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Técnicos já contabilizam morte de 2,7 mil bovinos

Técnicos já contabilizam morte de 2,7 mil bovinos

Redação

20/07/2010 - 08h16
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MICHELLE ROSSI
bruno grubertt

De acordo com a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) em Mato Grosso do Sul já são 2,7 mil bovinos mortos, em decorrência de hipotermia ocasionada pela forte onda de frio que atinge todo o Estado. Até o momento as regiões mais atingidas são o sul e oeste, nos municípos de Caarapó, Antônio João e Ponta Porã.
O balanço foi divulgado ontem, no fim da tarde, depois que cerca de 180 técnicos da agência percorreram propriedades rurais de, pelo menos, seis localidades, para contabilizar os prejuízos. Ponta Porã e Antônio João foram os locais em que mais mortes foram contabilizadas — 520 e 300 cabeças, respectivamente. “Pode ser que algum técnico ainda esteja no campo e nos traga dados novos, mas, por enquanto, os números são esses”, justificou a diretora-presidente da Iagro, Maria Cristina Carrijo. De acordo com produtores rurais de Caarapó, pelo menos 700 cabeças morreram de frio no município.
Necropsias estão sendo realizadas no gado morto para constatação de possíveis contaminações por bactérias. “Em uma semana vamos ter as respostas dos exames macro e microscópicos nos animais para então identificarmos possíveis bactérias oportunistas que podem ter se instalado nos organismos dos bovinos com o frio. Mas posso adiantar que a causa principal da morte dos animais foi mesmo a hipotermia”, disse Maria Cristina Carrijo. Nos últimos dias houve até registros de sensação térmica abaixo de zero no Estado.
A recomendação da Iagro é de que os animais mortos sejam enterrados, quando identificados, para serem evitados problemas como infestações de bactérias no restante do rebanho, caso as carcaças fiquem expostas em estado de putrefação no ambiente. “Devem ser abertas valas – longe das nascentes dos rios – para que os animais sejam enterrados, caso contrário vamos começar a ter outros problemas com o surgimento de infestações”, constatou.
A mortandade de milhares de animais por conta do frio não é situação muito comum mas já havia sido registrada em duas situações na história recente do Estado: em 2000 e em 1979, segundo a diretora da Iagro. A raça nelore é predominante nos rebanhos do Estado e está adaptada ao clima tropical, portanto, sofre bastante com as quedas bruscas de temperatura. “As áreas de pasto têm sido revezadas com as lavouras e nem sempre as áreas de mata preservada (reserva legal) numa propriedade estão próximas de onde o gado é criado”, apontou Maria Cristina, informando que a recomendação é tentar conduzir os animais para abrigos, se possível.

Prejuízos
Há relatos à Iagro de grandes prejuízos em pequenas propriedades rurais, segundo a diretora da agência. “Sabemos, por exemplo, de uma pessoa que perdeu 100 cabeças de gado, das 300 que tinha”, citou.  
O diretor-secretário da Federação de Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul), Dácio Queiroz, informou que ainda é cedo para definir como a situação será tratada na entidade. “Estamos esperando as temperaturas ficarem maiores para contabilizarmos o prejuízo da temporada e então nos reunirmos. Dependendo, vamos pleitear uma linha de crédito especial para os proprietários prejudicados”, citou.

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Comissão vai analisar pedido de anistia coletivo dos povos indígenas Guarani e Kaiowa de Caarapó

Violações praticadas pelo governo brasileiro aos indígenas no período da ditadura militar e pós-guerra do Paraguai foram reconhecidas pela Comissão Nacional da Verdade

27/03/2024 17h00

Arquivo/Correio do Estado

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A Comissão de Anistia irá analisar, em sessão histórica o pedido de anistia coletivo dos povos Guarani Kaiowa, da comunidade indígena Guyraroká, protocolado pelo Ministério Público Federal (MPF) em 31 de agosto de 2015.

Esta será a primeira sessão promovida pelo órgão, criado em 2002, e atualmente vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, para analisar eventual reparação a indígenas que tiveram os direitos humanos violados durante o período da ditadura militar no Brasil, entre 1947 e 1980.

A sessão de apreciação dos pedidos ocorrerá às 8 horas (horário de MS) no próximo dia 2 de abril, no Auditório do MDHC, em Brasília (DF). O procurador da República Marco Antonio Delfino de Almeida, que subscreve o requerimento, representará o MPF.

Além da comunidade indígena Guyraroká, localizada no município de Caarapó (MS), a cerca de 275 quilômetros de Campo Grande, também serão analisados durante a sessão os pedidos de anistia relacionados aos povos Krenak, de Minas Gerais.

Como o primeiro pedido foi protocolado há quase uma década, o MPF promoveu recentes reuniões com lideranças da aldeia Guyraroká, no intuito de debater e atualizar o documento contendo os requerimentos coletivos, cujo teor será apresentado durante o ato no Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.

Retirada do território

Políticas federais de povoamento do país, implementadas durante o período da ditadura militar e pós-guerra do Paraguai, levaram agentes estatais a promover traslados compulsórios dos indígenas de Guyraroká, provocando mortes e profunda desintegração dos modos de vida destes povos tradicionais.

O propósito era retirar os indígenas das vastas áreas por eles ocupadas segundo os seus modos tradicionais e confiná-los em espaços exíguos definidos unilateralmente pelo poder público. As terras ocupadas anteriormente por eles foram liberadas à ocupação de terceiros, que tiveram a posse dos terrenos legitimada por títulos de propriedade.

Estas violações praticadas à época pelo governo brasileiro aos indígenas de Mato Grosso do Sul foram reconhecidas pela Comissão Nacional da Verdade (CNV), que esteve em Dourados e ouviu integrantes da comunidade Guyraroká sobre o processo de confinamento territorial que sofreram. Estima-se que mais de 8.300 indígenas foram mortos no período em decorrência da ação estatal ou da omissão do governo brasileiro.

Repercussões das violações

Após anos longe do território, aos poucos, os indígenas buscaram ocupar Guyraroká, num processo que começou em 2004, iniciando pela ocupação da faixa de domínio da rodovia estadual que ladeia a terra indígena (MS-156) e posteriormente ocupando uma parcela do perímetro declarado – 65 de um total de 11 mil hectares.

O MPF destaca, no pedido de anistia, que a principal atividade econômica desenvolvida pelos indígenas Kaiowa é a agricultura e, quando retirados do seu território forçadamente pelo governo brasileiro, ficaram completamente desprovidos do exercício de todas as suas atividades econômicas, merecendo a reparação.

Além disso, a desintegração do grupo e a ausência de acesso ao território tradicional, somada à extrema miséria, provocaram um número significativo de mortes por suicídio na comunidade. Em um grupo de 82 pessoas, registrou-se um caso de suicídio por ano entre 2004 e 2010.

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Prefeita prevê conclusão das obras de saneamento básico na Homex em 60 dias

Segundo a Águas Guariroba, as obras iniciaram há 10 dias e até o momento foram instalados 3,5 km de rede de esgoto.

27/03/2024 16h45

Fotos: Gerson Oliveira

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Após anos de luta, cerca de 1,5 mil famílias que residem na comunidade Homex, localizada no Jardim Centro-Oeste, em Campo Grande, terão acesso ao sistema de saneamento básico de água e esgoto. A prefeita Adriane Lopes (PP) e o presidente da Águas Guariroba, Themis de Oliveira, realizaram uma visita técnica para inspecionar o andamento das obras iniciadas há dez dias. Segundo o cronograma, a previsão de conclusão é de 60 dias. 

Até o momento, foram instalados 3,5 km de rede de esgoto na Comunidade do Homex. O investimento, proveniente de uma parceria público-privada com a concessionária Águas Guariroba, é de aproximadamente R$8 milhões

De acordo com o diretor executivo das Águas Guariroba, Gabriel Brum, foram instalados 8,7 quilômetros de rede de água e outros 12 km de rede de esgoto na comunidade. 

"Esta é uma obra bem complexa por causa de diversas instalações que acabamos encontrando debaixo das casas. Infelizmente agora é uma dor de cabeça aos moradores, mas em breve será de muita alegria, porque o nosso objetivo é terminar em 60 dias",  relatou ao Correio do Estado.  

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A prefeita Adriane Lopes destacou que o saneamento básico é fundamental para a qualidade de vida das pessoas. Ela ainda ressaltou que a disponibilidade de água tratada nas torneiras irá reduzir as filas nas unidades de saúde e, consequentemente, promover o bem-estar dos moradores

"Estamos avançando nessa obra de grande importância para a comunidade. São mais de 1,5 mil famílias, e cerca de 5 mil pessoas que terão saneamento que é vida", afirmou. 

Durante a apresentação do mapa das obras para a imprensa, o diretor-presidente da Águas Guariroba, Themis de Oliveira, anunciou que, no primeiro mês após a instalação, não será cobrada tarifa de água e esgoto dos moradores.

"Além de não pagarem água e esgoto no primeiro mês, as famílias serão cadastradas na tarifa social. Vamos passar pela comunidade ensinando as famílias a consumir a água", explica Themis Oliveira.


Qualidade de vida 

Observando de longe o trabalho dos funcionários da Águas Guariroba, Clair Lopes, de anos, é residente da Comunidade do Homex há 8 anos, tentava entender o que estava acontecendo. Após a imprensa relatar que seria instalada uma rede de esgoto e água, ela ficou extremamente animada com a expectativa de ter água limpa na torneira. Junto com ela, moram quatro pessoas: seu marido, seu filho e uma filha que está grávida. 

"Nossa, que alegria ouvir isso. Será uma benção, é tudo que a gente queria, ter água limpa em casa. Meus netos todos já tiveram diarreia e agora vamos ter uma água boa para nós consumir", relatou.

Clair ainda expressou sua ansiedade por poder tomar um banho demorado, já que a família atualmente precisa se banhar com baldes.

"Não vejo a hora de poder tomar banho de verdade, ninguém merece ter que usar baldinho", relatou Clair.

 

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