O drama cotidiano de muitos brasileiros, provocado pela economia desaquecida, precisa terminar. A reforma da Previdência é única solução proposta.
A população brasileira está em compasso de espera. A torcida de todos é para que a situação melhore, e que tempos melhores para sobreviver, retornem. Há alguns meses poderíamos afirmar aqui que o compasso de espera citado no início deste texto, fosse somente do mercado financeiro, ou de determinados setores da economia. Agora, cada vez mais pessoas clamam por dias melhore. Apesar de muitos discordarem dela e da forma que ela foi proposta, a reforma da Previdência tornou-se o elemento essencial para destravar a economia. Nenhuma outra alternativa foi proposta.
As pessoas querem ter esperança, e não é difícil de constatar este apelo. Para comprovar isso, basta ir à bancos de vagas de trabalho e suas filas quilométricas. A procura por unidades habitacionais com subsídios, por concursos públicos e por programas de fomento para empreender, tem sido grande, cada dia maior. Realidade que denota a baixa capacidade da população investir em seu próprio sustento. Por isso a grande procura por programas governamentais que facilitem o acesso a bens e ao trabalho.
Este drama vivido por muitos brasileiros, não somente aqueles que já estão em uma situação de sobrevivência complicada, sem um emprego e uma renda fixa, mas também que ainda sobrevivem absorvendo o forte impacto da crise econômica que insiste em permanecer, tem de acabar. Por esta urgência, a reforma da Previdência ganha adeptos e não por seu conteúdo, mas por seu simbolismo: o de aquecer a economia.
O governo federal precisa mudar as regras da previdência para ter mais dinheiro para investir em obras e em ações de educação e saúde. Infraestrutura, saúde e educação são investimento com um poderoso efeito multiplicador, certamente maior que o pagamento de benefícios e salários pelo poder público. A obra de um conjunto habitacional financiado pelo poder público, por exemplo, gera emprego no setor da construção civil, dá oportunidade aos mais carentes, que não tem capital suficiente para adquirir patrimônio, e ainda ajuda a movimentar o mercado imobiliário. É disso que o Brasil precisa no momento: de liquidez, de dinheiro circulando.
A reforma da Previdência poderá não salvar, sozinha, a economia brasileira. O conteúdo dela pode ser, para muitos, tão duro como a realidade é para outros tantos. O que, a cada dia caminha para virar um consenso, é que a reforma pode ser a luz no fim do túnel para o país.