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Carlos Lopes dos Santos: "A importância dos votos de um 'Feliz Natal'"

Advogado

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Feliz Natal! Feliz Natal, pode ser considerada a frase mais dita nesses tempos no mundo. Obviamente, na Alemanha se diz “Frohoe Weihnachaten” para o Feliz natal. . No Paraguai, em Guarany é “tupãra’y’ára rory”, em espanhol “Feliz Navidad”, no italiano “buon natale”. Na longínqua Austrália, na África, enfim em todos os cantos do mundo, sempre haverá alguém declarando o “Feliz Natal” a alguém na sua língua pátria. 

Como será o ser “Feliz Natal” no Iêmen? Na Síria, no Sudão do Sul, no Afeganistão, na Turquia, na Venezuela, e em muitas partes do planeta? Evidentemente, o Natal ocorrerá, já o “feliz” deverá ser bem restrito. E para os que acham que sou muito “negativo”, acrescento, que no Brasil também, apesar de não termos guerras territoriais e ideológicas (em tese), o natal não trará felicidade para muita gente.

Recentemente, vimos um louco adentrar a um templo cristão e assassinar cinco pessoas inocentes em Campinas/SP. Todos os dias vemos as tragédias se abaterem sobre as famílias e cidadãos brasileiros.

Quando a tristeza não é provocada por bandidos assaltantes, ladrões e estupradores, um morro desliza sobre inúmeras casas, ceifando a vida de tantos ou então são os irresponsáveis no trânsito causando o sofrimento das mães, pais, esposas e esposos, família em geral, de toda uma geração. Temos também os corruptos, políticos ou não, e de quebra, governos incompetentes que não resolvem os grandes problemas da população.

Não sou pessimista. Sou realista e se não nutrisse uma infindável e eterna fé em DEUS, não me importaria mais em demonstrar aos meus filhos que vale a pena ser bom e honesto. A Fé é algo estranho. Difícil explicar, por isso mesmo, respeito meus amigos ateus, que não a conhece.

Cada vez mais o ser humano caminha em direção ao abismo e parece que nada deve frear sua jornada. O intrigante de tudo isso é que o homem, no sentido genérico, tem a absoluta certeza de que não é imortal, contudo age como se fosse.

Vá falar em DEUS para nossos maiores líderes mundiais, àqueles que têm o poder terreno de equacionar os grandes problemas da humanidade, como a guerra, por exemplo, e é possível que até alguns deles digam que acreditam e respeitam a Deus e agem por vontade DELE. Por isso que eu afirmo que a Fé, de tão simples que é, não pode ser entendida por qualquer um, principalmente pelos que se julgam poderosos na terra ou mais inteligente do que os outros. 

Agora imaginem o presidente sírio Bashar al-assad, desejando o Feliz natal ao seu povo, ele que poderia terminar com uma guerra de mais de sete anos e milhares de mortos e não o faz. Quem acredita no “Noeliniz Kuthu olsun” dele? Menos mal para o “Feliz Natal”, porque na Arábia Saudita não existe natal, senão o malfadado príncipe herdeiro Mohamed Bin Salmanl certamente usaria a frase para seus súditos. 

Apesar de todas as tristezas do mundo, o Natal vai ser sempre época de paz e alegria para os verdadeiros cristãos. Como se fora um Oasis num deserto seco e ávido de paz, dezembro traz a esperança e o Feliz Natal relembra o renascimento da salvação da alma, em que pese ninguém saber exatamente a verdadeira data do nascimento do Redentor, 25 de dezembro será sempre o eterno Feliz natal.

Creio que àqueles que como eu creem, não devemos jamais nos esquecer nesse Natal de 2018 de elevar uma prece a todas as crianças que morrem de fome no Iêmen, das vidas inocentes que se perdem na Síria em todos os lugares da terra por causa da estupidez humana. Para os que puderem, acrescente ao seu “Feliz Natal”, uma cesta básica ou um presentinho a uma família e criança carente de sua cidade. Para os quem tem condições não custa nada e não se esqueçam de que a esmola de quem pouco tem e a doa com amor, vale muito mais do que uma grande fortuna doada apenas por desencargo de consciência.

Se por acaso você não tiver nada para doar, não se esqueça de que o seu desejo de “Feliz Natal” pode ser a coisa mais importante, desde que eu coração esteja repleto de sinceridade, verdade ao proferir essa linda frase.

FELIZ NATAL (de verdade mesmo) a todos brasileiros e ao Mundo.

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Produtos livres de desmatamento nas estratégias da União Europeia

11/04/2024 07h30

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O Regulamento para Produtos Livres de Desmatamento é um entre vários componentes do Pacto Ambiental Europeu (European Green Deal), que tem como objetivo final atingir neutralidade de emissões de gases de efeito estufa em 2050, com um crescimento econômico livre da exploração excessiva dos recursos naturais e sem deixar ninguém para trás.

Trata-se, portanto, de uma peça dentro de um quebra-cabeça bem mais complexo que visa tornar a Europa um continente sustentável e carbono neutro.

Desde 2019, o Pacto Ambiental Europeu apresenta diretrizes que vão sendo gradativamente regulamentadas, cobrindo de energia renovável a produção de alimentos, passando por transporte e construção civil.

Trata-se de um marco legal abrangente que aborda diversas questões ambientais, incluindo o desmatamento, como parte dos esforços da União Europeia (UE) para um novo modelo de economia verde. 

O regulamento para produtos livres de desmatamento, aprovado em 2023, disciplina as atividades dos importadores europeus que passam a ser responsáveis por garantir que os produtos adquiridos não venham de áreas desmatadas depois de 31 de dezembro de 2020.

As restrições entram em vigor no final de 2024. Os importadores são os responsáveis pela implementação das verificações nos países exportadores, as chamadas “due dilligences”. 

As implicações para o Brasil são significativas, pois a UE é o segundo maior comprador dos nossos produtos agropecuários. Enfrentamos sérios problemas de desmatamento ilegal na floresta amazônica, além de questões fundiários e sociais.

Outro ponto importante é que a legislação europeia não faz distinção do que é considerado desmatamento legal ou ilegal. A normativa claramente se refere a desmatamento em geral. 

Esse ponto vem sendo questionado pelo governo brasileiro, alegando que está acima das exigências legais do ordenamento jurídico do país. Argumenta-se que essa normativa representaria uma forma de barreira não tarifária aos produtos do Brasil.

Entretanto, o argumento contrário é de que a UE tem a prerrogativa de estabelecer os critérios para os produtos que farão parte das suas cadeias de suprimento. E, como o objetivo maior é a redução dos impactos ambientais do consumo dos próprios europeus, nada mais lógico do que exigir que seus fornecedores sigam padrões compatíveis com essa ambição.

Importante notar que há fortes reações ao Pacto Ambiental dentro da própria UE, como vimos recentemente nos diversos protestos de produtores rurais no território europeu.

Embora estejam sensibilizando parte da sociedade e postergando algumas limitações, dificilmente a insatisfação dos produtores europeus ou dos governos fornecedores de produtos agrícolas para a Europa terão força para uma guinada nos objetivos de longo prazo da UE.

Parece haver um sério proposito do continente em mudar completamente suas bases de desenvolvimento, mirando a transição para uma economia mais resiliente e de baixas emissões de gases de efeito estufa.

Ao Brasil cabe o desafio de entender essas normativas e entrar em um processo de negociação sério e embasado na ciência. Ainda há grandes lacunas sobre como serão feitas as verificações do desmatamento e, sobretudo, como serão mapeadas as origens de cada lote de exportação.

Precisaremos acelerar nossos investimentos em rastreabilidade e transparência nos processos produtivos, assim como no aprimoramento de plataformas de monitoramento territorial. Tudo isso em consonância e em estreita colaboração com os importadores e agentes da União Europeia.

Ainda estamos em um momento de discussão e entendimento junto aos agentes europeus de como o novo regulamento será implementado no Brasil. Entende-se que será um processo com aprendizado mútuo e um período de adaptação.

Os entes governamentais têm o papel de catalisar essa discussão entre produtores, processadores e exportadores brasileiros para que estejamos prontos para manter a liderança como fornecedores de produtos agrícolas para a União Europeia. 

 

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Era uma vez em uma escola na Suécia

11/04/2024 07h30

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Depois de anos educando as crianças quase que exclusivamente com recursos digitais, o Ministério da Educação da Suécia começou a perceber alguns sintomas perturbadores nas suas crianças: deficiência na leitura e na compreensão de textos apropriados para a idade, muita dificuldade de escrever e, quando solicitadas, escritas realizadas apenas em caixa alta.

Mas o que mais chamou a atenção foi a percepção de que as crianças também começaram a apresentar dificuldades para expressar o que sentiam, pois lhes faltava vocabulário até mesmo para descrever cenas breves ou relatos de emoções simples.

Muitas dessas manifestações, resultantes da falta de exercício cognitivo e motor, assemelhavam-se a alguns transtornos psicológicos, e não é de se espantar que muitos pais possam ter procurado psicólogos, feito exames ou mesmo ministrado medicamentos, preocupados com a lentidão, o mutismo ou ainda com dificuldade de compreensão de seus jovens filhos.

O governo sueco, diante dessa constatação, resolveu dar uma guinada nas suas orientações escolares e agora estimula fortemente o uso de livros em vez de laptops, como também incentiva a leitura em voz alta, as rodas de conversa e a prática da escrita - inclusive ditados - com o objetivo de reverter o cenário que se desenhava catastrófico para o futuro.

Crianças que não são estimuladas desde cedo em atividades motoras e intelectuais podem ter dificuldades de desenvolvimento profissional na vida adulta, particularmente em um mundo onde a criatividade e a inovação são realidade em todo lugar. 

No último Pisa, divulgado em 2023, o resultado geral dos jovens estudantes suecos foi de 487, ante 499 registrado na edição anterior, de 2018. Em Matemática, a queda foi de 15 pontos e em Leitura, de 10 pontos.

Suficiente para que fizesse um país sério, como a Suécia, acender as luzes amarelas e buscar compreender as razões dessa perda de energia no aprendizado de seus jovens cidadãos, (para além dos efeitos da covid, que afetou de maneira praticamente igual os países participantes).

Uma das medidas que o governo buscou implementar em todas as escolas - embora na Suécia o programa e as orientações pedagógicas não sejam unificadas como no Brasil - foi: menos celular, menos laptop e mais livro, leitura, escrita e conversa. O básico que, desde mais ou menos cinco séculos atrás, tem orientado a ideia do que é ensinar e aprender.

 Lógico que esta constatação não implica em demonizar o uso de tecnologia em sala de aula, mas de usá-la com sabedoria, de forma que ela ofereça o que, de fato, não é possível conseguir por outros meios.

Mal comparando, é como o hábito de muita gente usar palavras em inglês para se referir a coisas ou situações nas quais já existe uma palavra em português perfeitamente cabível. Esse é o mau uso da língua estrangeira. O que não significa que não se deva aprendê-la e usá-la, muito pelo contrário.

A tecnologia compreende um conjunto de ferramentas e habilidades que deve servir para ampliar nossa capacidade de ler, raciocinar, produzir e nos comunicar. Mas, para isso, precisamos antes saber ler, raciocinar, produzir e nos comunicar.

O perigo do uso de celulares e laptops no ensino fundamental é o de diminuir ou mesmo obstaculizar  o desenvolvimento motor e cognitivo das crianças, além de dificultar a expressão de ideias, emoções e socialização, por falta de vocabulário capaz de se fazer entender quando relatar uma experiência.

O fenômeno hikikomori, que se refere aos jovens que abandonam qualquer contato social real e mantêm-se isolados em seus quartos, comunicando-se apenas pelas redes sociais, vem se alastrando por todo mundo, assim como a descrição de novos transtornos psicológicos associados à dificuldade de comunicação e socialização. A saída, porém, pode estar um pouco antes do consultório médico ou do psicólogo. Na boa e velha sala de aula.

 

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