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Uma força que muitos desconhecem

Uma força que muitos desconhecem

ADRIANO GARCIA, MÉDICO VETERINÁRIO, CADEIRANTE E CIDADÃO. [email protected]

19/03/2010 - 05h57
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Não sei se por excesso de desconhecimento ou por “malandragem” de muitas empresas que são obrigadas por lei a cumprir cotas de emprego para pessoas com deficiência, as pessoas desconhecem a enormidade de profissões que nós “deficientes” exercemos. Nesta mesma situação, está as cotas para negros nas universidades e, profissionalmente, não muda muita coisa. E com isso, começam a limitar e a direcionar o que ou quais profissões podemos exercer, gente, acorda! Vamos “viver a vida” (essa foi boa, heim?), vamos atrás de trabalho, vamos nos capacitar, vamos exigir dos governos que falem menos e façam mais pela Inclusão Social e Profissional. Eu conheço e já ouvi falar de “deficientes” trabalhando e exercendo diversas profissões, me dou o direito de citar a minha. Sou Médico Veterinário e trabalho com vacas e bois, lá no campo, nos currais, nas pastagens e no escritório também, e, sou um tetraplégico. Ainda há: Agrônomos, Zootecnistas, Advogados, Médicos, Dentistas, Contabilistas, Arquitetos, Engenheiros, Jornalistas, Professores, Psicólogos, Enfermeiros, Analistas de Sistemas, Economistas, esses e tantos outros com diversas deficiências tiveram a sorte de se formarem antes de uma lesão, mas, há tantas outras que não deram essa sorte, porém, foram atrás do sonho e realizaram, mesmo sendo uma pessoa com deficiência. Agora ..... se formos contar as diversas profissões exercidas que não necessitam de “diploma”, a população vai se assustar. Da mesma forma, a sociedade atrelada a valores culturais centenários, fazia e faz até os dias atuais a mesma discriminação com os negros, com as mulheres, com os pobres, etc. Só que hoje em dia, devido às leis criadas pelo homem, as formas de discriminação são menos agressivas “publicamente”, mas, não menos presentes e, tampouco, menos dolorosas para quem é discriminado. Portanto, dêem oportunidades aos “deficientes”, aos negros, às mulheres e vocês vão se surpreender, muitos precisam trabalhar sim e, acabam se sujeitando a qualquer emprego, por conta da necessidade, como acontece muito com pessoas “normais” que tem até diploma. Não basta as empresas oferecerem empregos por força da lei, abram as vagas e as cabeças, descubram pessoas com deficiência, negros, etc, com dons e capacidades impressionantes, e, o mais importante, em qualquer profissão e em qualquer cargo. Nós queremos e precisamos trabalhar sim, mas, queremos trabalho digno, compatível com nossas capacidades e limitações físicas e, principalmente, com uma remuneração honesta. Aos “deficientes”, aos negros, às mulheres, etc, digo o seguinte: SAIAM ÀS RUAS, MOSTREM A CARA, LUTEM POR UM MUNDO MELHOR E COM IGUALDADE. Não vamos ficar parados dependendo da justiça e esperando os governantes e os políticos fazerem algo, afinal, muito tempo já se passou, a justiça não tem sido justa e os governantes e políticos nada ou muito pouco fizeram, e, nós estamos deixando esse mesmo tempo passar também. É difícil? É sim. Só que, ninguém, mas, ninguém tem o poder de superação que nós, pessoas com deficiência, a quem carinhosamente e bem humorado, eu denomino de “malacabados”, tem. A nossa luta pela vida, pelos filhos, pela família é tão intensa, por que então não lutarmos pelo trabalho? Os números não mentem à nosso respeito, somos uma enorme população dentro da população desse Estado, afinal, são mais de 300.000 pessoas com algum tipo de deficiência (IBGE-2000). Não somos os únicos a sentir o gosto amargo da discriminação, somam-se a nós: os negros, as mulheres e até os honestos, vejam o tamanho dessa população. No entanto, não vemos negros elegerem negros, não vemos mulheres elegerem mulheres e, da mesma forma, não vemos pessoas com deficiência elegerem pessoas com deficiência. Isto é fato. E aí? Vamos lutar por cotas nas Assembleias e Câmaras? Onde todas deverão ter 10% de “deficientes”, 20% de negros, 30% de mulheres, etc... Seria uma ótima ideia, mas, ainda muito utópica para o nosso sistema eleitoral atual. Vamos repensar os conceitos de classes, vamos analisar com frieza e responsabilidade quem é que devemos eleger para um cargo no Poder Público, quem é realmente que vai defender e olhar pelas nossas classes e nossas causas. Será que temos menos capacidade de produzir? Não! O que não temos é vontade de nos unir e, por consequência, temos preguiça, somos acomodados. No fundo, acho até, que gostamos de ver políticos poderosos e corruptos. Chega, né?! Já imaginaram o tamanho da nossa força e, mais ainda, do poder e da responsabilidade que podemos assumir com os nossos? Pensem... Ainda temos tempo, às eleições são em outubro. Renovação é nossa única arma contra a corrupção e a falta de vergonha que assolam a grande maioria dos políticos.

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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