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Hora de pensar (ou repensar) o planejamento patrimonial: o "Leão" ainda tem fome*

Hora de pensar (ou repensar) o planejamento patrimonial: o "Leão" ainda tem fome*

Redação

10/05/2017 - 01h00
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No final de 2015, em razão da crise econômica que então se descortinava, o governador do Estado sancionou a Lei n. 4.759 para aumentar a alíquota do ITCMD (Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação), mesmo sob protestos do setor produtivo.

As alíquotas, que eram de 2% para as doações e 4% para as transmissões de bens causa mortis, passaram a ser de 3% e 6%, respectivamente.

Desde o início da crise econômica muito se falou na majoração desse tributo. Chegou a se cogitar que a alíquota seria ainda mais elevada, tendo em vista que a Resolução n. 9 do Senado Federal permite a cobrança de até 8%.

Se, de um lado, os termos aprovados não representaram uma boa notícia, de outro, também não foram a pior possível.

Criou-se a falsa sensação de que a sede do governo em participar das atividades e do patrimônio dos contribuintes estava saciada. Ledo engano.

O que pouca gente sabe é que existe um movimento no Confaz (Conselho Monetário de Política Fazendária) para que o Senado Federal altere o teto previsto para a cobrança do ITCMD de 8% para 20%.
Em 2015, o Confaz, com o apoio de 18 dos entes federados, entre eles Mato Grosso do Sul, encaminhou o Ofício 11/2015 ao Senado Federal solicitando o ajuste.

Muitos Estados se comprometeram a promover a elevação do ITCMD e, de fato, o fizeram. Dos Estados, 13 promoveram aumentos e 9 já utilizam a alíquota máxima.

Pensar na cobrança do ITCMD à razão de 20% poderia parecer delírio ou devaneio. Poder-se-ia dizer que a tentativa do Confaz nasceu “morta”, não fosse o fato de que em muitos países desenvolvidos, a exemplo da Inglaterra e França, o imposto sobre herança passa de 30%.

Outrossim, o agravamento da crise fiscal corrobora o aumento do ITCMD. Com efeito, o projeto de lei que regula o plano de recuperação fiscal veda a concessão de incentivo ou benefício tributário pelos Estados que aderirem ao regime.

Para agravar esse preocupante cenário, surge um velho conhecido do contribuinte: o Leão. Também a União quer “participar” das heranças.

Em trâmite no Senado Federal, a Proposta de Emenda à Constituição n. 96/2015 propõe a outorga de competência para a União instituir um adicional ao ITCMD a ser denominado “Imposto sobre Grandes Heranças e Doações”, que pode chegar a 27,5% do patrimônio transmitido.

De outro lado, o governo federal propôs o Projeto de Lei n. 5.205/2016 para instituir Imposto de Renda sobre doações e heranças em até 25%, prevendo um aumento anual na arrecadação de R$ 1,5 bilhão.

Assim, a melhor solução para o contribuinte que não pretenda deixar até 1/4 do patrimônio familiar para a União é acelerar a realização do planejamento patrimonial e se valer de um dos instrumentos que existem para esse desiderato.

O mais comum deles é a constituição de uma pessoa jurídica, popularmente conhecida como Holding Familiar, que pode ser combinada com muitas técnicas destinadas à preservação do poder de controle do(s) patriarca(s), como o usufruto de quotas, cláusulas específicas no contrato social ou estatuto e acordos de sócios.

Mesmo para as famílias que já finalizaram o planejamento familiar, vale repensá-lo, pois, em meio a essa guerra para elevação de tributos, as Cortes Superiores (STF e STJ) reescreveram quase todas as regras de direito sucessório que constam no Código Civil de 2002.

Nos últimos dois anos, esses tribunais decidiram que: (a)o cônjuge é herdeiro necessário, mesmo se casado no regime de separação de bens; (b) o filho por vínculo afetivo ou adoção não perde o direito à herança do pai biológico.

Mais, o STF está prestes a equiparar, em direitos hereditários, as pessoas casadas àquelas que vivem em união estável.

Tudo isso – a ânsia dos governos por mais tributos e a reviravolta das regras de direito sucessório e familiar – chama a atenção para a importância do planejamento patrimonial e familiar.

Por mais que se torça pelo contrário, se nada for feito, mais uma vez quem vai matar a fome do Leão é o bolso do contribuinte.

* Mozart Vilela Andrade Junior é advogado e especialista em Direito Civil e Processo Civil

 

Claudio Humberto

"Não dá mais para esconder o elefante atrás do arbusto"

Senador Carlos Portinho (PL-RJ) sobre denúncias de censura no Brasil feitas nos EUA

20/04/2024 07h00

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'É o pior dos governos Lula', alerta Osmar Terra

Ex-ministro e deputado federal há quase 30 anos, Osmar Terra (MDB-RS) avaliou o terceiro mandato do presidente Lula (PT) como "o pior dos governos Lula". Em entrevista ao podcast Diário do Poder, no ar a partir deste sábado (20) no YouTube, o gaúcho afirmou que o petista promove "descaminho" na economia e "está muito mal assessorado". Disse ainda que Lula poderia ter promovido a pacificação política, como chegou a afirmar na campanha, mas ao invés disso "acirra" a polarização.

Acirramento

"Toda vez que abre a boca, fala mal do [ex-presidente Jair] Bolsonaro", criticou o deputado que foi ministro nos governos Temer e Bolsonaro.

Intento

"Parece proposital, para manter a polarização", analisou Osmar Terra sobre as críticas perenes de Lula ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Sem resultados

"Não estou vendo resultados concretos para a saúde pública brasileira na gestão (Nísia Trindade, no Ministério da Saúde)", afirmou Terra.

Perigo

Em relação às tensões entre o Legislativo e Supremo Tribunal Federal, Terra disse que "se passa dos limites, pode se tornar incontrolável".

PEC antidrogas 'some', mas vai passar na Câmara

Deputados desconfiam que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que criminaliza a posse de qualquer quantidade de drogas vai tramitar a passos de tartaruga na Câmara. Maurício Marcon (Pode-RS) estranha o sumiço da PEC desde a aprovação no Senado, "essa semana nem sequer comentamos". A avaliação geral, mesmo na base de Lula na Casa, é de que o texto vai ser aprovado. "Vai passar tranquilo, pode apostar", crava o vice-líder do governo, deputado José Nelto (PP-GO).

De lavada

No Senado, mesmo aliados de Lula, que é contra o projeto, votaram pela aprovação. O placar ficou em 52 a 9, com larga maioria para criminalizar.

Cenário adverso

Líder da Frente Evangélica, Eli Borges (PL-TO) crê na aprovação, mas com "cenário mais adverso", "aqui vamos ter trabalho", avalia.

Chá de sumiço

Kim Kataguiri (União-SP) diz que nem mesmo ouve-se falar sobre o tema na Câmara, "não sei nem se o [Arthur] Lira pauta. Vamos ver."

Justiça vai decidir

Virou representação na Justiça contra Vinicius Marques de Carvalho (CGU) o contrato entre a Novonor, ex-Odebrecht, e escritório de advogados do ministro. O Partido Novo vê conflito de interesse no caso.

Morte, impostos e...

Relator e principal defensor do Projeto da Censura (PL 2630) no Lula 3, o deputado Orlando Silva (SP), do Partido Comunista do Brasil, chamou de "inevitável" a regulação das redes sociais.

Recados

Até mesmo os indígenas resolveram dar um chega pra lá em Lula, que tem visto a popularidade do governo derreter. O petista não foi convidado para o principal ato indígena em Brasília, o Acampamento Terra Livre.

Bomba Pacheco

Problema para Estados e União: será do ministro Fernando Haddad (Fazenda) a missão de convencer senadores a vetarem o quinquênio, penduricalho bilionário para juízes inventado por Rodrigo Pacheco.

VAR Musk

Deltan Dallagnol, um dos principais procuradores da Lava Jato, fez longo apelo, em inglês, ao dono do X, Elon Musk. O ex-deputado denunciou o processo que cassou seu mandato e mais de 344 mil votos, em 2023.

Engana bobo

Reunião de emergência de Lula com ministros para acertar os rumos do governo, nesta sexta (19), foi vista com ceticismo por parlamentares. "Agora vai? Até parece!", duvidou a senadora Tereza Cristina (PP-MS).

Viagem, luxo

A Câmara vai convocar a ministra Anielle Franco (Igualdade Racial) para explicar a gastança com viagens mundo afora. Teve até passagem de R$54 mil, denuncia o deputado Kim Kataguiri (União-SP).

Checagem

Publicação de Sâmia Bomfim (Psol-SP) na rede social X recebeu alerta de que poderia "induzir o leitor" ao erro ao tentar associar a Starlink, que leva internet a locais remotos da Amazônia, ao garimpo ilegal.

Pensando bem...

...meio acerto é meio erro.

PODER SEM PUDOR

Reunião espírita

Leonel Brizola confiou ao economista Marlan Rocha a missão de percorrer o interior do País para organizar o PDT, que acabara de fundar. Ao chegar em Barreiras, na Bahia profunda, Marlan procurou um militante getulista histórico, Aluízio Mármore, e pediu para organizar uma reunião com velhos trabalhistas das redondezas. Mármore apenas sorriu: "Amanhã cedo pego você no hotel e vamos ao cemitério. Estão todos lá."

 

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ARTIGO

Vacinação: um pilar da saúde

18/04/2024 07h30

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Entre os muitos desafios enfrentados pelo sistema de saúde no Brasil, as estratégias de imunização se destacam como um pilar fundamental para a prevenção de diversas doenças. Reconhecer a relevância deste assunto e informar sobre a vacinação são ações essenciais para garantir o bem-estar coletivo e evitar novas epidemias e mais mortes.

Esta mobilização é urgente. Segundo dados do IBGE, mais de 60% dos municípios brasileiros não conseguiram atingir a meta de cobertura vacinal estabelecida pelo Ministério da Saúde em 2023. Este déficit é especialmente alarmante quando falamos das vacinas administradas durante o primeiro ano de vida, para a proteção dos bebês.

Um dos principais obstáculos para alcançarmos a taxas ideais de vacinação é a disseminação de informações incorretas e falsas, as fake news, amplificadas pelas redes sociais. Teorias infundadas e mitos sobre os efeitos colaterais das vacinas e de outros medicamentos têm afastado muitos brasileiros da imunização, comprometendo seriamente as estratégias de saúde pública.

Mais do que nunca, as informações claras e objetivas devem ser o propósito de todas e todos que trabalham pela Educação em Saúde em nosso país.

Diante desse cenário, iniciativas da sociedade civil desempenham um papel vital no apoio à incorporação de novas vacinas no Sistema Único de Saúde (SUS). A recente inclusão do imunizante contra a dengue é um exemplo do impacto positivo que a mobilização social pode ter na ampliação do acesso à prevenção e tratamento de doenças.

A Colabore com o Futuro, primeiro negócio social criado para atuar com advocacy em saúde da América Latina, trabalhou ativamente para a inserção da vacina contra a dengue no sistema público de saúde. O mesmo empenho está sendo colocado para a inclusão da vacina contra a Influenza Quadrivalente no Programa Nacional de Imunização (PNI), visando a proteção de pessoas com 80 anos ou mais. Além disso, defendemos a implantação da vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), uma medida fundamental para prevenir infecções respiratórias em recém-nascidos e crianças.

Devemos fortalecer os esforços de conscientização e educação sobre a importância da vacinação e lutar contra a desinformação. Por meio das consultas públicas, um processo simples de participação popular nas decisões estratégicas em Saúde, é possível opinar e contribuir para definição do que vai ser oferecido pelo SUS e pelos planos particulares.

A saúde é um direito básico de todos os cidadãos, e a imunização é uma ferramenta poderosa para proteger indivíduos e comunidades contra doenças evitáveis. Juntos, podemos construir um futuro mais saudável para o Brasil.

 

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