Diante das mazelas da economia nacional, que maltratam drasticamente a grande maioria do povo brasileiro, passei a meditar sobre a origem real dos entraves capitais dessas sangrias a minar o brio de um povo submisso à vaidade intocável de alguns segmentos institucionais dos poderes da República. Observo a vulnerabilidade da Administração Pública para manter harmonicamente em perfeito funcionamento a máquina administrativa, o que prejudica a programação oficial projetada para os exercícios anuais, a fim de suprir os setores vitais do Estado. Principalmente os previstos expressamente na Constituição Federal, com destaque especial aos mais importantes deles: saúde pública, educação pública e segurança pública – o pétreo conjunto de programas indispensáveis ao bem-estar do povo brasileiro. Então, vem à tona a indagação crucial: por que o orçamento anual do governo federal não garante o funcionamento satisfatório desses setores indispensáveis à boa qualidade de vida de nossos concidadãos?
O orçamento federal em 2017 ultrapassou três trilhões e quinhentos bilhões de reais, conforme estatísticas idôneas publicadas na imprensa oficial, o que representa uma soma altamente satisfatória ao pacífico cumprimento de toda a programação financeira do governo federal. Todavia, de três anos para cá, começaram a surgir crises econômicas inexplicáveis, que somente vieram à tona depois que o ex-deputado federal Roberto Jefferson, preso pela Polícia Federal, denunciou a existência do “mensalão”, um esquema de pagamento mensal de propinas em dinheiro, patrocinado pelo governo federal a políticos e empresários corruptos. A partir de então, uma assustadora onda de corrupção nos governos de Lula e Dilma foi descoberta por meio da incansável atuação do Ministério Público Federal, que não deu tréguas ao trabalho de apuração de todo o esquema de propinas patrocinado na vigência daqueles mandatários.
Posso então antever o fio da meada de toda essa rede oficial de bandidagem financeira, a prejudicar sordidamente a fiel programação para implementação dos mais altos projetos de bem-estar ao povo brasileiro, como saúde, educação e segurança, unicamente porque o País não dispõe de verbas suficientes para manter em perfeito funcionamento essas áreas governamentais extremamente importantes para todos nós, que vivemos nesse Brasil belo e imenso.
Então posso chegar à conclusão de que três são os entraves capitais à felicidade do povo brasileiro: em primeiro lugar, a corrupção no governo, como atrás relatado; em segundo lugar, assinalo os gastos com o Poder Legislativo, que atingem somas astronômicas, as quais são repassadas pontualmente todos os anos pelo governo federal aos senhores deputados federais e senadores. E, em igual sentido, aos legislativos estaduais e municipais, numa sangria impiedosa aos estados e municípios. E mais: todos os deputados federais e estaduais, senadores e vereadores, indistintamente, são aquinhoados com mordomias exorbitantes numa estupidez gritante, que chega às raias do absurdo a sangrar friamente os cofres públicos, sem nenhum retorno em prol do cidadão.
Finalmente, em terceiro lugar, escalo a isenção de impostos a pessoas e empresas como mero incentivo fiscal, todavia, sem nenhuma contraprestação por parte dos beneficiários, como a inexplicável isenção de impostos a favor de religião. Sem dúvida, uma incalculável perda de precioso numerário, um verdadeiro escárnio à miséria de milhares de pessoas carentes no Brasil. Com tal isenção tributária, o governo perde preciosa e gigantesca parcela de arrecadação, uma vez que os religiosos auferem astronômico faturamento entre os maiores do País, podendo-se antever o grandioso benefício em prol dos miseráveis por meio da aplicação de vultosas verbas nas regiões mais pobres do Brasil, caso fossem os religiosos obrigados a pagar tributos e honestos, os governantes.