Enaltecido na poesia dos cantadores, o saudoso trem pantaneiro desapareceu na sucata. A desativação daquele meio de transporte tão popular quanto necessário ao turismo pelos meandros do nosso imenso e belo Pantanal foi uma grande decepção para todos nós, sul-mato-grossenses. O melancólico e simplório fim da romântica viagem sobre trilhos representa, na verdade, piramidal descaso para com as coisas da nossa terra. Foram momentos de grande euforia para todos nós que vivemos nesta região mítica e tão promissora, a festiva e pomposa “reativação” do Trem do Pantanal, com a presença de Lula e Lugo, que nos trouxe a certeza de que voltaríamos novamente a sonhar sobre os trilhos da lendária ferrovia pantaneira.
Perversa enganação! Lula, então presidente do Brasil, com o “companheiro” Fernando Lugo, presidente do Paraguai na época, encenaram uma sórdida peça teatral, muito comum na propaganda da esquerda comunista dominadora dos povos incultos, mostrada ao mundo por meio da televisão. Lula, filmando a bordo do Trem do Pantanal, falando alto e bom som para nós, sul-mato-grossenses, disse que o lendário trem pantaneiro seria prioritariamente modernizado no seu governo e, para tal finalidade, colocaria imediatamente em prática o projeto de adequação técnica daquela linha ferroviária em dois trechos dentro do Pantanal sul-mato-grossense: Aquidauana a Miranda e desta cidade até Corumbá, o que nos deu a certeza de viajarmos novamente no saudoso transporte de passageiros cantado em prosa e verso por românticos poetas e músicos. Lugo, filmado ao lado de Lula, aplaudiu efusivamente o projeto, dizendo que faria o mesmo no Paraguai, na travessia do Chaco paraguaio – realmente uma pândega encenada ao vivo pelos dois mandatários democraticamente eleitos pelo povo de seus respectivos países!
A partir daquele dia tão festivo de reativação da linha, com a presença do presidente da República, o Trem do Pantanal funcionou precariamente durante menos de um ano. Lula, ao voltar para Brasília, deu as costas ao nosso pujante Mato Grosso do Sul e engavetou o suposto projeto ferroviário no Pantanal, enxertando seu governo de corrupção com os correligionários e conchavo ideológico com ditadores comunistas dominadores de míseras republiquetas da África e da América Latina, premiando-os com bilhões de dólares tirados dos cofres públicos brasileiros. E assim, o Trem do Pantanal foi entregue às moscas, sem nenhuma iniciativa do governo estadual – e muito menos dos nossos representes políticos estaduais e federais – que impulsionasse a iniciativa privada do turismo nacional na mostra do Trem do Pantanal nos pacotes turísticos nacionais e internacionais e assim despertasse o interesse de milhares de turistas brasileiros e estrangeiros ávidos a desbravar passeios interessantes, como o Pantanal.
O descaso dos políticos da terra e o desinteresse da classe empresarial sul-mato-grossense fatalmente condenaram ao fracasso o tão sonhado Trem do Pantanal, o qual fora jogado no lixo como entulho, o que nos entristece e nos envergonha.Agora surge uma nova esperança: o novo governo federal já designou um extenso projeto ferroviário nacional, estando projetadas três ferrovias dentro do território de Mato Grosso do Sul, o que reabre nova possibilidade à circulação do Trem do Pantanal. Todavia, tanto o governo do Estado quanto os representantes políticos de Mato Grosso do Sul – deputados estaduais e federais e senadores – continuam mudos sem nenhum pronunciamento em prol do renascimento das vias ferroviárias estaduais. Não fosse a nova sistemática político-administrativa que começa a governar o Brasil, teríamos o fundado receio de que uma vez mais o sonho ferroviário em nossa terra cairia no esquecimento daqueles que prometeram o mundo e o fundo na campanha eleitoral, mas eleitos e empossados cruzam os braços, abiscoitando todos os meses os milhares de dezenas de reais caídos do céu, num dolce farniente que lhes assegura boa vida à custa do erário público.