A história registra que Campo Grande teve como sua mola de desenvolvimento a Rede Ferroviária Federal – conhecida como Ferrovia Noroeste do Brasil, a nossa NOB –, que teve como um ponto marcante a vinda dos imigrantes japoneses que aqui, de maneira organizada, própria de sua cultura, se estabeleceram com suas famílias há mais de um século, ajudando também, na miscigenação das raças, hoje, consolidados na sociedade, com atuação em todos os segmentos econômicos da cidade.
Assim como a Ferrovia Noroeste do Brasil trouxe progresso e desenvolvimento à nossa região, a falta de planejamento e de visão sistêmica de longo prazo levou os gestores políticos a uma equivocada tomada de decisão que culminou com o total abandono desse modal tão essencial à nossa economia, que teve como consequência o êxodo de centenas de famílias que viviam às margens da ferrovia com seus pequenos negócios de sobrevivência.
Um acordo internacional firmado recentemente entre uma empresa brasileira e o governo da Bolívia, visando a compra de ureia em grande escala para que seja transformada em insumos destinados a agricultura, poderá proporcionar a revitalização da tão importante ferrovia, pela impraticabilidade de utilização de caminhões para esse tipo de carga, além, é claro, pela redução do custo-benefício que isso representaria em todo o processo da operação embarque/desembarque.
Certamente outros produtos poderiam ser agregados ao modal, como o cimento, o ferro guzo e o gado de corte, incrementando a economia da região pantaneira que, a partir de então, contaria com os derivados do petróleo, o que poderia reduzir o preço desses combustíveis, expandindo esse tipo de negócio que sofre forte concorrência da Bolívia e do Paraguai. O Estado seria beneficiado pelo aumento da receita do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços, pois as fiscalizações seriam mais eficientes.
A reativação da Ferrovia Noroeste do Brasil, hoje Rumo, com certeza arrastaria para os trilhos do desenvolvimento todos os municípios, desde Corumbá, Miranda, Aquidauana, Terenos e as pequenas localidades estagnadas pela ausência da ação governamental, que voltariam a ser incluídas no sistema ativo da economia de nosso Estado, proporcionando a reinserção de muitas famílias aos benefícios sociais do governo federal e, com isso, melhor qualidade de vida a todos esses brasileiros carentes de justiça.
Pela posição geográfica de Campo Grande e por sua condição de Capital do Estado, ela seria a principal beneficiada com a sonhada revitalização da ferrovia, aumentando a oferta de empregos e de renda, portanto, a arrecadação de impostos, taxas e contribuições seriam positivamente afetados pela agregação de setores da economia. Governo novo, novas ideias e novas esperanças que o povo deposita nos senhores vereadores, deputados estaduais, deputados federais, senadores e, principalmente, no governador reeleito, que tem o apoio e simpatia do presidente eleito. Portanto, faca e queijo na mão, para que iniciemos 2019 com toda a força.