Mais gente trabalhando e investindo e mais gente vendendo representa mais dinheiro na praça. Por isso os planos do comércio para o fim do ano são importantes.
Números do Banco Central do Brasil, de empresas de consultoria ligadas ao mercado financeiro, já demonstram otimismo para o desempenho da economia brasileira nesta segunda metade de 2019. Agora, chegou a vez de um setor vital para a atividade econômica nacional: o comércio. Nesta edição, trazemos uma reportagem que mostra que os comerciantes esperam contratar milhares de trabalhadores temporários visando às vendas de fim de ano.
Também será um primeiro grande teste da nova legislação trabalhista, que, embora esteja vigente desde 2017, terá pela frente um cenário melhor, com um desejo – e certamente a possibilidade – de consumo maior por parte de quem espera presentear neste fim de ano. Algumas medidas tomadas pelo governo federal estão contribuindo para melhorar as perspectivas. Uma delas, por exemplo, é o saque dos R$ 500 do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Um dinheiro que em um primeiro momento parece pouco, mas, quando são somados os valores que os cidadãos têm para receber (ou já recebeu), transforma-se em números respeitáveis. Em Mato Grosso do Sul, a liberação alcançará a casa de centenas de milhões de reais; no Brasil, as cifras serão bilionárias até o fim do ciclo.
A contratação de trabalhadores temporários neste fim de ano é positiva não somente para os comerciantes, que esperam ganhar mais com um volume maior de vendas, mas é fundamentalíssima para a retomada do crescimento da economia. Em uma ponta, níveis maiores de consumo representam produção maior nos setores da agropecuária e da indústria. Na outra, a renda a ser obtida por esses trabalhadores – alguns vivem até o momento o drama do desemprego – certamente será convertida em gastos com consumo e lazer.
Mais gente trabalhando e investindo e mais gente vendendo representa mais dinheiro na praça. Conceito simples, mas, quando nos deparamos com uma grande crise como a vivida nos últimos anos, nos faz perceber como é difícil fazer com que esta lógica funcione de forma harmônica. A explicação para este fenômeno é igualmente simples: o pessimismo gera retração no consumo e nos investimentos, e o otimismo gera crescimento: mais demanda e mais recursos em circulação. Para este fim de ano, estaremos, claro, do lado otimista.