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Tuitar vira hábito de políticos

Tuitar vira hábito de políticos

Redação

04/07/2010 - 00h36
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São Paulo

O Twitter assumiu papel de protagonista nestas eleições antes mesmo de a campanha começar. Mas não da forma que os candidatos esperavam. Inicialmente, pensado como um palanque para conquistar o eleitor jovem, o microblog transformou-se em espaço para intrigas políticas, comentários pessoais, cutucões virtuais e bate-boca online - ou, como preferiu definir o presidente do PT, José Eduardo Dutra, “bate-dedos”.
Hoje, são muitos os políticos com perfil no site. Vão de deputados e senadores aos candidatos à Presidência, passando por lideranças partidárias. E o que surgiu como ferramenta de campanha transformou-se em hábito. “Já há algum tempo tento ser mais jovem e faço esforço para participar dessas redes”, conta o presidente do PPS, Roberto Freire (@freire_roberto, 3.475 seguidores), um dos mais ativos no Twitter. “Às vezes eu tenho de tomar um certo cuidado para não virar a noite, porque você fica lendo e perde a noção.”
Freire já atuou em algumas das polêmicas do Twitter. Durante a semana, chegou a ter uma breve discussão com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo (@paulo_bernardo, 5.847 seguidores), sobre o crescimento econômico do País. “Mas o Paulo Bernardo é um petista democrático, é bom discutir com ele”, minimizou Freire, acrescentando que já teve de bloquear alguns usuários “com quem não há a menor condição de interagir”.

Indiscrição
A escolha do vice de José Serra (PSDB) foi a primeira crise com raízes no Twitter nas eleições deste ano. Seu estopim foi um tweet postado no perfil do presidente do PTB, Roberto Jefferson (@blogdojefferson, 3.804 seguidores). “Falei agora com o Sergio Guerra. O vice será o Alvaro Dias”, tuitou, antes que a notícia chegasse aos aliados do DEM. “Esqueci que sou político, agi como tuiteiro”, explicou Jefferson, que garante: “Eu não cometo excessos.”
O anúncio antecipado gerou reações imediatas dentro e fora da rede. Líderes do PSDB e do DEM correram ao microblog para comentar - uns para defender a escolha, outros para criticá-la. Quando os tucanos retrocederam e apontaram o deputado fluminense Índio da Costa (@depindiodacosta, 39.153 seguidores), mais uma vez foi no Twitter que a notícia chegou primeiro.
Jefferson conta que entrou “firme” no Twitter “há uns 30 dias”. “Achei uma coisa excelente, você dá uma tuitada e já fica esperando as reações. É como se fosse uma pesquisa de tracking”, comentou, empolgado. Ele é um dos políticos mais ativos na rede, com uma média de 14 tweets por dia. “Se você fizer um comentário ruim, se entrar errado, na mesma hora vai ver as reações”, disse.
Petistas também já provaram o lado amargo do microblog. Em abril, o tuiteiro Marcelo Branco (@marcelobranco, 6.225 seguidores) - responsável na campanha de Dilma Rousseff (PT) pela mobilização de internautas - causou desconforto ao criticar a Rede Globo em sua página. O próprio José Eduardo Dutra (@zedutra13, 3.334 seguidores) protagonizou uma troca de farpas via Twitter com o jornalista Ricardo Noblat. Horas depois, ao se afastar da discussão, Dutra tuitou: “Caraca, esse negocio vicia mesmo. Estava no circo, sem bateria, e quase em crise de abstinência.”

Notívagos
O horário de maior atividade dos políticos tuiteiros é à noite, depois das 21 horas. Já se tornou tradição, às vésperas da divulgação de nova pesquisa eleitoral, políticos passarem madrugadas estimando os resultados. Com a velocidade típica da rede, com frequência notícias falsas ganham destaque. “Aquilo tem uma velocidade muito grande, é uma Babel”, opinou Freire.
Por vezes, os comentários políticos dão lugar a recomendações musicais, detalhes da rotina ou - em tempos de Copa do Mundo - análises futebolísticas. “Acho que está constatado que existe um certo voyeurismo tuítico”, avalia Alfredo Sirkis (@alfredosirkis, 1.561 seguidores), vice-presidente do PV e um dos coordenadores da campanha de Marina Silva. “As pessoas se interessam por aspectos da rotina e pela vida pessoal das figuras públicas. Mas sou da velha escola, não misturo público com privado.” No entanto, opina: quem fala da própria vida no microblog ganha seguidores. “Isso, aliás, faz muito sucesso.”
Os três principais candidatos à Presidência também têm perfil na rede. José Serra (@joseserra_, 275.712 seguidores) é o mais participativo. Notívago confesso, ele costuma escrever nas madrugadas, quando envia vários tweets em sequência. Serra se mostra familiarizado com a linguagem típica do microblog e usa abreviaturas como “rs” (risos). Nos textos de 140 caracteres, fala de música e futebol, mas principalmente comenta sua agenda de campanha. Ele já prometeu que continuará a escrever no site, se for eleito.
Dilma Rousseff (@dilmabr, 99.479 seguidores) é a candidata que menos escreve e restringe seus tweets aos compromissos de campanha. Marina Silva (@silva_marina, 81.506 seguidores) é a presidenciável que usa o Twitter há mais tempo. A presidenciável do PV evita falar da vida pessoal, mas nos jogos do Brasil na Copa foi uma das torcedoras tuiteiras mais assíduas, comentando os jogos em tempo real.

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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