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Confira o editorial desta quarta-feira:
"A esperança vem do campo"

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Se não bastasse ter amortecido o impacto da recessão, o agronegócio também pode ser a chance de recuperação do setor imobiliário pós-crise.

Parte da história, o agronegócio sempre foi importante para a economia sul-mato-grossense. É pela safra de grãos ou pela arroba do gado que o comércio prevê se terá, ou não, boas vendas. Porém, poucas vezes, a força vinda do campo ficou tão evidente como de 2014 para cá, quando o Brasil se afundou em uma das piores crises econômicas de sua história.

Estados industrializados viram sua saúde financeira escapar pelos dedos, o Produto Interno Bruno (PIB) recuar e o desemprego disparar – algumas unidades, como o Rio de Janeiro, não se recuperaram do baque até hoje. A crise econômica também atingiu Mato Grosso do Sul. Porém, com uma potência reduzida pelo setor agropecuário. Agora, se não bastasse ter amortecido o impacto da recessão, também pode ser a chance de recuperação do mercado imobiliário, um dos mais impactados pela crise.

Reportagem do Correio do Estado, publicada na edição de ontem, mostrou que transações imobiliárias movimentaram R$ 2,8 bilhões somente no primeiro semestre deste ano – R$ 839,6 milhões a mais em comparação ao ano passado. Parte deste resultado se deve ao comportamento apresentado pelas transações imobiliárias, que têm registrado “bons resultados”, como explicou Dilson Tadeu Auerswald, presidente da Câmara de Valores Imobiliários (CVI). Entre as cidades que se destacaram estão Dourados, Ponta Porã e Sidrolândia, além de Campo Grande; não por acaso, grandes produtoras de grãos, principalmente a soja, registraram safra recorde.

Agora, a projeção é de que esse aquecimento consiga quebrar o gelo e chegar ao perímetro urbano. A expectativa, conforme reportagem de hoje, é de que o produtor rural use o dinheiro da transação de uma propriedade rural para investir na cidade. Uma ótima notícia para um setor da economia que levou duro golpe nesta semana. O setor da construção civil chegou a registrar alguns meses de boa recuperação, com o otimismo em alta, mas os índices regressaram novamente no segundo trimestre e, com a revisão do PIB de 3,5% para 1,5% este ano, a esperança voltou a ficar nas mãos do agronegócio, que, mesmo com as perdas no milho safrinha, tem registrado bons índices, e a tendência é de que continue crescendo.

Enquanto a economia nacional ainda tenta se reequilibrar de um dos seus piores tombos, a agropecuária sul-mato-grossense projeta crescimento e deve movimentar R$ 29,5 bilhões neste ano, R$ 800 milhões a mais do que em 2017, montante que possivelmente vai refletir em todos os outros segmentos de Mato Grosso do Sul.