De início, indagar-se-á: o Brasil poderia avançar mais? Eu diria que sim, pois, após o empate de 1x1 contra a Suíça e, na sequência de vitórias contra Costa Rica, Sérvia e México, todos por 2x0, a nossa seleção foi destroçada, tecnicamente pela Bélgica, por 2x1.

Então, o por quê do fracasso? Primeiro, falha do treinador Tite, escalando o retorno do lateral esquerdo Marcelo, não curado totalmente da grave contusão. Mas, mesmo em condições físicas, Marcelo nunca gostou de atuar marcando. Vai para o ataque e o resto que se vire. Assim, a bem da seleção, deveria permanecer Felipe Luís, que marca e apoia. Por outro lado, desde o início do jogo contra a Bélgica, o escalado seria Douglas Costa e não o sem rendimento William e, por fim, Tite não substituiu o homem que seria do arremate final. Quem deveria ser sacado? Ora, o Jesus que, em momento nenhum, consultou a bíblia para nortear sua posição, em busca do gol. O certo é que Tite não se reciclou, pois manteve, praticamente, todos os mesmos atletas das eliminatórias sul-americanas, não levando para a Copa nenhum atacante do Grêmio. Agora, por exemplo, Arthur foi vendido para o Barcelona, por 130 milhões de reais. Enfim, Tite não mexeu e, quando quis, mexeu tarde.

Também a Rússia, organizadora da Copa, poderia ter avançado mais. Lembro-me que, na disputa por pênaltis contra a Espanha, o goleiro russo tornar-se-ia o carrasco, porém, contra a Croácia, sucumbiu. Quem sobrou? Sobraram a França, de Mbappé, de Pogba, de Griezmann, de Umtiti, de Kanté e outros e, do lado da Croácia, Mandzukic, Modric, Rákitic, Vida e outros e, assim, no frigir dos ovos, salv e  a França, bicampeã mundial.