Flávio PAES
Está praticamente enterrado o projeto de transformar em polo universitário a antiga rodoviária desativada desde o dia 1º de fevereiro. Das três instituições (duas públicas e uma particular) que poderiam vir a se instalar no terminal, apenas a Unidade de Ensino Superior Ingá (Uningá) ainda mostra interesse, tem recursos alocados para promover adaptações no prédio e só está à espera do sinal verde da prefeitura. A Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) não mostrou interesse em levar a faculdade de direito para lá. Optou por reivindicar do município a cessão de uma área depois que a Assembleia Legislativa vetou a construção no Parque dos Poderes.
A Universidade Estadual (UEMS), que hoje funciona de forma improvisada na Escola Hércules Maymone, a partir de julho vai se instalar no prédio onde funcionou a Escola Irmã Bartira Gardês (já desativada), no conjunto Arnaldo Estevão de Figueiredo. As obras de reforma e adaptação do prédio estão quase prontas. Segundo o reitor Gilberto Arruda, a instituição não vai mudar para a antiga rodoviária de forma improvisada, sem um planejamento de médio e longo prazos que levará em conta os projetos de expansão e criação de cursos. "Não teria sentido tomar uma decisão desta importância de forma apressada", argumenta.
O reitor, que nesta semana foi recebido em audiência pelo prefeito Nelsinho Trad, prevê que seriam necessários pelo menos oito mil metros quadrados do prédio para abrigar o campus. O problema é que só quatro mil metros quadrados pertencem ao município. Os demais 19 mil metros quadrados são de particulares, o que exigiria o desembolso de R$ 9,9 milhões em indenização. O prefeito já descartou a possibilidade de adotar esta medida .
A UEMS tem atualmente 350 alunos em Campo Grande, distribuídos em cinco cursos. A pretensão é estabelecer um campus, mas isto vai depender, conforme o reitor, de recursos para investimentos e um estudo cuidadoso da demanda de novos cursos. "Temos que submeter o projeto à avaliação do Governo do Estado, que é o mantenedor da instituição".
Uningá pronta
A terceira instituição que manifestou interesse em se instalar na antiga rodoviária, a Uningá, está na expectativa de "um sinal positivo" por parte da prefeitura. "O projeto não avançou nestes dois meses", explica o representante da instituição em Campo Grande, Marcelo Fortes.
A Uningá projeta investir R$ 2 milhões na implantação de uma unidade que ocuparia 1.200 metros quadrados, com 20 salas de aula, laboratório, biblioteca, sala de espera e consultórios odontológicos. Além de cursos de graduação, serão oferecidos cursos de pós.