Em vez de música clássica, a mais tradicional música sertaneja de raiz. É nisso que aposta a Orquestra Revoada Pantaneira, criada em 2007, por André Luiz Severino, com formação em violino e apaixonado pela viola caipira. "É uma orquestra de cordas, que faz uso de efeitos como canto de pássaros e toque de berrante. É um som bastante peculiar", defende André Luiz.
Paulistano, André veio para Campo Grande em 2002, onde começou a dar aulas de música. Foi durante esse período que teve a ideia de criar um grupo para divulgar e resgatar a música caipira. "O grupo foi montado com os alunos de maior destaque e começamos a tirar canções de nomes importantes como Tonico e Tinoco, Tião Carreiro, entre outros", lembra.
Todas as músicas passam por adaptações feitas pelo próprio regente. "Eu faço arranjos, mas não mudo a estrutura das canções, deixando-as bem próximas do original para que o público as reconheça. Como não são cantadas, utilizamos os violinos para fazer algo semelhante às vozes, e as violas caipiras fazem a base e os solos. Contudo, isso não é uma regra imutável", indica.
Segundo André, a Orquestra Revoada Pantaneira foi a primeira a unir instrumentos eruditos, como o violino, e a viola caipira. "Orquestras caipiras são comuns no Brasil inteiro, mas a forma como executamos as canções são únicas", acredita. Além da Revoada Pantaneira, o músico rege a Orquestra Revoada Pantaneira Jovem e a Orquestra Som da Indústria, do Serviço Social da Indústria (Sesi). Esta conta apenas com violas caipiras.
O trabalho do grupo tem sido reconhecido nacionalmente e os convites para se apresentar em festas e espetáculos fora do Estado têm se tornado cada vez mais comuns. "A viola caipira é um instrumento tradicional, que chegou ao Brasil logo após o descobrimento, por volta de 1550. Nosso papel é torná-lo popular", finaliza André. (TA)