Artigos e Opinião

correio do estado

A+ A-

Editorial desta quinta-feira:
'Ausência de projetos'

Editorial desta quinta-feira:
'Ausência de projetos'

Redação

18/01/2018 - 03h00
Continue lendo...

O município conta com um projeto abrangente de recapeamento das vias públicas. A atual gestão não conseguiu concluir licitações, como a dos radares.

O prefeito de Campo Grande, Marcos Trad já cumpriu mais de 25% de seu mandato, deverá levar anos e encerrar-se em 2020. É uma etapa considerável de seu período de administração.

O primeiro ano, aliás, talvez seja a mais difícil, pois nela o orçamento anual é elaborado pelo antecessor, e os gestores - apesar de um período de transição nos meses anteriores à posse - não têm plena liberdade para implementar seu plano de governo.

Seja em qualquer esfera de poder, federal, estadual ou municipal, o chefe do Executivo costuma contar com a tolerância da população em seu primeiro ano de mandato. O eleitor, sabiamente, sabe das dificuldades em assumir problemas já existentes (alguns crônicos) e solucioná-los. O cidadão campo-grandense creditou sua confiança à administração municipal em 2017.

Mesmo circulando por ruas esburacadas, praças tomadas pelo mato, vias com sinalização precária, e percebendo atrasos na entrega de uniforme escolar, e deficiência no sistema de iluminação pública, entre outras dificuldades, o morador da Capital evitou críticas mais ácidas a Marcos Trad em 2017, como as direcionadas aos seus antecessores Alcides Bernal e Gilmar Olarte.

A sabedoria do cidadão não pode nunca ser desprezada. A população ainda se lembra muito bem do caos vivido entre os anos de 2013 e 2016. Por lembrar-se do que ocorreu nessa época, não quer viver este drama novamente.

Em que pesem as dificuldades de colocar a administração municipal de volta aos trilhos, a tolerância do cidadão não é eterna. Em 2018, a situação será diferente para o prefeito Marcos Trad e equipe. Os atos dele neste ano não serão mais comparados com o dos ex-prefeitos, mas com a primeira etapa de seu mandato. 

A julgar pelos fatos deste início de ano, a tarefa do prefeito não será nada fácil. Ele ainda tenta lidar com a altíssima rejeição à taxa do lixo. Ainda que revogada, os moradores dificilmente esquecerão do reajuste de mais de 200% na cobrança do tributo. Milhares de cidadãos, no mínimo, lembrarão o ano inteiro das horas que passaram nas filas da central de atendimento, para tentar se livrar de pagar a taxa. 

Na edição de ontem, revelamos que o município ainda não dispõe de um projeto abrangente de recapeamento das vias públicas. Ruas importantes da cidade estão repletas de buracos, e com a estrutura extremamente comprometida, sem tapa-buraco que resolva. As dificuldades são tantas, que nem mesmo licitações importantes foram concluídas. A que reativaria os radares (desligados desde dezembro de 2016) e renovaria os semáforos são alguns dos exemplos. 

Chegou o momento de o prefeito deixar pequenos eventos de lado, como aberturas de escolinhas de futebol e lançamentos de aulas de balé nas escolas, para resolver problemas mais importantes e abrangentes. É o que a população quer. Quem mora em Campo Grande quer ver a cidade sem buracos, limpa e organizada novamente.