Niza Souza (AE)
Os castelos, presentes em toda parte, fazem a imaginação voar. É como se a conexão em Londres tivesse levado o visitante de volta aos tempos medievais. Calabouços e torres, escudos e brasões, tradições e lendas. Tudo isso está no dia a dia dos escoceses, povo de sotaque difícil e hábitos estranhos como o kilt, a saia usada pelos homens em eventos de gala. O frio é intenso a maior parte do ano: no verão, a temperatura não passa dos 25 graus. E o clima está sujeito a mudar a qualquer momento. Um dia de sol e calor pode, rapidamente, se tornar nublado e chuvoso. Nada, no entanto, que seja suficiente para tirar o charme do país.
Além das saias xadrezes e do monstro do Lago Ness, a Escócia é famosa por seu uísque. Nesse pequeno país que integra o Reino Unido (ao lado da Inglaterra, Irlanda do Norte e País de Gales), há cerca de cem destilarias. Se quiser degustar os maltes locais, saiba que ao menos 30 estão abertas à visitação.
Outra paixão local é o golfe – o esporte é tão popular por lá quanto o futebol no Brasil. São mais de 500 campos espalhados pelos modestos 78 mil quilômetros quadrados do território escocês.
Erguido sobre a cratera de um vulcão extinto há 350 milhões de anos, o Castelo de Edimburgo domina a paisagem da capital escocesa. Não importa em que ponto da cidade você esteja, lá estará ele, imponente. Anote para não esquecer: uma das melhores vistas é a partir do florido Princess Garden, que parece emoldurar a construção do século 12.
Comece o passeio pela capital no castelo. Assim você pode percorrer os aposentos desse Patrimônio da Unesco tranquilamente e observar todos os detalhes, superconservados. Em seguida, explore com tempo a Old Town, a parte medieval da cidade, onde ficam as principais atrações turísticas.
A região é repleta de becos, construções antigas e bandeiras com escudos medievais – todas as lojas têm as suas. Nesta época do ano, as vias ficam lotadas de turistas e artistas de rua, que chegam para o Festival de Edimburgo, realizado sempre nas últimas três semanas de agosto.
A principal rua da Old Town é a Royal Mile, que tem em uma ponta o castelo e, na outra, o Palácio de Holyroodhouse, residência oficial da família real na Escócia. Construído em 1128, o local era, originalmente, um mosteiro, e passou a abrigar reis e rainhas em razão do crescimento de Edimburgo, no século 17. Entre a suntuosidade dos muitos salões, histórias de traições e crimes como a de Mary Stuart, acusada de assassinar um de seus maridos.
Seguindo a Royal Mile em direção ao castelo, pare na Thistle Chapel, que presta homenagem aos cavaleiros escoceses. Observe com atenção a riqueza dos detalhes, como os escudos e brasões entalhados e curiosidades típicas, como anjos tocando gaita-de-foles. A entrada é gratuita, mas a igreja pede que os visitantes contribuam com donativos (especialmente os que quiserem tirar fotos).
No largo da igreja fica o Mercat Cross, importante marco construído em 1707, onde as proclamações reais eram lidas desde o século 5.º. Também era por ali que os mercadores entravam para vender seus produtos na Idade Média.
Vale ainda fazer uma visita ao Museu do Escritor (Writer’s Museum), construído em 1622. Pequeno, mas bem interessante, tem o acervo dedicado aos grandes escritores escoceses, em especial a Robert Burns (1759- 1796), Walter Scott (1771-1832) e Robert Louis Stevenson (1850-1894). O local abriga uma rica coleção de fotos, manuscritos e objetos pessoais. Outra boa pedida é o excelente Museu Real da Escócia, na Chambers Street, também com entrada gratuita.