Também esperamos que, em breve, o gás de cozinha tenha seu preço reduzido. A medida beneficiaria as famílias mais carentes e aumentaria o poder de compra
Recentemente, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que uma das saídas para retomar o crescimento da economia do Brasil é melhorar o desempenho da máquina administrativa. E essa meta seria atingida não ultrapassando o teto de gastos e de investimentos, mas, sim, “quebrando o piso”. Nesta mesma linha, o ministro também afirmou, no mês de julho, que o País precisaria de um “choque” para baixar o custo da energia. E quando ele fala de energia, não se refere somente à elétrica, mas a toda a cadeia de produtos que permitem a sua geração, como petróleo e gás natural, por exemplo. Até mesmo biocombustíveis entram nesta lista.
Nesta edição, conforme reportagem publicada na página 5, mostramos que o choque para baixar o custo da energia e, consequentemente, o custo de vida deve começar no próximo ano. E o primeiro passo a ser dado nesta nova política do governo ocorrerá em Mato Grosso do Sul, por meio do Gasoduto Bolívia-Brasil, que tem o portão para entrada do produto do país vizinho localizado em território nacional, em Corumbá.
A partir do próximo ano, os gestores da MSGás, companhia estatal de distribuição do hidrocarboneto, preveem redução de até 30% no preço final do produto ao consumidor. É um passo importante para diminuir o peso do custo de vida.
Diretamente, serão afetadas não somente as indústrias que compram o gás da estatal, mas também os moradores de condomínios que usam o produto e ainda os donos dos veículos adaptados para o utilizar como combustível. A mudança na política de preços e a quebra do monopólio da Petrobras na venda do produto por atacado poderão tornar o gás natural veicular um combustível competitivo nos postos, como já ocorreu na década passada.
Também esperamos que, em breve, o gás de cozinha tenha seu preço reduzido. Tal medida beneficiaria, sobretudo, as famílias mais carentes e, seguramente, aumentaria o poder de compra de todos. A ideia do ministro Paulo Quedes de “quebrar o piso” em vez de “estourar o teto” é interessante porque não só aumenta – num curto e médio prazo – o poder de compra das famílias, como impede que a inflação retorne. É importante enfatizar que a inflação também é um fator que aumenta o custo fixo de qualquer orçamento, seja no doméstico, seja no corporativo.
Torcemos que a previsão dos diretores da MSGás, de fato, se concretize. Reduzir custos é um caminho viável e interessante para retomar o crescimento.