A vida é sempre surpreendente. Sua beleza resulta preciosa sob todos os ângulos em que a contemplamos.
Diariamente aprendemos e nos enriquecemos um pouco mais com a santidade exuberante da sua sabedoria. Elas surgem em nossos lares, nas oficinas de trabalho, nas ruas, em nossos relacionamentos pessoais e sociais acompanhadas da nossa chancela ou sem ela. Muitas vezes não temos nenhuma participação na sua exteriorização. Mas elas estão aí a nos desafiar diariamente. Sempre confiantes na busca de soluções inteligentes para o seu melhor desfecho. Nesse quadro real e verdadeiro em que podemos auxiliar quem necessita dos nossos préstimos, conselhos, orientações não pode existir espaço para a figura imperdoável da omissão. A suavidade das nossas palavras em qualquer das circunstancias será bem recebida. Sua colocação poderá evitar um assassinato, aplacar a ira de contendores, fomentar a paz no seio das famílias, interromper um ato suicida, orientar as nossas crianças para o seu futuro promissor, entusiasmar os nossos jovens para as práticas de uma vida saudável.
A dinâmica dessas ações e outras tantas não alinhadas são o seu maior indicativo. Um desafio constante para a nossa inteligência. Um alerta, para as nossas ações que precisam estar voltadas para servir.
Diante desses quadros retratados precisamos rapidamente oferecer o nosso coração aberto para pacificar o convívio social. A nossa inteligência, sobretudo, precisa ser aliada dos bons propósitos. Essas regras, quando executadas com o brilho do nosso comportamento alimentam o nosso espírito e estimulam o nosso suave encontro com a felicidade. Ela existe, resulta palpável e está ao nosso redor. Não estamos inventando nada. Sua descoberta depende apenas de prestarmos atenção para esse importante detalhe. Não somos experts na área das relações humanas para chancelarmos esse entendimento. Para ele somos empurrados pela nossa formação moral e cristã. São elas que ditam as regras do nosso comportamento social. São princípios dogmáticos que não abrem espaço para serem contestados. Nada mais.
Com respaldo nesse raciocínio lógico, coerente e racional temos que não custa nada oferecer uma palavra de conforto e de esperança para todos os que necessitarem da nossa atenção. Sobretudo para aqueles que vivem todos os dias a realidade do inferno em vida. Nesses episódios que machucam os nossos sentimentos, e ferem mesmo nossa sensibilidade cresce de importância o ato de oferecer a ajuda preciosa do serviço.
Quando isso não acontece ou porque procuramos privilegiar o nosso conforto e o nosso comodismo ou ainda por não querermos envolver nas ações dos nossos iguais, revelamos as qualidades próprias da vida vazia, oca, destituída de fundamentos sagrados. Ela se torna improdutiva e inútil. Temos o retrato amargo da omissão que passa a se constituir no verdadeiro tormento para a nossa consciência.
Não existe um acusador mais duro e determinado a nos agredir diariamente do que a nossa consciência. Ela mina as nossas energias, desafia a nossa resistência e nos remete ainda a viver num estado de indignação intima. Não pode existir nada mais triste e desolador. Retira do cidadão comum do povo o encanto pela vida. O conluio com a omissão evidencia a insignificância do nosso caráter. Afasta-nos da presença de Deus. Nada mais é danoso do que a acusação proveniente da consciência. Ela é amarga, dura, intermitente e implacável.
Essa é a verdade dos fatos. Não podemos fugir dessa realidade. Está sempre a exigir do ser humano ações renovadas e bem propositadas. Não é por pouca coisa que a nossa legislação civil e criminal oferece singularidades para aqueles que com a sua omissão ou de qualquer forma concorre para um determinado ato ou fato social. Essas situações estão elencadas no nosso ordenamento jurídico. Sua interpretação tem cunho eminentemente de ordem subjetiva. Cada qual interpreta da forma que melhor lhe aprouver. Trata-se de uma senha significativa a lançar a advertência.
Essa reflexão que estamos propondo tem uma peculiaridade própria. Remete-nos a certeza de que precisamos ter vida para viver e que precisamos ser grandes para servir. Lição preciosa de madre Tereza de Calcutá. Legado de valor inestimável.