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Transplante em casos de 50% de compatibilidade deve ser visto com cuidado

Transplante em casos de 50% de compatibilidade deve ser visto com cuidado

AGÊNCIA BRASIL

26/01/2014 - 12h00
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O transplante de medula óssea de doador que não é 100% compatível, conhecido como haploidêntico, ainda é um procedimento experimental no Brasil e deve ser visto com cuidado, diz o diretor do Centro de Transplante de Medula Óssea (Cemo) do Instituto Nacional de Câncer (Inca), Luis Fernando Bouzas. “É uma técnica que ainda está se desenvolvendo, baseada em novos conceitos que surgiram nos últimos dois ou três anos”, disse Bouzas à Agência Brasil.

Coordenador do Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome) e do Registro Nacional de Receptores de Medula Óssea (Rereme), Bouzas explicou que o transplante haploidêntico ocorre quando a compatibilidade entre o doador e o paciente é de apenas 50%. Trata-se de um transplante “só familiar. E mesmo assim, só dá certo entre mãe, irmão e pai”.

Segundo a hematologista da Rede de Hospitais São Camilo, de São Paulo, Aline Guilherme, especialista em transplante de medula óssea, a técnica é consagrada mundialmente e é uma alternativa para atenuar a carência de doadores das etnias negra, indígena e asiática. O transplante haploidêntico é “feito nos hospitais mais famosos e conceituados em transplante de medula óssea, com resultados muito bons”. Legalmente, é considerado um tratamento experimental no Brasil, “mas é uma técnica já consagrada nos hospitais privados que têm habilitação para fazer esse tipo de transplante”.

Bouzas, porém, alertou que é preciso olhar com muito cuidado o transplante haploidêntico, “porque não serve para todo tipo de doença. Serve para algumas situações. A primeira decisão a ser tomada ainda é o transplante com doador familiar totalmente idêntico, ou seja, um irmão compatível, totalmente idêntico”. De acordo com o médico, somente 30% das pessoas encontram doador idêntico.

Em seguida, vem o doador não aparentado, inscrito no Redome, “que também tem que ser idêntico”. Segundo Bouzas, admite-se que haja, nesse caso, uma pequena diferença entre doador e receptor, mas ela não pode ser maior que 10%. “Porque, se for [maior], vai ser um resultado ruim”. O resultado é sempre melhor quando há compatibilidade total, disse ele.

Entre os doadores não aparentados, existem as alternativas do doador voluntário e do sangue do cordão umbilical. Por último, vem o transplante haploidêntico, em que o doador é um parente parcialmente compatível, considerado ainda por muitos especialistas como experimental. De acordo com Bouzas, alguns resultados analisados desse tipo de transplante são positivos, “quando são feitos com mãe ou, no máximo, irmão”.

Ele disse que isso tem uma explicação científica, que é o to de a mulher gestar uma criança durante nove meses e não rejeitar o filho, que tem metade dos genes da mãe e metade do pai. “Esse mecanismo de não haver rejeição é que permite um transplante haploidêntico. "Há uma certa tolerância entre mãe e filho e entre filho e mãe”.

Na avaliação do médico, está havendo um entusiasmo exagerado da parte de algumas pessoas em relação a essa opção de transplante, porque “todo mundo que tem mãe viva poderia ter um doador. Na verdade, não é bem assim, porque sabemos, por exemplo, que, para leucemia e algumas outras doenças, haveria um pior resultado com o transplante haploidêntico”. Há mais chance de a doença voltar no futuro e de não haver boa recuperação imunológica do transplante. “Ainda está em estudo e ainda há questões não resolvidas”, advertiu o médico. Por isso, não é uma solução definitiva, disse ele.

Aline Guilherme informou que, por se tratar de um procedimento de alta complexidade, poucas instituições são autorizadas pelo Ministério da Saúde a fazer esse tipo de transplante. A unidade Pompeia da Rede de Hospitais São Camilo, de São Paulo, é uma delas. Luis Fernando Bouzas disse que, em todo o Brasil, há 24 unidades que fazem esse tipo de transplante dentro ou fora do Sistema Único de Saúde (SUS).

Inteligência artificial

Google anuncia IA para criar vídeos, resumir reuniões e melhorar emails

O lançamento de uma versão de testes acontecerá em junho

10/04/2024 16h00

Os usuários poderão escolher estilo, composição dos slides, cenas, imagens e músicas a partir de botões e comandos textuais dados ao chatbot Gemini. Divulgação

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O Google apresentou na terça-feira (9) um pacote de novidades de inteligência artificial para sua plataforma de trabalho que inclui Gmail, Docs, Meet e Sheets, após seguidos deslizes na competição pela liderança na tecnologia com a OpenAI e a Microsoft.

Entre os anúncios, chamou atenção uma ferramenta de IA geradora de slides em vídeo. Chamado de Google Vids, a nova ferramenta é, segundo o Google, um assistente de criação de vídeos equipado com inteligência artificial. A tecnologia cria uma espécie de sequência de cenas, ou um "storyboard", como é chamado na indústria criativa.

O lançamento de uma versão de testes acontecerá em junho. Assinantes do Workspace, disponível por US$ 10 (R$ 50) mensais, terão acesso à plataforma.

De acordo com a vice-presidente do Google Kristina Behr, a ideia é que qualquer pessoa seja capaz de contar bem uma história com o auxílio da ferramenta. "Nosso objetivo é que, se uma pessoa pode fazer um slide, pode fazer um Google Vids", disse a executiva em evento realizado pelo Google em Las Vegas para anúncio de novidades voltadas às empresas.

Os usuários poderão escolher estilo, composição dos slides, cenas, imagens e músicas a partir de botões e comandos textuais dados ao chatbot Gemini. Uma das apostas do Google para recuperar a competitividade no mercado de IA é a integração de seus serviços.

O Google teve um início desajeitado no mercado de IA generativa, embora seja o responsável pelos principais avanços técnicos por trás da tecnologia. Entrou na concorrência apenas após o sucesso do ChatGPT, e o primeiro produto da empresa —Bard— desapontou o público em termos de performance.

A segunda tentativa, o chatbot Gemini que chegou ao mercado em fevereiro, rivaliza em performance com a versão mais recente do ChatGPT, mas foi centro de uma polêmica que envolveu a representação de nazistas não-brancos, entre outras imprecisões históricas. Por isso, a plataforma teve sua função de geração de imagens desativada por dias.

Agora a empresa se apoia na sua grande base de assinantes para integrar o bot concorrente do ChatGPT a Gmail, Docs, Sheets e outros recursos. Os recursos se assemelham às funções de IA disponíveis no pacote Office e no Windows, da Microsoft.

Um exemplo dessas funcionalidades é um assistente feito com IA capaz de resumir conversas, fazer traduções e responder dúvidas durante uma sessão de Google Meet. O robô funciona a partir de comando de voz.

Também com expectativa de lançamento em junho, a tecnologia tem suporte para 69 idiomas incluindo o português, segundo o Google. A assinatura do serviço custará US$ 10 (R$ 50).
O assistente também funcionará no Google Chat, bate-papo presente no Gmail.

A plataforma de email também passará a receber comandos por voz e receberá um botão para "melhorar" textos com um clique. A tecnologia "transformará uma nota simples em um email completo".

Ainda com base em IA, as planilhas do Google ganharão uma funcionalidade para formatar e organizar dados de maneira intuitiva. O produto promete acelerar a produção de tabelas.
O Google também acrescentou gatilhos condicionais às planilhas, que avisarão o usuário em caso de mudanças relevantes nos dados.

No Google Docs, programa de edição de texto, a empresa implementará um sistema de abas, que promete facilitar acesso e trabalho em múltiplos documentos ao mesmo tempo.

Para o Google Drive, o gigante da tecnologia passou a oferecer na terça um recurso de classificação e proteção de arquivos com o auxílio de IA. A tecnologia pretende facilitar a gestão de arquivos de negócios, para facilitar a detecção de arquivos nocivos, como vírus.

Integrado aos aplicativos de produtividade, o chatbot do Google para empresas, chamado Vertex, terá 130 opções de personalização sob promessa de adequar e melhorar a performance da tecnologia às necessidades dos usuários.

Programadores ainda ganharam acesso na terça a uma versão mais sofisticada do chatbot Gemini, o modelo 1.5 Pro.

De acordo com o Google, essa versão trabalha melhor com imagens, áudios e linguagens de programação.
 

Justiça

Barroso dá recado a Musk e fala em instrumentalização criminosa das redes sociais

O presidente do Supremo diz que é público e notório que "travou-se recentemente no Brasil uma luta de vida e morte pelo Estado democrático de Direito"

08/04/2024 14h00

O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, divulgou nota hoje em que afirma que "decisões judiciais podem ser objetos de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado". divulgação

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Em meio ao embate entre o ministro Alexandre de Moraes e o empresário Elon Musk, dono da rede social X (antigo Twitter), o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, divulgou nota nesta segunda (8) em que afirma que "decisões judiciais podem ser objetos de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado".

Neste domingo (7), Moraes determinou a inclusão de Musk como investigado no inquérito que apura a existência de milícias digitais antidemocráticas e seu financiamento.

Moraes afirmou que o empresário iniciou uma campanha de desinformação sobre a atuação do STF e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), "instigando a desobediência e obstrução à Justiça, inclusive, em relação a organizações criminosas".

Na nota assinada por Barroso, sem citar nominalmente Musk, o presidente do Supremo diz que é público e notório que "travou-se recentemente no Brasil uma luta de vida e morte pelo Estado democrático de Direito e contra um golpe de Estado, que está sob investigação nesta corte com observância do devido processo legal".

"O inconformismo contra a prevalência da democracia continua a se manifestar na instrumentalização criminosa das redes sociais", afirmou.

"O Supremo Tribunal Federal atuou e continuará a atuar na proteção das instituições, sendo certo que toda e qualquer empresa que opere no Brasil está sujeita à Constituição Federal, às leis e às decisões das autoridades brasileiras", disse Barroso.

Segundo ele, "é uma regra mundial do Estado de Direito e que faremos prevalecer no Brasil", que "decisões judiciais podem ser objeto de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado".

No domingo, Musk disse em seu perfil no X que Moraes deveria renunciar ou sofrer impeachment. No mesmo texto, afirmou que em breve publicará tudo o que é exigido pelo ministro e "como essas solicitações violam a legislação brasileira".

Um dia antes, um perfil institucional do X havia postado que bloqueou "determinadas contas populares no Brasil" devido a decisões judiciais, e Musk retuitou mensagem em que disse que "estamos levantando todas as restrições" e que "princípios importam mais que o lucro".

Apesar de o post da empresa não citar de onde seriam as decisões, Musk repostou a publicação, junto da mensagem: "Por que você está fazendo isso @alexandre", marcando o ministro do STF.

Horas após a postagem do domingo, Moraes determinou a inclusão de Musk como investigado. Segundo o ministro, a medida se justifica pela "dolosa instrumentalização criminosa" da rede, em conexão com os fatos investigados nos inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos.

Moraes determinou ainda a instauração de um inquérito para apurar as condutas de Musk em relação aos crimes de obstrução à Justiça, inclusive em organização criminosa e incitação ao crime, todos previstos no Código Penal.
 

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