Não é nada agradável a gente ver uma Instituição com tão pouco tempo de existência, como a Guarda Civil Municipal de Campo Grande ter o nome envolvido em escândalos tão nefastos e depreciativos, causados por elementos marginais que se aproveitam de qualquer brecha ou descuido nos seus processos de seleção para se incorporarem nas suas fileiras. É evidente que em algum momento das diversas etapas que se fazem para a escolha dos melhores candidatos, alguma coisa falhou e a consequência disso vem depois com tantos escândalos que se sucedem, manchando, obviamente, o nome da Corporação que tem pouco mais de uma dezena de anos de vida. Será que é possível que alguém entre para a Guarda Municipal cheio de boas intenções, honesto e decente e depois lá dentro se torne um bandido? Quase improvável. Quando a pessoa possui tendências malignas, quando não se mostra inteiramente apto e disposto a seguir regras e sujeição às normas que se impõe a determinado cargo, quando demonstra qualquer mínimo sinal de desvio ou indiferença a uma situação que seja proposta, visando auferir o que pensa, como age, é obrigação dos profissionais responsáveis tentar detectar essas tendências. Claro que existem exceções. Nenhum psicólogo ou outro profissional da área responsável pela seleção, investigação, etc., é adivinho, mas em muitos casos, poderia ter sido evitada a contratação de marginais se houvesse um rigor mais excessivo nos diversos tipos de testes que são aplicados aos candidatos. Existem casos em outras instituições policiais pelo país de pessoas que conseguiram serem nomeados para o cargo, mesmo depois de todas as investigações ao seu respeito e depois se constatou que não passavam de bandidos das piores espécies, que se aproveitou de documentos falsos ou descuido de alguém, para fazer parte da instituição policial apenas para servir ao crime. Acontece.
Aqui não se pretende acusar ninguém da Guarda Civil, da PM ou da Civil, de negligência ou irresponsabilidade, até porque, a presença de maus servidores com instintos para o crime não é privilégio da GCM. A nossa gloriosa Polícia Militar, a briosa Polícia Civil de MS, infelizmente, também tem em suas histórias, casos tristes de maus elementos que mancharam e desonraram suas fardas e distintivos. Apenas para relembrar, membros da PM de MS sequestraram e mataram o Ludinho, filho do falecido pecuarista e político Ludio Coelho em 1976. Outros, mais recentes, foram presos por contrabando de cigarros. Na Policia Civil existem também diversos casos de policiais envolvidos com o crime, como contrabando, tráfico de drogas, assassinatos, etc. São muitos crimes nesses anos todos de gente da PM, da Civil, que quase não dá para enumerar. Vale o registro, que não são a PM, a Polícia Civil e nem a GCM que cometem crimes. As instituições sofrem o desgaste desses bandidos que se disfarçam de policiais e guardas. Mais do que nunca é preciso preservá-las e aos seus bons integrantes, pois a sociedade precisa de seus relevantes serviços. Quando marginais se infiltram em nossas polícias, crimes dos mais terríveis ocorrem, e até mesmo assassinatos de juízes, promotores, entre tantas outras barbaridades ocorrem. O crime não é privilégio de policiais bandidos, mas quando é cometido por eles, toda a sociedade, de maneira geral, corre um grande perigo, pois esses malditos marginais entram em nossas casas a hora que querem, muitas vezes protegidos por ordem judicial.
Todo cuidado ainda será pouco quando se fizerem as investigações a respeito do sujeito que pretende ser Policial ou Guarda Municipal. É preciso que se vá a fundo à sua vida pregressa, até em sua juventude, se for possível. O psicotécnico então, nem se fala. Esse exame é muito importante e não pode, jamais, ser descartado qualquer tipo, por mínimo que seja, de desvio de conduta do candidato e o Judiciário precisa apoiar nessa questão. Mesmo assim, é claro, não estaremos livres dos bandidos de farda, mas, certamente, se o serviço for muito mais rigoroso, mais cairão já na seleção Tudo isso e tudo que for preciso fazer servirão para valorizar e respeitar os bons homens e mulheres honestos da Guarda Civil, das Polícias Civil e Militar, Instituições que apesar de todos esses tristes casos, prestam um grande serviço à sociedade de Mato Grosso do Sul.