Iniciar o aprendizado de outro idioma na fase adulta e na terceira idade apresenta desvantagens, porém, como afirmam os profissionais da área, fatores objetivos em aprender – ascensão profissional, viagem, carreira acadêmica – podem levar a resultados positivos. “Primeiro, o aluno tem que entender que não é apenas na sala de aula que ele aprende. É preciso ter dedicação. Se ele faz 3 horas semanais na escola, no mínimo, tem que fazer o mesmo tempo em casa. Sempre comparo o estudante de uma língua estrangeira com um estudante de piano: se não estudar, não vai tocar bem, não poderá fazer um concerto. O que seria um concerto para um estudante de língua estrangeira? É ele falar bem, fluentemente, colocar em prática o que aprendeu”, explica João Pereira dos Santos. Para Daniela de Souza Coimbra, o sucesso do aprendizado surge na motivação do aluno. “O principal diferencial do adulto é a motivação. Ele tem que estar realmente decidido a se dedicar ao estudo da língua estrangeira”. Isso, segundo ela, pode acontecer numa possível promoção, nova possibilidade profissional, entre outros. “Normalmente, o adulto se afasta do curso por qualquer motivo: uma viagem, um casamento, tudo é motivo para ele desistir, mas se tiver algo realmente forte, ele permanece e tem bons resultados”. Ela cita uma empresa que se instalou no interior do Estado e ofereceu um curso intensivo para profissionais contratados, todos adultos. Como os participantes tinham motivos para aprender inglês, o resultado foi positivo. “Praticamente, todos os participantes se saíram bem”. Entre os empecilhos na aprendizagem dos adultos em aprender está a inibição. “Muitos têm vergonha de errar a pronúncia diante dos outros. Ficam intimidados. As pessoas mais desinibidas têm mais chances de se dar melhor”, afirma Guido Nogueira Júnior. Todos os consultados afirmam que a pessoa na terceira idade procura muito pouco as escolas, mas isso não quer dizer que não existam casos de estudantes nessa faixa etária. “A principal diferença que vemos é que são poucos os que se aventuram a um novo aprendizado nesta fase da vida, o que é uma pena, pois as poucas experiências que acompanhamos foram de sucesso”, aponta Daniela de Sousa Franco Coimbra. “Tive um caso de pessoa com mais de 60 anos que ajudava os outros em sala aula”, lembra Guido. (OR)