Cidades

CASO BRUNÃO

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Vítimas de lutador protestam contra esquecimento e impunidade

Vítimas de lutador protestam contra esquecimento e impunidade

EVELIN ARAUJO

09/04/2011 - 10h28
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"Eu nunca senti raiva dele, eu só sinto muita pena desse rapaz que tem a mesma idade do meu filho e que, ao invés de fazer o bem, só tem feito coisas ruins", é o que diz João Márcio, pai do segurança agredido e morto, Jefferson Bruno Escobar, o "Brunão", sobre Christiano Luna de Almeida, preso por homicídio doloso. A família esteve hoje na Avenida Afonso Pena, cruzamento com a Rua 14 de março, junto com Rafael Mecchi, de 22 anos, também vítima do lutador, para protestar contra o esquecimento e a impunidade. 

"No meu tempo existiam aulas de educação cívica nas escolas", diz João. "O que falta para essas pessoas que se envolvem em casos de agressão e morte, como os casos daqui e os do Rio, é limite. Meu filho tinha 1 metro e 86 e não agrediu o rapaz dentro da boate, como mostram os vídeos. Ele foi conversar com o Christiano, que já partiu pra cima do Brunão", lembra o pai.

"O esquecimento é o adubo que nutre a impunidade"

Com faixas de protesto e panfletos que citam Wesley E. Hayas - "O esquecimento é o adubo que nutre a impunidade" - a família resolveu ir às ruas para que o caso de violência na escola de Realengo, no Rio de Janeiro, não encubra os casos locais. "O problema é que as pessoas se aproveitam da situação e casos locais entram no esquecimento. Nós não queremos isso", afirma o pai de Brunão. 

João Márcio confessa que passou a acreditar na condenação de Christiano após o trabalho da delegada responsável pelo caso, Daniela Cades. "Eu cheguei a ficar desesperançoso, mas o trabalho da delegada foi fundamental para eu voltar a acreditar na Justiça. Eu admiro o trabalho do advogado Ricardo Trad [atual defensor de Christiano], acho que como bom advogado que ele é ele vai conseguir tirar os agravantes do crime, mas tenho certeza da condenação desse rapaz", disse.

 

Mais protestos e mais Ongs 

A família de Brunão promete não descansar e afirma que fará protestos todos os meses, sempre no dia 19, data do crime. "Para este mês estamos planejando trazer a família do Rogerinho [morto em briga de trânsito pelo dono de um jornal, Agnaldo Ferreira, em novembro de 2009] e a família do Paulinho [assassinado em fevereiro do ano passado no bairro Jardim Tarumã], também vítimas da violência e da falta de princípios morais", alega João Márcio. O local do protesto é o mesmo de hoje onde, segundo a família, há maior movimentação. 

Ele pretende fundar uma Organização Não Governamental, citando o caso do Movimento da Paz e Justiça Ives Ota. O pai do garoto sequestrado em 29 de agosto de 1997 dentro de casa em São Paulo, fundou uma ONG para celebrar a paz. No cado de Brunão, a vontade do pai do rapaz é organizar ajuda para as famílias vítimas de violência que estão com os casos arquivados na Justiça por falta de dinheiro para contratar um defensor. "A ideia é boa também para desafogar o judiciário". 

 

Vida nova após a morte

Para Rafael Mecchi, de 22 anos, agredido em 2009 por Christiano após um show no Parque de Exposições, a vida mudou - e muito. 

Mais expansivo do que nas primeiras entrevistas, Rafael conta que o caso de Brunão trouxe forças para que ele lutasse pelo próprio processo que, segundo ele, ainda está sob investigação e arquivado na Justiça. Christiano ainda responde por lesão corporal grave na 5ª DP de Campo Grande.

"Tenho mais vontade de sair de casa e sempre vou vir participar e ajudar a família do Brunão", disse Rafael, distribuindo panfletos e ajudando a segurar os cartazes.

Encontro Internacional

Conservação no Pantanal vira pauta mundial durante encontro de exploradores em Nova Iorque

Presidente do IHP, Ângelo Rabelo, foi indicado junto com outros brasileiros para tratar temas nacionais nos Estados Unidos

23/04/2024 18h25

A entidade existe há 120 anos e reúne mais de 3,6 mil pessoas de referência global que desempenharam ou realizam ações para transformar positivamente o mundo Divulgação IHP

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O grupo The Explorers Club, que reúne autoridades e pessoas com reconhecimento global que desempenham medidas que envolvem promoção da ciência e da conservação, discutiu em um de seus encontros a situação do Pantanal. O presidente do IHP, sediado em Corumbá (MS), Ângelo Rabelo, participou das reuniões realizadas em Nova Iorque, durante o encontro anual do clube. Ele apontou que é preciso haver atenção mundial com relação à conservação do Pantanal e da riqueza cultural do território.

A entidade existe há 120 anos e reúne mais de 3,6 mil pessoas de referência global que desempenharam ou realizam ações para transformar positivamente o mundo. Os encontros ocorreram entre sexta-feira (19) e domingo (21). Foram realizados diversos encontros e reuniões entre os participantes do clube, bem como ocorreram discussões sobre temas globais a serem trabalhados para promoção da conservação do Planeta.

 

Ângelo Rabelo, que atua em ações de conservação no Pantanal há cerca de 40 anos, pontuou que há diferentes esforços em andamento para prevenir incêndios florestais e promover desenvolvimento sustentável. Na semana passada, os governos de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, junto com o governo federal, assinaram termo de cooperação visando a união de esforços na defesa, proteção e desenvolvimento sustentável do Pantanal. Além disso, um fundo foi criado para financiar ações que ajudam a proteger o bioma, porém até hoje somente o governo de MS fez aporte de recursos (R$ 40 milhões) e o setor pública busca outras linhas de subsídio para essas ações. A promoção do Pantanal para o exterior pode contribuir nesse propósito, como já ocorre com a Amazônia, por exemplo.

“A maior área úmida do mundo, o Pantanal, está no mapa sobre as grandes explorações e os relatos que indicam locais que são desafiadores no Planeta. Por esse caminho cheio de desafios temos, primeiro, os povos originários que ainda habitam o território, como é o caso dos Guatós. Depois vieram as pantaneiras e os pantaneiros, que também seguem no Pantanal sabendo lidar com a ocupação e a conservação. Depois, temos os registros de outros esforços de pessoas que também se dedicam pela conservação desse Patrimônio Natural da Humanidade”, comentou Rabelo.

O bioma Pantanal é considerado uma das maiores extensões úmidas contínuas do Planeta e apesar de ser o menor em extensão territorial no Brasil, abriga 263 espécies de peixes, 41 espécies de anfíbios, 113 espécies de répteis, 463 espécies de aves e 132 espécies de mamíferos, conforme dados do Ministério do Meio Ambiente. Além disso, o Programa de Monitoramento dos Biomas Brasileiros por Satélite – PMDBBS, realizado com imagens de satélite de 2009, mostrou que o Pantanal mantêm 83,07% de sua cobertura vegetal nativa. Mais de 90% do bioma está em propriedades privadas, enquanto 4,6% estão classificadas como unidades de conservação, dos quais 2,9% correspondem a UCs de proteção integral e 1,7% a UCs de uso sustentável.

A participação de Rabelo na reunião do The Explorers Club ocorreu porque ele foi nomeado, neste ano, como uma das 50 pessoas a fazer a diferença no Planeta. A escolha foi feita por integrantes do The Explorers Club e o presidente do IHP entrou na lista do EC50 2024. Concorreu com mais de 200 pessoas indicadas. Seus apoiadores na nomeação foram Dereck Joubert e Beverly Joubert, exploradores que atuam diretamente pela conservação da vida selvagem e desenvolvimento sustentável em países africanos. O casal convidou, neste mês, o governador Eduardo Riedel (PSDB) para conhecer iniciativas que são realizadas no continente africano.

Além do presidente do IHP, os brasileiros nomeados nesse grupo chamado EC50 deste ano foram a geóloga Fernanda Avelar Santos, o ictiologista Luiz Rocha, o designer naturalista Lvcas Fiat e o paraquedista profissional Luigi Cani. Além dos brasileiros recém-nomeados, personalidades mundiais fazem parte do Clube, como a ex-astronauta e géologa Kathryn Sullivan, veterana de três missões a bordo de ônibus espacial; o geneticista e biólogo nuclear James Dewey Watson, um dos autores do modelo de dupla hélice para estrutura da mólecula de DNA; bem como o explorador que fez parte do primeiro voo solar ao redor do mundo, concluído em 2016, André Borschberg; e Dominique Gonçalves, criadora do Programa de Ecologia de Elefantes no Parque Nacional da Gorongosa, em Moçambique, entre outras pessoas.

Também em Nova Iorque, a diretora-executiva do Instituto Moinho Cultural Sul-Americano, localizado em Corumbá (MS), Márcia Rolon, participou dos eventos abertos do The Explorers Club para divulgar o trabalho de diminuir a vulnerabilidade social de crianças e adolescentes da região de fronteira do Brasil por meio da arte.

 

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Cotidiano

Com 300 doses disponíveis, vacinação contra dengue deve acabar nesta semana

Aproximadamente 130 doses estão sendo aplicadas por dia; segundo a expectativa da pasta é que a vacinação se encerre até o final desta semana.

23/04/2024 18h15

Gerson Oliveira/

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As vacinas contra a dengue com prazo de validade até 30 de abril e que estão disponíveis pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) devem ser aplicadas até o final desta semana. A expectativa da pasta é que nenhuma dose deve ser descartada em Campo Grande. 

De acordo com a secretária, cerca de 130 doses estão sendo aplicadas por dia nos postos de saúde da cidade. Por causa disso, a expectativa é que todas as doses que estão perto do vencimento sejam aplicadas até sexta-feira (26).

A baixa procura do imunizante em Mato Grosso do Sul levou o Ministério da Saúde a informar aos municípios para ampliar a idade de vacinação. Segundo a pasta, pediu para todas as cidades priorizar a faixa etária entre 6 e 16 anos, mas com imunização ampliada para pessoas entre 4 e 59 anos. 

A medida foi tomada para reduzir a perda de doses que estão perto do vencimento, cabendo a cada município definir a estratégia de aplicação.  As doses que estão sendo utilizadas vencem no dia 30 de abril. 
 
Segundo a Sesau, em Campo Grande tem cerca de 300 doses estão espalhadas pelos postos de saúde da Capital. 

 

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