O clamor do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, pelo reforço da segurança na fronteira é bem-vindo. Mais na luta por mais na luta para resolver um problema antigo.
Mato Grosso do Sul ganhou mais um aliado em sua campanha para que o governo federal aumente a fiscalização nas regiões de fronteira. Trata-se do governador do Estado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, que desde a semana passada vem afirmando que a criminalidade no estado que governa só será reduzida caso a segurança nas regiões de fronteira seja reforçada. E este trabalho, depende do governo federal.
Há várias décadas que este veículo de comunicação, e também várias autoridades e representantes da sociedade civil de Mato Grosso do Sul, cobram um maior empenho da União na fronteira do Estado com Bolívia e Paraguai, especialmente com este segundo país, porque nela, há poucas barreiras entre um país e outro, o que facilita a passagem de qualquer coisa, inclusive e sobretudo, de produtos ilícitos. É por meio da fronteira seca com o Paraguai que entram clandestinamente, armas, drogas, e ítens de contrabando.
Não é de hoje que Mato Grosso do Sul é corredor do tráfico e do contrabando. Desde a década de 1970 que a intensidade do problema só aumenta. Uma pequena amostra da gravidade das ações ilícitas são os presídios do Estado. Praticamente todas as penitenciárias estão superlotadas, abrigando quase o dobro da capacidade de detentos, sendo que uma parcela muito significativa destes presidiários, não vivem no Estado, e foram presos em flagrante por envolvimento com o tráfico de drogas. A despesa para a manutenção destes detentos, porém, fica por conta do governo de Mato Grosso do Sul. Ajuda da União para a custódia das pessoas presas por tráfico é praticamente inexistente.
Se em Mato Grosso do Sul o problema por ser um corredor do tráfico é basicamente financeiro, no Estado do Rio de Janeiro é muito maior: é um conflito armado. Boa parte do armamento pesado que chega às comunidades cariocas dominada por organizações criminosas, entra no Brasil pela fronteira com o Paraguai. Como se não bastasse isso, um volume grandioso de cocaína tem entrado no país por meio de uma rota que começa no Paraguai, passa por MS, e chega aos portos das regiões Sul e Sudeste rumo à Europa. Parte deste entorpecente, também fica na região mais habitada do Brasil, para atender a demanda dela.
O clamor de Witzel é bem-vindo. É um dos primeiros governantes do Sudeste que ajudam Mato Grosso do Sul na luta por mais recursos e mais segurança na fronteira. Se de fato, este reforço no policiamento vier, todos ganharão.