Em outubro de 1964, no governo de Marechal Castelo Branco, o general Charles de Gaulle, então presidente da França, veio ao Brasil em visita oficial. Segundo os jornais da época, em entrevista concedida a uma famosa jornalista carioca, o presidente francês disse que “o Brasil não é um país sério”. Foi o quanto bastou para o folclore jornalístico brasileiro criar uma imagem muito grosseira do “General de France”, tão grosseira quanto aquela frase infeliz, que pintou o nosso amado Brasil como uma republiqueta qualquer. Recentemente, outro presidente francês, o atual Emmanuel Macron, arrogantemente disse na reunião de cúpula do G-20, em Buenos Aires, “que a assinatura de um acordo comercial da França com o Brasil depende do governo brasileiro assinar o Acordo de Paris”, ameaçando dessa forma afastar o nosso País dos interesses comerciais franceses, se não anuir ao referido acordo. Em resposta, Bolsonaro afirmou que “sujeitar nosso território, leis e soberania a colocações de outras nações está fora de cogitação. Se a França defende seus interesses comerciais, estaremos dispostos a dialogar sempre, mas primeiramente defenderemos os interesses do Brasil e dos brasileiros”.
Portanto, dois presidentes franceses falando grosso na cara do nosso Brasil. Creio que essas duas personalidades políticas da bela França se olvidaram do grande significado histórico do nosso valoroso país, nos momentos da cruel humilhação ao orgulho francês durante o domínio alemão, na 2ª Guerra Mundial, quando Hitler colocou a França de joelhos perante o mundo e subjugou aquele soberbo e orgulhoso país durante mais de quatro anos seguidos. Durante todo esse período negro da história francesa, o povo francês foi vilmente humilhado e submisso sob as botas dos nazistas. A soberba França tolerou aquele inoportuno e perverso inimigo dentro de seu território durante todo o trâmite da grande guerra. Os poderosos invasores alemães eram aliados da Itália e do Japão, com os quais formava o temido “Eixo”, que levou os franceses a comerem o pão que o diabo amassou, sob o jugo da dominação militar alemã. Milhares de franceses tiveram suas casas confiscadas pelo inimigo dominador, para alojamento de oficiais e praças do garboso exército alemão, e os prédios públicos foram utilizados para aquartelamento geral da tropa nazista – uma penúria moral e material, que fez a França desmerecer a honra do maior de todos os seus heróis, o lendário italiano Napoleão Bonaparte, o general que levou os exércitos franceses às glórias da guerra no século 18.
O primeiro citado, Charles de Gaulle, escondeu-se dos nazistas na Inglaterra, durante todo o período de ocupação da França pelos tedescos. Vários países aliados lutaram tenazmente contra os invasores em pleno território francês, enquanto o general fujão estava longe da pátria, protegido pelos soldados de Sua Majestade, e a França estava caída vergonhosamente perante o mundo, surpreso com a rendição do poderoso exército francês. Milhares de soldados brasileiros lutaram na Europa pela liberdade do povo europeu, dominado pelo nazifascismo, incluindo-se a França, pátria do ex-presidente Charles de Gaulle, e do atual presidente Emmanuel Macron, os quais, expressamente, desprezaram a ação heroica dos nossos pracinhas tombados no solo europeu em prol da liberdade, contribuindo eficazmente pela libertação da França, com o sacrifício de suas vidas. Em vez de se curvarem em reverência à memória dos heróis do Brasil, os dois irreverentes presidentes franceses jogaram falácia desrespeitosa à nossa valorosa Pátria Amada.
Ainda bem que a irreverência de Emmanuel Macron não ficou sem a imediata resposta do nosso presidente eleito. Bolsonaro afirmou categoricamente ao presidente francês que “o Brasil jamais se sujeitará à imposição de outros países, muito menos para proteger a França do aquecimento global. Defenderemos os interesses do Brasil a qualquer custo. Jamais abriremos mão da nossa soberania sobre a Amazônia, custe o que custar.
C’est La Vie...