Pela primeira vez, Mato Grosso do Sul terá dois ministros em uma mesma administração federal, e o Estado deve ser beneficiado.
O governo Bolsonaro ainda nem começou e o Estado de Mato Grosso do Sul já demonstra, com o presidente eleito, um prestígio que nunca teve no primeiro escalão do governo federal. São dois ministros, de pastas importantíssimas para a administração pública, já confirmados. Num primeiro momento, a deputada federal Tereza Cristina (DEM) foi a escolhida para comandar a pasta da Agricultura e Pecuária. Anteontem, foi a vez de Luiz Henrique Mandetta (DEM), também deputado federal, ser confirmado na Saúde.
Representantes de Mato Grosso do Sul já ocuparam cargos importantes. Carlos Marun (MDB), inclusive, é o atual ministro da Secretaria de Governo, importante função no mandato do presidente da República, Michel Temer. O ex-senador Delcídio do Amaral já foi ministro de Minas e Energia no governo de Itamar Franco e Ramez Tebet, outro ex-senador, ocupou a pasta da Integração Nacional no governo de Fernando Henrique Cardoso. Mas dois ocupantes do primeiro escalão, de uma vez só, reiteramos, é algo inédito e Mato Grosso do Sul pode tirar vantagem, no cenário nacional, deste feito.
Em primeiro lugar, cabe enfatizar que Tereza Cristina e Luiz Henrique Mandetta não estão chegando à “tropa de elite” (para usar um jargão militar) de Jair Bolsonaro por indicação partidária, ou para fatiamento do poder com as agremiações, prática que virou rotina na nova democracia, nas gestões de PSDB e PT. Apesar de ambos pertencerem ao DEM, eles alcançaram seus respectivos ministérios pela força das bases: a futura ministra da Agricultura conta com o apoio da Frente Parlamentar da Agricultura e das federações do setor de todo o País. Mandetta, ao ser anunciado na Saúde, estava ao lado de diretores das principais santas casas do Brasil e de dirigentes dos conselhos de medicina, sindicatos e associações médicas.
Sabemos, claro, que um ministro deve trabalhar para o desenvolvimento do País, sem diferenciação entre as unidades da Federação, guardadas as devidas proporcionalidades envolvendo critérios como território e população. No entanto, é salutar enfatizar que o núcleo de apoio de Mandetta e Tereza Cristina está em Mato Grosso do Sul e é natural que, ainda que não privilegiem seu estado, pelo menos não o tratem com desdém, como já ocorreu em outras ocasiões. Tenham certeza, o tratamento equilibrado. A justiça na distribuição dos recursos federais será um enorme ganho para o Estado.