No colo da mãe se forja o caráter e se molda a personalidade dos filhos. Não existe nenhuma outra expressão mais significativa a retratar a grandeza da mulher no curso da civilização. Ela foi produto da inteligência do percussor da Revolução Francesa Jean Jaques Rosseau. A interpretação extensiva dessa frase precisa ter o seu alcance para homenagear todas as mulheres de todas as classes sociais, de todas as condições econômicas e de todos os credos religiosos e convicções políticas. O pensador francês curvou-se diante do sábio ensinamento deixado pelo Cristo durante a sua peregrinação terrena. Tem que ser esse o parâmetro para entendermos sua importância. Elas desfrutam ao lados dos homens esse protagonismo exuberante pela construção de um mundo de paz e de alegria. Dentro desse quadro maravilhoso de belas mensagens não conseguimos compreender os atos de insanidade praticados por arremedos de homens contra suas companheiras, mãe de seus filhos. São uma minoria inexpressiva que consegue comprometer os gestos nobres de uma nação inteira.
O povo brasileiro não tem índole má. Seus propósitos são elegantes. Sabe compartilhar a sua dor, o seu sofrimento, a sua alegria. Sabe também estender suas mãos para atender o irmão necessitado. Essa circunstancia resulta no privilégio de poucos. Os desastres climáticos dramáticos que se materializam em nosso território são as evidencias maiores dessa elegância de propósito. Quando esses insanos seviciam, estupram, machucam, causas lesões e matam suas companheiras fazem refletir o retrato amargo da covardia. Esses imbecis não podem mais continuar com essas ações que desafiam o nosso bom senso.
A sociedade brasileira não pode mais continuar refém daqueles que não tem condição de conviver em sociedade. Agem dessa forma porque tem certeza da impunidade. O Congresso Nacional que poderia ser um aliado da população entregando uma legislação mais dura frustrou uma súplica justa da sociedade. Ofertou a senha clara para não intimidar os infratores da lei. Pavimentou o caminho livre para os covardes.
Todos os dias somos obrigados a assistir essas cenas horrorosas praticadas por ações condenáveis. Ontem mesmo, um homem manteve em cárcere privado sua companheira desde o último dia 20 de dezembro, na cidade de São Paulo, com os seus dois braços quebrados com um pedaço de pau. Foi um quadro de horror indescritível. A vítima naquele contexto ainda conseguiu escapar da tortura que lhe foi imposta. O agressor foi preso e liberado após a audiência de custódia, mesmo com uma extensa folha corrida de crimes cometidos e que não foram pagos. O povo simples não consegue entender esse tipo de hermenêutica. O juiz do caso poderia ter outra interpretação para segregar esse bandido. Com argumentos sólidos e igualmente eficazes. Essa ação legitimaria a força da sua autoridade, exaltaria ainda grandeza da Lei e seria um indicativo poderoso para evitar novos atos criminosos. Todos sairiam ganhando com essa decisão. Com o respaldo da Lei. O Estado não pode tergiversar com esses facínoras.
Nesse contexto sombrio, o que temos de verdadeiro é que a mulher não é propriedade de ninguém. Essa é a regra civilizatória. Não oferece espaço para ser contestada. Nenhum homem é obrigado a conviver com a sua companheira se não existir mais o respeito. Quando a relação conjugal não dá mais certo cada qual precisa assumir suas responsabilidades e tomar os seus rumos. Esse fato precioso cresce de importância quando dessas relações advém a prole. Para o inferno o ciúme. Quem ama de verdade não mata. Os filhos merecem essa generosa oportunidade. Não existe trauma maior do que protagonizar o assassinato das suas genitoras. A cena monstruosa nunca mais saem da memória. Todos merecem ser felizes. A dor não se coaduna com a felicidade.
Nossos magistrados são na sua maioria esmagadora formada por homens íntegros, servos da Lei, oráculos do Direito, paladinos do bem e da Justiça. Não temos nenhum receio em exteriorizar nosso desiderato. Não estamos inventando nada. Não estamos criando nenhum fato novo. Sobre esse tema disse outras tantas vezes nesse mesmo espaço democrático proporcionado pelo Correio do Estado. É nesse contexto que precisamos analisar friamente o sofrimento de um pai e de uma mãe que perdem suas filhas nas mãos desses nojentos. Não existem palavras confortadoras para acalmar esse tormento. Somente os desígnios de Deus tem esse precioso condão.