Sobre a regulamentação dos aplicativos de transporte, ela é necessária, mas, ao mesmo tempo, deve ser feita de forma justa.
Mobilidade urbana foi um dos temas mais debatidos desta década e certamente será um dos assuntos mais debatidos da próxima. O tema está diretamente ligado a um dos elementos fundamentais de qualquer nação reconhecida como um estado democrático: o direito de ir e vir. O conceito de liberdade também está vinculado à faculdade do cidadão de poder se locomover pela cidade, por seu estado, por seu país.
Em um Brasil cada vez mais urbanizado, à medida que as décadas passam, a vida das pessoas acontece na cidade, e o detalhe é que, a cada ano, existem muito mais pessoas nas cidades. Campo Grande, por exemplo, conforme divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na semana passada, ganhou pelo menos 30 mil novos habitantes em um ano. A população da cidade se aproxima dos 900 mil habitantes.
Então, devemos refletir que a melhor forma de tornar o cotidiano de 900 mil pessoas que dividem um mesmo espaço (o perímetro urbano) é fazer com que o tempo de deslocamento seja o mais curto e confortável possível.
Ontem, a Prefeitura de Campo Grande e os vereadores tocaram em uma ferida aberta há mais de dois anos: a regulamentação dos aplicativos de transporte. Indendentemente da opinião dos usuários, que muda com o passar do tempo, é fato que eles transformaram a maneira com que os moradores do município se deslocam entre um ponto A e um ponto B. Se antes as opções seriam o ônibus, o carro ou a motocicleta próprios, o táxi e o mototáxi, a chegada do aplicativo de transporte ocupou o espaço de todos esses meios de locomoção citados e incomodou todos eles.
Sobre a regulamentação dos aplicativos de transporte, ela é necessária, mas ela, ao mesmo tempo, deve ser feita de forma justa. A tributação, por exemplo, deve ser igual para todos os meios que proporcionam um serviço público de mobilidade urbana. As regras também devem ser proporcionais para todos.
A aprovação do projeto de lei, que deve ser sancionado - com ou sem vetos - em breve pelo prefeito Marcos Trad, é um reconhecimento de que o transporte urbano por meio de aplicativos é uma modalidade que veio para ficar. No início, muito celebrada por uns, e combatida por muitos. Agora, criticada por alguns usuários, e futuramente regulamentada pelo município.
Esperamos que a população de Campo Grande, possa, cada vez mais, deslocar-se pela cidade com segurança e tranquilidade. Todos ganharão com isso. As pessoas economizarão tempo, e talvez dinheiro. O poder público, certamente arrecadará (é importante que isso ocorra de forma justa) mais, e economizará também.