Política

Política

A+ A-

Uma crônica sobre "Interesse político"

Uma crônica sobre "Interesse político"

Redação

03/04/2010 - 20h01
Continue lendo...

Para o dicionário Houaiss (f.1096), interesse é a importância dada a algo.

Entendo que esse vocábulo é bem amplo. Em Lógica Formal seria uma premissa cujo conteúdo seria universal, porque ele é comum tanto para os seres humanos como para os bichos.

O vocábulo "interesse" é, portanto, de caráter universal e seria inviável exauri-lo só com algumas palavras.

Ele é muito presente no ser humano.

No jogo da vida, induvidosamente o interesse está presente praticamente em tudo.

O interesse político é a busca do poder e no Brasil, atualmente, os políticos têm pouco interesse pelo povo, porém, sobrelevam o interesse por si mesmo.

No campo forense, quando um advogado aproxima-se do juiz ou do promotor, duas hipóteses ocorrem, o interesse é pelo cargo ou por vínculo de amizade. Todavia, fórum não é clube e nem shopping e sim, o templo da Justiça. Logo, sua aproximação é regida pelo interesse de busca de algo. O advogado necessita de resolver seu problema. Ele busca uma sentença favorável.

O interesse do advogado é que os autos tramitem com duração razoável.

O ser humano quando se aproxima ou procura o médico no hospital ou em sua clínica, obviamente seu interesse é resolver seu problema e buscar remédio e cura para sua doença. Logo, é movido pelo interesse.

O varão ou varoa, quando procura uma instituição financeira, logicamente é compelido por algum interesse, ou seja, empréstimo de dinheiro, ou pagar alguma conta ou fazer alguma aplicação ou financiamento da casa própria, etc, mas, no fundo, impera o interesse. De outro lado, também o Banco tem interesse de negociar com o cliente, pois seu interesse em última análise é o lucro. Logo, essa relação sinalagmática é movida pelo interesse.

Quando um homem se aproxima duma mulher, provavelmente algum interesse tem por ela. Podem-se denotar várias situações mais abrangentes possíveis e de variantes infinitas. Se a mulher for bonita e rica, pode ser o interesse no possível casamento e, como corolário, ficar com a metade de seus bens e assim tornar-se seu meeiro e com ela reunir o útil ao agradável. Mas, a constante presente sempre é o interesse.

Pode ocorrer do varão pobre no sentido financeiro, – pois a pior pobreza é a espiritual, ou seja, o ser pobre de espírito, chato e burro, grosso e ignorante – ao aproximar-se de uma mulher, também pobre materialmente, serem felizes. Aqui há nivelamento de armas.

Qual é o interesse que o aluno tem pelo professor?

Em regra, é o interesse pelo aprendizado. Desejo de crescer culturalmente e ficar preparado para a vida. O interesse do aluno é aprender, mas só permanece numa sala de aula do colégio motivado por nobre interesse.

Na carreira do magistrado, qual é seu interesse na carreira? Nem sempre é o de realização de justiça e o sentimento de justiçar as partes é senão seu interesse maior em crescer e ser desembargador ou, quiçá, compor alguma Corte de Justiça, como Tribunal Superior, ou juízo ad quem na semântica processual. Todavia, a carreira do magistrado, na maioria das vezes, é motivada por esse interesse e é compreensível e normal que assim o seja.

Dante Alighieri, em sua obra universal "A DIVINA COMÉDIA", colocou o político no patamar inferno, com certa dose de acerto. Essa posição do vate tem certa utilidade para explicar o fenômeno "Lula", com seu perfil de estadista, mas que lembra o personagem "Carlitos", pelo gênio de Charles Chaplim. Contudo, como "na natureza tudo se transforma e nada se cria", segundo Lavoisier, também Lula passará bem como todos nós passaremos.

Qual é o interesse que existe da parte num processo?

É patente em ter uma sentença favorável.

Quando é a favor do autor, o réu fica furioso e blasfema contra o magistrado que começa sua carreira com vários percalços e sofrimentos, que só sabe quem sente na pele, pois quem está de fora acha que é um "mar de rosa". O autor que teve seu interesse atendido passa a elogiar o magistrado e a justiça e, algum dia, se sofrer alguma derrota judiciária, na hora muda seu conceito e passa a blasfemar contra a deusa Têmis. Ela, a deusa mencionada, na majestade de sua grandeza, silente e serena e que sofre calada e petrificada em forma de estátua, burilada pelo cinzel dum talentoso Miguel Ângelo, num mármore de Carrara, eternizada como símbolo da Justiça, irradia suas luzes santas que curam e redimem.

Que gênio esse Miguel Ângelo, que se utiliza do mármore frio e insensível e sem forma, e inspirado pela luz divina e filosoficamente, e dê valor franciscano e transforma essa pedra sem vida e surge brilhantemente Pietà ou quem sabe Têmis, Deusa da Justiça, filha de Urano e de Géia.

No alto de meus cabelos brancos, que não se confundem com a beleza da neve que espargiu no mês de fevereiro de 2010 em Paris e sim, humildemente e em posição genuflexa, afirmo com propriedade e com a pureza de coração que o único "interesse puro" é o da mãe.

Seu interesse pelo filho, na maioria da vezes, é governado pelo amor.

O amor, esse vocábulo milagroso que justifica nosso viver nesse mundo.

O interesse da mãe pelo filho, esse poder miraculoso outorgado por Deus... Foi outorgado não em Cartório e, sim, no abençoado útero, que cria e opera milagres onde germina a criatura.

Aí é que nasce esse poder de mãe.

Essas elucubrações sobre o interesse, que agora falo também do íntimo, é o interesse que eu tenho, nesse quartel da vida, no alto de meus setenta anos, somente pelos meus filhos e meus netos, enfim minha família e alguns amigos.

Que pena que minha imaginação não me permite outras considerações mais profundas e nem alçar os voos do condor ou das gaivotas.

Diante disso, o meu interesse agora é encerrar essa crônica.

O interesse em coerência com o amor.

 

Abrão Razuk

Política

Moraes diz que Justiça está acostumada a combater 'mercantilistas estrangeiros' e 'políticos extremi

Fala ocorre em meio à união entre Bolsonaro e o bilionário Elon Musk nas críticas ao ministro

19/04/2024 19h00

Ministro Alexandre de Moraes Arquivo/

Continue Lendo...

O ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), afirmou nesta sexta-feira (19) que a Justiça Eleitoral está "acostumada a combater mercantilistas estrangeiros" e "políticos extremistas".

A fala é uma indireta a união entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o bilionário Elon Musk, dono do X (ex-Twitter), nas críticas às decisões de Moraes sobre a retirada de conteúdos das redes sociais durante a campanha eleitoral de 2022.

"A Justiça Eleitoral brasileira está acostumada a combater mercantilistas estrangeiros que tratam o Brasil como colônia. A Justiça Eleitoral brasileira e o Poder Judiciário brasileiro estão acostumados a combater políticos extremistas e antidemocráticos que preferem se subjugar a interesses internacionais do que defender o desenvolvimento no Brasil" afirmou o ministro na cerimônia de assinatura dos planos de trabalho para a construção do Museu da Democracia da Justiça Eleitoral, no centro do Rio de Janeiro.

Na presença do governador Cláudio Castro (PL), aliado de Bolsonaro, Moraes afirmou que a Justiça Eleitoral "continuará defendendo a vontade do eleitor contra a manipulação do poder econômico das redes sociais, algumas delas que só pretendem o lucro e a exploração sem qualquer responsabilidade".

"Essa antiquíssima mentalidade mercantilista que une o abuso do poder econômico com o autoritarismo extremista de novos políticos volta a atacar a soberania do Brasil. Volta a atacar a Justiça Eleitoral com a união de irresponsáveis mercantilistas ligados às redes sociais com políticos brasileiros extremistas", disse o magistrado.

Governo

Lula quer procurar Lira, Pacheco e outros ministros do STF para diminuir tensão entre Poderes

Lula e os ministros do Supremo fizeram na segunda uma análise da conjuntura política atual e diagnosticaram que há muitos focos de tensão entre os Poderes é preciso diminui-los

19/04/2024 17h00

O petista se reuniu na última segunda-feira (15) com uma ala do Supremo. Agência Brasil

Continue Lendo...

O presidente Lula (PT) pretende buscar Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que comandam a Câmara e o Senado, respectivamente, além de outros ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), em um esforço para diminuir as tensões entre os Poderes.

Nesta sexta-feira (19), Lula já trata da sua articulação política em um almoço no Palácio do Planalto. Participam os ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Rui Costa (Casa Civil) e Paulo Pimenta (Secom), além de líderes do governo no Congresso Nacional.

Também estão presentes os líderes do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE); no Senado, Jaques Wagner (PT-BA); e no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP). A reunião acontece logo após a participação da cerimônia do Dia do Exército, no quartel-general da força. O almoço teve início por volta das 12h30.

O petista se reuniu na última segunda-feira (15) com uma ala do Supremo, formada pelos ministros Gilmar Mendes, Flávio Dino, Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin. O encontro ocorreu na casa de Gilmar. Estavam também no jantar os ministros Ricardo Lewandowski (Justiça) e Jorge Messias (Advocacia-Geral da União).

Na ocasião, Lula disse que pretendia buscar outros magistrados para conversas. O próprio presidente do STF, Luís Roberto Barroso, por exemplo, ficou de fora do encontro do início da semana. Na mesma linha, o presidente quer conversar com Lira e Pacheco.

Lula e os ministros do Supremo fizeram na segunda uma análise da conjuntura política atual e diagnosticaram que há muitos focos de tensão entre os Poderes é preciso diminui-los.

Embora não conste em sua agenda, há a possibilidade de Lula se reunir com Padilha e líderes aliados nesta sexta. Um dos objetivos do encontro seria para articular algumas dessas movimentações.

De um lado, o Senado e a Câmara têm demonstrado irritação com decisões da corte, sobretudo do ministro Alexandre de Moraes. Como consequência, ameaçam dar seguimento a projetos que miram o STF. O Senado já aprovou no ano passado uma PEC (proposta de emenda à Constituição) que restringe decisões monocráticas.

Na Câmara, deputados querem abrir um grupo de trabalho para tratar das prerrogativas parlamentares, para avaliar eventuais exageros do Supremo. Também sugerem que podem abrir uma CPI para mirar o STF e TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Atualmente, há oito delas que aguardam a formalização, entre elas uma que pretende investigar "a violação de direitos e garantias fundamentais, a prática de condutas arbitrárias sem observância do processo legal, inclusive a adoção de censura e atos de abuso de autoridade por membros do STF e do TSE [Tribunal Superior Eleitoral]".

Lira indicou esta semana aos líderes que deverá instalar CPIs, mas reservadamente deputados acham difícil a ofensiva prosperar.

Em outra frente, parlamentares, incluindo Lira, estão incomodados com a articulação política do governo. O presidente da Câmara chegou a dizer que o ministro Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais) é seu "desafeto pessoal" e o chamou de incompetente.

Lula reagiu dizendo que só por "teimosia" não tiraria Padilha do cargo. O presidente, porém, tem pregado um apaziguamento das tensões. O receio do presidente é que o clima acabe por afetar o andamento de projetos prioritários para o governo no Congresso, além de a tensão avançar para uma crise entre Parlamento e Supremo.
 

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).