A pesar de não ser crime, dirigir sem estar devidamente habilitado é errado. E caso a pessoa que assuma o risco de dirigir sem ter a devida capacidade para tal provoque algum acidente, ou mesmo a morte de outra pessoa - ou até a sua própria -, está sujeita as devidas punições.
Quem conduz motos, carros e outros veículos sem ter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) está ciente dos riscos, que são inúmeros. Mas muitas pessoas nesta situação tentam se justificar de diferentes maneiras, para se manterem irregulares. A principal "desculpa", de acordo com o Departamento Estado de Trânsito (Detran-MS) e o Batalhão de Polícia Militar de Trânsito (BPMTran) é a crise financeira, e por conta do preço exorbitante para se obter uma habilitação que pode ultrapassar R$ 2,5 mil, muitos se arriscam a dirigir sem o documento.
Mas além de não terem o devido preparo para tal, os mesmos infratores cometem outras ilegalidades, como dirigir sob efeito de álcool e drogas, exceder o limite de velocidade, não utilizar o cinto de segurança, entre outras faltas graves que também tornam o trânsito perigoso e mortal.
Enquanto a quantidade de novas habilitações emitidas vem caindo ano a ano, as vítimas fatais do trânsito em Campo Grande só aumentam. De 2017 até agora, 180 pessoas morreram em acidentes na Capital - 70 naquele ano, 84 em 2018. Nos quatro primeiros meses deste ano já foram 23 mortes.
Condutores sem habilitação trafegando pela cidade não são os únicos que causam acidentes, é fato. Mas na grande maioria das vezes pessoas sem habilitação estão envolvidas nos casos, seja com ou sem vítimas.
Além da fiscalização que deve ser ponto central para a polícia e órgãos de trânsito, cada um deve assumir sua própria parcela de cuidado consigo mesmo e com o próximo. Algo simples como a CNH pode ser o começo de uma mudança maior, onde cada um e todos respeitam regras e lei estabelecidas.
O brasileiro é conhecido dentro de fora do País, por querer "se dar bem" diante de qualquer situação adversa. Porém não existe a possibilidade de sair ganhando quando todos perdem. Talvez a falta de punição efetiva para quem é inabilitado e "apenas" dirige sem causar nenhum problema, seja um dos motivos da persistência em fazer o errado.