O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, afirmou hoje, em entrevista após vistoria do estádio Mané Garrincha, em Brasília, que a polícia deve permitir o acesso dos torcedores aos estádios, evitando que protestos atrapalhem os jogos.
"Para uma manifestação não-pacífica, com pessoas querendo apenas fazer baderna e provocar as autoridades, só há uma maneira de lutar contra isso e a polícia terá que permitir que as pessoas possam ir aos jogos", disse Valcke. "O público torcedor tem o direito de ver o jogo", completou.
Também presente na entrevista, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, minimizou o risco de os protestos atrapalharem o evento e disse que "basta a aplicação da lei".
"Nós não estamos na Copa do Mundo ainda e em uma manifestação no Rio de Janeiro um cinegrafista foi brutalmente assassinado. A lei aplicada levou já à prisão dos dois responsáveis, que serão naturalmente processados e julgados pelo crime que cometeram. Não há porque cogitar medidas que não aquelas previstas em leis no caso das manifestações", disse o ministro.
Gramado
Valcke elogiou o estádio de Brasília após a vistoria e disse que "teremos um gramado em excelentes condições para a Copa" o estádio já havia tido problema com buracos no gramado.
Ele afirmou ainda que amanhã será tomada uma decisão sobre a possível exclusão de Curitiba da Copa, negando rumores que a questão já estaria definida. "Temos uma equipe técnica que vai lá amanhã e vamos dar uma resposta. Apresentarão um relatório final e tomaremos uma decisão".
O representante da Fifa também comentou um problema que atinge Porto Alegre, onde há um impasse sobre os gastos com as estruturas temporárias da Copa. "Se a Fifa vai pagar [estruturas temporárias das cidades], a resposta é não", rebateu Valcke.
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Na sala de imprensa do evento da Fifa, dentro do estádio, chamou atenção uma bola de futebol contendo a foto do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), pré-candidato à reeleição, junto à presidente Dilma Rousseff, ao ex-presidente Lula e ao número 13, usado pelo PT nas eleições.
A bola estava no topo de um pacote com diversas bolas encontrado dentro da sala de imprensa. Das bolas visíveis, apenas uma tinha a propaganda de Agnelo.
Depois de ser fotografado pela imprensa, o pacote foi retirado da sala por um funcionário. A assessoria do governo afirmou desconhecer por que as bolas estavam lá.