Lamentavelmente, o ambicioso projeto da fábrica de fertilizantes da Petrobras, do início desta década, não foi concretizado. Ele é importante para o desenvolvimento local.
O planejamento é algo essencial em qualquer situação da vida, seja de uma pessoa, seja de uma companhia, seja de uma coletividade, como a população de uma região ou de um país. É por meio dele que o ser humano evolui, na tentativa inalcançável de atenuar os efeitos das intempéries. Para todo caminho a ser seguido deve existir um plano muito bem fundamentado. A existência desse plano, porém, não significa que sua execução será conforme as previsões iniciais.
Por estarmos tratando de planos que envolvem pessoas e a relação delas com a natureza, fica difícil não desprezar o imponderável. Se os seres humanos não tivessem essa predisposição para desviar-se dos planos, seriam robôs. O mesmo se aplica à natureza. A humanidade, nos tempos atuais, consegue prever (e na maioria das vezes acertar a previsão) chuvas, estiagens, nevascas e vendavais. Mas sempre se tratará, como o termo bem define, de uma previsão, e não de algo preciso.
Os avanços conquistados pelo homem, sobretudo por meio da adoção de métodos científicos, sempre ocorreram por causa da concretização de planos, que um dia estiveram em uma folha de papel, na tela do computador ou mesmo na prancheta. Se esses planos e projetos restassem inacabados, certamente estaríamos vivendo em condições similares às da idade média.
A década atual, que caminha para o fim, começou repleta de planos, de muito otimismo, sobretudo no que concerne à industrialização do Brasil e à melhoria de qualidade de vida da população. Foi neste cenário que grandes indústrias foram anunciadas em Mato Grosso do Sul, como a Unidade de Fertilizantes Nitrogenados da Petrobras em Três Lagoas, a UFN3.
Como o leitor poderá ver com mais detalhes em publicação nesta edição, passou a existir uma nova luz no fim do túnel para a conclusão desta unidade, que, quando pronta, será uma das maiores fábricas de nitrogenados da América Latina. Seria importante que esse plano, cuja execução teve início no começo desta década, fosse concluído pelo menos nos primeiros anos da que está prestes a começar.
Fica a reflexão para o leitor: se a unidade da Petrobras não tivesse suas obras interrompidas em 2014, em decorrência de ilegalidades descobertas na Operação Lava Jato, teríamos uma grande indústria consumindo mais de 2 milhões de m³ de gás natural por dia e um polo com outras indústrias para aproveitar ureia, potássio e gás carbônico da fábrica de Três Lagoas.
Infelizmente, esses planos ainda não foram concretizados e Mato Grosso do Sul continua vivendo a esperança de que um empreendimento bilionário passe a gerar renda e emprego em todo o Estado.