O movimento “O sul é o meu país” que defende a separação dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul do restante do país pretendia espalhar milhares de urnas próximas dos colégios eleitorais, no dia das eleições municipais em outubro de 2016, indagando se os eleitores apoiam a ideia de um país independente. A iniciativa foi barrada pela Justiça pois se trata de um crime, uma vez que rejeita a ideia de pluralidade prevista na Constituição Federal. Esse grupo tem dificuldades de se integrar à nação.
É um absurdo completo alguém imaginar que se o Brasil fosse dividido em duas partes, a região Sul teria melhor oportunidade de ser desenvolvida. A unidade nacional é tão importante para a economia quanto outros recursos ainda não explorados em algumas regiões. A crise econômica atual e a transição para 2018 felizmente não abalaram completamente a República. A Operação Lava-Jato, por sua vez, é o roteiro para definir o novo rumo de uma economia aberta e articulada por força de intensas relações sociais baseadas na ética.
Infelizmente, os custos de uma federação desequilibrada e desigual são muito altos, em particular para os estados do sul do Brasil. Contudo, em longo prazo, a manutenção da unidade nacional é muito vantajosa. A integração já conseguida até agora criou excelentes oportunidades para outras regiões do país, notadamente para as regiões Centro-Oeste e Nordeste.
Os movimentos separatistas na história republicana e mesmo antes, nos tempos dos dois reinados, não são novidades. Na verdade, eles causam enormes danos a cultura brasileira e estimulam conflitos desnecessários. Do equilíbrio federativo não depende apenas o futuro da nação, diante do enorme desafio que representa sua incorporação ao mundo globalizado. Depende, sobretudo, o fortalecimento do estado democrático de direito que estamos experimentando pela primeira vez.
Neste momento, acredito que o melhor que pode ocorrer é o afastamento definitivo da Presidente da República e a normalização da vida política nacional com o afastamento simultâneo do ex-presidente da Câmara dos Deputados. Para equilibrar o modelo federativo atual nada melhor do que a possível queda da inflação. Desde a Segunda GuerraMundial o Brasil nunca experimentou longos períodos de inflação baixa o que explica a dificuldade do país para prosperar de forma integrada e sair definitivamente da pobreza. Vamos torcer pelo melhor.


