Caso o Supremo Tribunal Federal libere a venda da UFN3 para o grupo russo Acron, a cidade de Três Lagoas e Mato Grosso do Sul terão um grande empurrão para deixar a crise para trás .
Certamente um dos episódios mais marcantes desta década para a cidade de Três Lagoas - e por que não para todo o Estado? - está diretamente ligado à construção de uma gigantesca fábrica de fertilizantes naquela cidade.
Para Mato Grosso do Sul, que há pouco mais de duas décadas tinha boa parte de sua economia sustentada na venda de commodities como grãos (soja e milho), carne bovina e minério de ferro, a conclusão da fábrica, inacabada há alguns anos, poderá representar a consolidação de um ciclo de transformação.
Os números da fábrica são colossais antes mesmo de ela ficar pronta. A conclusão dela demandará investimentos de R$ 5 bilhões. A empresa russa Acron, comprou a estrutura já construída da Petrobras por R$ 3,2 bilhões (negócio cuja concretização depende de decisão do Supremo Tribunal Federal, pautada para esta quinta-feira). Quando concluída, a geração de empregos diretos pode chegar a 7 mil.
Parte desta transformação teve início com o otimismo gerado pela vinda da indústria, que depois transformou-se em frustração. A construção da Unidade de Fertilizantes 3 (UFN3) provocou uma onda de otimismo, e de consequente migração para a cidade. Mais tarde, com a paralisação das obras, na mesma proporção, veio uma onda de frustração.
A construção da UFN3 foi interrompida pelo mesmo mal que ajudou a gerar a crise que o Brasil está passando: a corrupção. A conclusão desta mesma fábrica, poderá ajudar a devolver os bons momentos à cidade de Três Lagoas e, certamente, ajudar a melhorar o desempenho da economia sul-mato-grossense.
Parte do destino da cidade de Três Lagoas está nas mãos dos ministros do Supremo Tribunal Federal. A decisão deles, poderá fazer retomar o processo de crescimento da cidade da região leste do Estado, que viu sua economia ser transformada com a chegada de indústrias de papel e celulose, e encheu-se de esperança com o anúncio da chegada da UFN3.
Desde a construção desta última foi paralisada, o município atravessa uma espiral de más notícias: o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) tem apresentado saldos negativos e, no mês passado, a Pepsico Mabel, uma das primeiras grandes indústrias a se instalar na região, fechou suas portas.
Sobre a UFN3, esperamos boas notícias para os próximos dias. Além dos investimentos necessários e empregos que a indústria pode gerar, o otimismo que ela poderá trazer será fundamental para vencer a crise.