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OPINIÃO

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Antonio Alcione Ferreira Gonçalves: "A língua é uma coisa viva"

Economista, administrador, matemático, rotariano e, nas horas vagas, professor de Português

Redação

12/04/2017 - 01h00
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 A língua falada por um povo, por uma nação, é como um ser vivo, que nasce, cresce e, um dia, morre. A nossa língua mãe, por exemplo, o latim, pelo menos para o uso popular, é uma língua morta, assim como tantas outras que hoje só encontramos e conhecemos nos registros arqueológicos e históricos. Contudo, enquanto viva, como qualquer ser vivo, em seu dinamismo, ela vai se desenvolvendo e se modificando, agregando novos termos, em função do próprio uso diário, das novas descobertas, das invenções e, mais comumente, em razão dos modismos.

E é sobre os modismos na linguagem que desejo exercer alguns comentários, pois, aolongo do tempo, em relação a um mesmo objeto ou significado, a palavra, ou termo respectivo utilizado, vai sendo substituída em função de algum acontecimento, de um costume inicialmente instalado em um grupo isolado ou de um evento midiático, especialmente nos dias atuais, em que a comunicação entre as pessoas está cada vez mais fácil e rápida. Alguns destes modismos são criativos, sonoros e agradáveis, enquanto outros expressam mau gosto, ferem nossos ouvidos e agridem a boa ordem gramatical. Enfim, vamos citar alguns desses modismos, que, no mais das vezes, logo são esquecidos ou substituídos por outros mais “modernos”.

Quando eu vivia meus dourados 18 aninhos, lá em Ouro Preto, quando a gente citava uma outra pessoa, usava o termo “fita”, que não sei de onde surgiu, depois virou filé... Eu me lembro do meu amigo, hoje advogado, Cid Pinto Barbosa, nos anos 60, usar o termo “liga”; a Jovem Guarda modificou para “bicho” e hoje é o “cara”. Imagino a cara de um pai quando um filho o trata de “cara”... em mim dói, “pacas”.

Para saber se uma pessoa entendeu algo ou se “está por dentro” de algum assunto, a Jovem Guarda, que foi riquíssima nesse campo, inventou o “morou?”, que depois evoluiu para “sacou?” e que agora estacionou no horrível “tá ligado?”. Agora, o pior mesmo é o uso de certas expressões, como o abominável “a nível de”, usado principalmente por oradores,  até de grosso calibre, tentando dar a ideia da extensão de algo. A palavra “nível” exprime a ideia de altitude ou do grau de dificuldade de algo e é usada no sentido da verticalidade. No sentido horizontal, seu uso é incorreto. O “a nível de Brasil”, por exemplo, é deplorável. O certo é “em âmbito brasileiro” ou “no âmbito do nosso país”.

Outra barbaridade é a introdução que 99% dos oradores utilizam para iniciar suas perorações: “Em nome de fulano, quero cumprimentar todas as autoridades presentes”. Ora, quem deu autorização, ou procuração, para ele cumprimentar alguém em seu nome ? O correto é: “Na (ou, por meio da) pessoa de fulano, cumprimento os demais componentes da mesa” ou “cumprimentando fulano de tal, saúdo também os demais componentes da mesa”.

Para finalizar, o malfadado gerundismo. Gerúndio, no latim, era uma declinação que substituía o infinitivo em certas funções; no português, com as terminações ando, endo e indo, é uma forma nominal que geralmente corresponde a um advérbio. Por exemplo: ele está estudando na sala (em Portugal, é usado o infinitivo, ele está a estudar na sala). No uso comercial, pelo telefone, foi “inventada” a forma “vou estar ligando”, “vou estar podendo”, “vou estar dormindo”, em vez de vou ligar, vou poder, vou dormir (mais perfeito ainda seria ligarei, poderei e dormirei), que, usando menos palavras, economiza letras, espaço e tempo, além de prestigiar a boa gramática. A praga se disseminou de tal forma que virou chavão de tudo que é secretária, balconista e até do falar cotidiano. E, me despedindo, tchau galera!

Claudio Humberto

"Não dá mais para esconder o elefante atrás do arbusto"

Senador Carlos Portinho (PL-RJ) sobre denúncias de censura no Brasil feitas nos EUA

20/04/2024 07h00

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'É o pior dos governos Lula', alerta Osmar Terra

Ex-ministro e deputado federal há quase 30 anos, Osmar Terra (MDB-RS) avaliou o terceiro mandato do presidente Lula (PT) como "o pior dos governos Lula". Em entrevista ao podcast Diário do Poder, no ar a partir deste sábado (20) no YouTube, o gaúcho afirmou que o petista promove "descaminho" na economia e "está muito mal assessorado". Disse ainda que Lula poderia ter promovido a pacificação política, como chegou a afirmar na campanha, mas ao invés disso "acirra" a polarização.

Acirramento

"Toda vez que abre a boca, fala mal do [ex-presidente Jair] Bolsonaro", criticou o deputado que foi ministro nos governos Temer e Bolsonaro.

Intento

"Parece proposital, para manter a polarização", analisou Osmar Terra sobre as críticas perenes de Lula ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Sem resultados

"Não estou vendo resultados concretos para a saúde pública brasileira na gestão (Nísia Trindade, no Ministério da Saúde)", afirmou Terra.

Perigo

Em relação às tensões entre o Legislativo e Supremo Tribunal Federal, Terra disse que "se passa dos limites, pode se tornar incontrolável".

PEC antidrogas 'some', mas vai passar na Câmara

Deputados desconfiam que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que criminaliza a posse de qualquer quantidade de drogas vai tramitar a passos de tartaruga na Câmara. Maurício Marcon (Pode-RS) estranha o sumiço da PEC desde a aprovação no Senado, "essa semana nem sequer comentamos". A avaliação geral, mesmo na base de Lula na Casa, é de que o texto vai ser aprovado. "Vai passar tranquilo, pode apostar", crava o vice-líder do governo, deputado José Nelto (PP-GO).

De lavada

No Senado, mesmo aliados de Lula, que é contra o projeto, votaram pela aprovação. O placar ficou em 52 a 9, com larga maioria para criminalizar.

Cenário adverso

Líder da Frente Evangélica, Eli Borges (PL-TO) crê na aprovação, mas com "cenário mais adverso", "aqui vamos ter trabalho", avalia.

Chá de sumiço

Kim Kataguiri (União-SP) diz que nem mesmo ouve-se falar sobre o tema na Câmara, "não sei nem se o [Arthur] Lira pauta. Vamos ver."

Justiça vai decidir

Virou representação na Justiça contra Vinicius Marques de Carvalho (CGU) o contrato entre a Novonor, ex-Odebrecht, e escritório de advogados do ministro. O Partido Novo vê conflito de interesse no caso.

Morte, impostos e...

Relator e principal defensor do Projeto da Censura (PL 2630) no Lula 3, o deputado Orlando Silva (SP), do Partido Comunista do Brasil, chamou de "inevitável" a regulação das redes sociais.

Recados

Até mesmo os indígenas resolveram dar um chega pra lá em Lula, que tem visto a popularidade do governo derreter. O petista não foi convidado para o principal ato indígena em Brasília, o Acampamento Terra Livre.

Bomba Pacheco

Problema para Estados e União: será do ministro Fernando Haddad (Fazenda) a missão de convencer senadores a vetarem o quinquênio, penduricalho bilionário para juízes inventado por Rodrigo Pacheco.

VAR Musk

Deltan Dallagnol, um dos principais procuradores da Lava Jato, fez longo apelo, em inglês, ao dono do X, Elon Musk. O ex-deputado denunciou o processo que cassou seu mandato e mais de 344 mil votos, em 2023.

Engana bobo

Reunião de emergência de Lula com ministros para acertar os rumos do governo, nesta sexta (19), foi vista com ceticismo por parlamentares. "Agora vai? Até parece!", duvidou a senadora Tereza Cristina (PP-MS).

Viagem, luxo

A Câmara vai convocar a ministra Anielle Franco (Igualdade Racial) para explicar a gastança com viagens mundo afora. Teve até passagem de R$54 mil, denuncia o deputado Kim Kataguiri (União-SP).

Checagem

Publicação de Sâmia Bomfim (Psol-SP) na rede social X recebeu alerta de que poderia "induzir o leitor" ao erro ao tentar associar a Starlink, que leva internet a locais remotos da Amazônia, ao garimpo ilegal.

Pensando bem...

...meio acerto é meio erro.

PODER SEM PUDOR

Reunião espírita

Leonel Brizola confiou ao economista Marlan Rocha a missão de percorrer o interior do País para organizar o PDT, que acabara de fundar. Ao chegar em Barreiras, na Bahia profunda, Marlan procurou um militante getulista histórico, Aluízio Mármore, e pediu para organizar uma reunião com velhos trabalhistas das redondezas. Mármore apenas sorriu: "Amanhã cedo pego você no hotel e vamos ao cemitério. Estão todos lá."

 

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ARTIGO

Vacinação: um pilar da saúde

18/04/2024 07h30

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Entre os muitos desafios enfrentados pelo sistema de saúde no Brasil, as estratégias de imunização se destacam como um pilar fundamental para a prevenção de diversas doenças. Reconhecer a relevância deste assunto e informar sobre a vacinação são ações essenciais para garantir o bem-estar coletivo e evitar novas epidemias e mais mortes.

Esta mobilização é urgente. Segundo dados do IBGE, mais de 60% dos municípios brasileiros não conseguiram atingir a meta de cobertura vacinal estabelecida pelo Ministério da Saúde em 2023. Este déficit é especialmente alarmante quando falamos das vacinas administradas durante o primeiro ano de vida, para a proteção dos bebês.

Um dos principais obstáculos para alcançarmos a taxas ideais de vacinação é a disseminação de informações incorretas e falsas, as fake news, amplificadas pelas redes sociais. Teorias infundadas e mitos sobre os efeitos colaterais das vacinas e de outros medicamentos têm afastado muitos brasileiros da imunização, comprometendo seriamente as estratégias de saúde pública.

Mais do que nunca, as informações claras e objetivas devem ser o propósito de todas e todos que trabalham pela Educação em Saúde em nosso país.

Diante desse cenário, iniciativas da sociedade civil desempenham um papel vital no apoio à incorporação de novas vacinas no Sistema Único de Saúde (SUS). A recente inclusão do imunizante contra a dengue é um exemplo do impacto positivo que a mobilização social pode ter na ampliação do acesso à prevenção e tratamento de doenças.

A Colabore com o Futuro, primeiro negócio social criado para atuar com advocacy em saúde da América Latina, trabalhou ativamente para a inserção da vacina contra a dengue no sistema público de saúde. O mesmo empenho está sendo colocado para a inclusão da vacina contra a Influenza Quadrivalente no Programa Nacional de Imunização (PNI), visando a proteção de pessoas com 80 anos ou mais. Além disso, defendemos a implantação da vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), uma medida fundamental para prevenir infecções respiratórias em recém-nascidos e crianças.

Devemos fortalecer os esforços de conscientização e educação sobre a importância da vacinação e lutar contra a desinformação. Por meio das consultas públicas, um processo simples de participação popular nas decisões estratégicas em Saúde, é possível opinar e contribuir para definição do que vai ser oferecido pelo SUS e pelos planos particulares.

A saúde é um direito básico de todos os cidadãos, e a imunização é uma ferramenta poderosa para proteger indivíduos e comunidades contra doenças evitáveis. Juntos, podemos construir um futuro mais saudável para o Brasil.

 

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