Em meio ao descrédito na instituição política, o bom discernimento separa o joio do trigo. Com esse propósito, emitimos nossa opinião, de modo ajudar a realçar os bons exemplos e virtudes.
No segundo mandato, o governador Reinaldo viu seus cabelos brancos aumentarem. Não é para menos. Percebeu que a máquina pública é obesa e, por isso, lenta. Bem ao contrário do seu jeito pessoal de tocar as coisas. Viu-se algemado a uma legalidade burocrática ritualística que interfere exatamente entre o diagnóstico e a ação. Esse ritual burocrático serve mais como terapia ocupacional para um contingente excessivo de funcionários do que à população.
A autovalorização das funções públicas, divididas de modo a ocupar o maior número de funcionários, transformou-se em colesterol para as artérias da competência e agilidade. Max Weber deve estar se revirando no túmulo ao ver o controle burocrático voltado para a eficiência ter se transformado em burocracia da morosidade, fazendo vista grossa para quem realmente quer trabalhar em prol do bem comum. O altíssimo custo da folha de pagamento, consumindo metade da arrecadação, foge ao bom senso de qualquer governante sério e de bem com os contribuintes. Além disso, prejudica quem é dotado de espírito de agilidade. Por outro lado, os penduricalhos de campanha engessam ainda mais a máquina. Geralmente agregam-se ao poder pessoas que construíram seu currículo brincando de agentes influenciadores com o eleitorado. Esses preferem a sombra do poder ao trabalho. Gostam do requinte dos cargos. Talvez sejam os “postes” a que alguns analistas políticos se referem.
O governador tem os seus. Mesmo assim, conseguiu desenvoltura para impor um estilo campo-grandense de fazer as coisas assentadas na honestidade de propósitos e na boa medida de equilíbrio entre o que se arrecada e o que se pode gastar. Herdou um estado mais para coluna social do que para realidade das contas públicas. Tinhoso, equilibrou as contas do Estado. Hoje, altivo, Mato Grosso do Sul provoca inveja a muitos outros estados e é cobiça de outros países, além de não ser mais refém dos humores do governo federal. Pessoalmente, o governador Reinaldo Azambuja revelou um estilo dos sul-mato-grossenses: muito serviço e pouca conversa. Foi assim, em meio aos delírios de poder de opositores populistas, que nosso estado pode sentir orgulho de um filho da terra ter conseguido o que outros tentaram. Um estado atrativo, mas com freios em cobiças destemperadas. Nossas palavras aqui não serão suficientes para resumir os benefícios conseguidos para nosso estado.
Sim, governar é preciso. Ainda mais quando o momento requer prudência e agilidade ao mesmo tempo. Duas características do nosso governador. Quem o conhece de perto sabe que buscou a governança mais para expandir seus limites pessoais do que a vaidade e o poder que o cargo oferece. Orgulhe-se então, governador, dos seus adquiridos cabelos brancos, pois ao olhá-los no espelho poderá ver, além deles, que a cor branca também revelou o tamanho do seu afeto por este estado tão cobiçado hoje em dia, que junto a Eduardo Riedel, seu escudeiro mais fiel e bom artífice dessa vitória, têm nossa gratidão e reconhecimento, especialmente por terem deixado de lado suas propriedades rendosas para se dedicarem ao bem comum público e estabelecerem um novo parâmetro de administração pública, em que a seriedade e competência marcaram a condutas de ambos. Talvez a maior virtude dos dois tenha sido a de colocar freios nos desejos egocêntricos de muitos de seus colaboradores, que, oriundos de acordos apressados de campanha, tornaram-se penduricalhos que a honra aos acordos políticos obriga ao cumprimento destes. Nosso estado de Mato Grosso do Sul hoje é uma joia cravada no coração da América Latina a despertar desejos e suspiros. Devemos, sim, com humildade reconhecer este belo trabalho de Reinaldo e Riedel.