O forró, ao contrário de ritmos como samba e rock, tem poucos representantes sul-mato-grossenses. Na verdade, somente Zezinho do Forró pode ter a carreira totalmente associada ao gênero no Estado. “Me sinto isolado. Toco em evento sertanejo e de pagode, sou bem recebido nessas ocasiões porque o estilo chama para dançar, mas não tenho outros parceiros em torno do forró”, aponta o músico nascido em Deodapólis – sul do Estado –, filho de sergipanos e que completa 25 anos de atividade artística. Para retificar a devoção ao ritmo que consagrou nomes como Luiz Gonzaga e Dominguin hos – citando apenas exemplos de época diferentes – Zezinho lança o segundo álbum, “5 sentidos”, reunindo 10 composições autorais e duas em parceria. O primeiro lançou em 2002, “Rapadura, forró e coco”, que conseguiu destacar a canção “Cordel pantaneiro”. Zezinho explica que o distanciamento entre os lançamentos deve-se a dois fatores: pessoal e de mercado. “Levei certo tempo para gravar novamente porque fiquei elaborando mais o meu trabalho. Não tive pressa para deixar as músicas do jeito que queria. Por outro lado, o nosso mercado é muito complicado. É difícil o regional vender muito. Para um artista lançar, precisa se inscrever em editais do Governo. No meu caso, contei com apoio de patrocinadores”. O repertório conta com canções antigas e mais recentes. “Tem música que fiz antes de gravar o primeiro disco e outras feitas no ano passado”. Zezinho afirma que a música que produz está mais ligada à turma de raiz do forró do que ao denominado “forró universitário”. Segundo ele, o primeiro apresenta em suas letras as festas populares, o povo e os costumes, enquanto o outro fala de aspectos urbanos, dando ênfase às letras românticas. Outra distinção entre as vertentes está nos ritmos utilizados para fermentar o forró. “O universitário está mais centrado no xote e baião, que também são adotados pelo sertanejo. O forró de raiz tem muitos outros elementos, como maracatu, xote, xaxado, coco, quadrilha e baião. Também possuem diferença nos instrumentos utilizados. Nos dois aparecem a zabumba, o triângulo e a sanfona, mas o universitário também adiciona instrumentos com guitarra e teclado”, compara. Zezinho ainda não definiu a data para o lançamento oficial do álbum, que está disponível em lojas de Campo Grande.