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Surgem cursos de bacharelados não convencionais em áreas como biodiversidade e energia

Surgem cursos de bacharelados não convencionais em áreas como biodiversidade e energia

Estadão

12/04/2011 - 23h20
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Tradicionais nos catálogos das universidades, os cursos de Direito e de Administração têm ganhado, ano a ano, companheiros bem inusitados. Primeiro vieram os cursos de graduação tecnológica, com um cardápio que incluía de Quiropraxia a Irrigação. Nos últimos anos, começam a figurar os bacharelados não convencionais. A Universidade Federal da Bahia (UFBA), por exemplo, oferece o bacharelado em Estudos de Gênero e Diversidades. Na Universidade Estadual de Minas Gerais (UEM), o vestibulando pode optar pelo curso de Ciência e Tecnologia de Laticínios.

Os bacharelados buscam atender a novas demandas do mercado - principalmente em áreas como biodiversidade e energias renováveis - com currículos que obedecem à peculiaridades regionais, como é o caso do curso de Agroecologia da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), que teve a primeira aula no mês passado em Belém.

"Na Região Norte, o engenheiro chega para fazer o inventário florestal e a população pergunta como faz para resolver o problema de um animal", diz João Ricardo Vasconcellos Gama, diretor do Instituto de Biodiversidade e Florestas. "Por isso, criamos um curso que mescla temas como agronomia e zootecnia. O profissional sai especializado em agricultura familiar."

Para garantir a empregabilidade dos egressos, o projeto pedagógico foi submetido à consulta pública, da qual participaram ONGs, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), fazendeiros e industriais.

Energia renovável. No outro extremo do País, de olho nos parques eólicos que estão sendo construídos nas redondezas, a Universidade Federal do Pampa (Unipampa) criou o curso de Engenharia de Energias Renováveis e Ambiente, no câmpus de Bagé (RS). "Tivemos uma explosão dessa área aqui na região, criamos o curso e agora já há outras universidades pedindo para usar o nosso currículo e até o nosso nome", diz a coordenadora do curso, Cristine Schwanke.

O objetivo é que o engenheiro saia com competência para atuar da geração à gestão da energia. "Hoje, as empresas contratam empresas onde cada um faz um pouco. O nosso profissional vai desempenhar o trabalho sozinho."

Motivado por esse mercado sustentável, João Marcos Druzian, de 21anos, decidiu estudar Engenharia Mecânica: Energias Renováveis e Tecnologia Não Poluente. É aluno da primeira turma do curso na Universidade Anhembi Morumbi, de São Paulo. Começou no ano passado, impulsionado pelo Erbanol, o carro projetado pelo Núcleo de Estudos em Produção mais Limpa que roda 140 km com um litro de etanol. "As empresas estão investindo em novas tecnologias. Optei por um mercado promissor."

Faltam interessados. Na hora de lançar um novo curso, no entanto, não basta avaliar o mercado e desenhar um bom currículo. É preciso encontrar quem esteja disposto a se embrenhar na nova área, principalmente quando ela foge totalmente do convencional. Apesar de gratuito, o bacharelado em Estudos de Gênero e Diversidades da UFBA, oferecido há três anos, ainda não consegue preencher as 50 vagas oferecidas anualmente.

"Estamos pagando um preço pelo pioneirismo. As pessoas ainda acham que gênero é uma coisa muito específica", afirma Márcia Macedo, coordenadora do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher.

O currículo do bacharelado inclui temas como feminismo, etnia, relações de poder e orientação sexual. A sala de aula reúne, entre outros, advogados, assistentes sociais, sindicalistas e militantes do movimentos negro. "A diversidade não está só no nome do curso. Precisamos ocupar nosso espaço", diz Márcia.

Em São Paulo, a Universidade Cruzeiro do Sul não conseguiu alunos suficientes para viabilizar o bacharelado em Bioinformática, oferecido no vestibular do início do ano e com a descrição ainda no ar no site da instituição. "Queremos acompanhar as tendências do mercado, mas os alunos brasileiros ainda preferem uma carreira mais tradicional", afirma Luiz Henrique Amaral, pró-reitor de graduação.

Para aumentar o número de interessados no processo seletivo do meio do ano, a estratégia da instituição é dar prioridade à divulgação em anúncios e propagandas. "Acreditamos no curso. Só precisamos explicar melhor, porque pouco se sabe sobre o assunto. É uma profissão do futuro", completa Amaral.

Foco. Apesar de as universidades terem autonomia para oferecer novos cursos, em alguns casos falta bom senso, pondera o consultor Carlos Monteiro, da CM consultoria em Educação.

O principal erro, segundo ele, está na modalidade de graduação. "Equivocadamente, ainda somos o País dos bacharéis. Sempre fazemos o curso ficar maior do que precisa sem pensar que, em muitos dos casos, o melhor seria oferecer a graduação tecnológica, mais curta e focada."

A escolha errada traz consequências sérias: o bacharelado pode não sobreviver a mais de uma turma ou registrar altos índice de evasão.

Atenção


1. Escolha. Antes de se matricular em um curso novo, informe-se sobre o mercado de trabalho.

2. Análise. Veja se currículo e formação dos docentes são coerentes com o curso.

3. Parcerias. Ganha pontos a instituição que tiver convênios estabelecidos.

4. Coerência. Confira se não é um curso tradicional travestido de outro nome.




Servidores

Governo Lula amplia proposta de reajuste para 9,5% para servidores federais da educação

Para o ano que vem, o governo aumentou a proposta de reajuste de 4,5% para 9,5%. E para 2026, saiu de 4,5% para 3,5%

19/04/2024 14h00

O governo também acolheu a maioria dos pedidos para reestruturação da carreira. Foto: Gerson Oliveira

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O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez nesta sexta-feira (19) uma contraproposta a técnicos e servidores da educação para 2025 e 2026 em numa nova mesa de negociação.

Para o ano que vem, o governo aumentou a proposta de reajuste de 4,5% para 9,5%. E para 2026, saiu de 4,5% para 3,5%. Além disso, os pagamentos já seriam feitos em janeiro de 2026, não em maio, como é praxe.

O governo também acolheu a maioria dos pedidos para reestruturação da carreira.

A proposta foi feita em reunião de lideranças sindicais no Ministério da Gestão e Inovação com integrantes do governo. Em frente à sede da pasta estavam integrantes da categoria em protesto.

Do lado do Executivo estiveram presentes o secretário-executivo-adjunto da Educação, Gregório Grisa, e o secretário de Gestão de Pessoas, José Celso Cardoso.

Também participaram representantes da Fasubra (Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil) e do Sinasefe (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica).
De acordo com o governo, há 220 mil pessoas nesta carreira.

"A gente colocou na mesa agora, para avaliação das entidades, para apreciação dos sindicatos, uma proposta de reajuste que representa um avanço expressivo, quando comparada à proposta que o governo fez ainda no final do ano, que era de 4,5% em 2025, 4,5% em 2026", disse Grisa.

"A gente traz a proposta agora, inclusive adiantando para o mês de janeiro de 2025, já ter 9% em 2025. Então a gente dobra a proposta feita anteriormente para essa carreira de técnicos administrativos", completou.

Ao final da reunião, os secretários do governo falaram com jornalistas sobre a proposta. À tarde, a mesa de negociação será com professores.

Docentes de universidades, centros de educação tecnológica e institutos federais das cinco regiões do Brasil entraram em greve no último dia 15, após o governo não prever reajuste às categorias.
Eles exigem aumento salarial de 22%, a ser dividido em três parcelas iguais de 7,06% —a primeira ainda para este ano e outras para 2025 e 2026.

De acordo com balanço de quinta-feira (18) da Andes-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), há 24 instituições paralisadas e outras 11 com indicativo de greve. Já a Fasubra diz que 66 das 69 instituições aderiram à greve.

Dia do exército

Riedel, secretários e policiais recebem honrarias nos 376 anos do Exército

Cerca de mil militares das Forças Armadas participaram de solenidade no CMO

19/04/2024 13h00

Marcha e desfile de militares do Exército Brasileiro MARCELO VICTOR

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Cerca de mil militares das Forças Armadas comemoraram os 376 anos do Exército Brasileiro (EB), na manhã desta sexta-feira (19), em solenidade realizada no Comando Militar do Oeste (CMO), localizado na avenida Duque de Caxias, em Campo Grande.

Homens e mulheres fardados, de 13 grupamentos/batalhões, marcharam e desfilaram em alusão ao Dia do Exército, comemorado anualmente em 19 de abril.

Durante a solenidade, foram entregues medalhas, diplomas, certificados e honrarias militares ao governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB); comandante-geral da Polícia Militar (PMMS), Renato dos Anjos; comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar (CBMMS), Frederico Reis; secretário de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), Antônio Carlos Videira; presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul); entre outras autoridades.

Os convidados foram homenageados em reconhecimento aos serviços que contribuíram para progresso, defesa e segurança de Mato Grosso do Sul.

De acordo com o governador do Estado, Eduardo Riedel, a parceria entre o governo de MS e EB garante ganhos na infraestrutura, sociedade e segurança pública.

“Estou muito honrado de receber uma homenagem do Exército Brasileiro, é uma instituição que orgulha a todos nós. E para o Mato Grosso do Sul, é fundamental, um estado que faz fronteira com dois países, faz divisa com mais outros cinco estados da federação e a sede do Comando Militar do Oeste é aqui no estado de MS. É uma parceria extremamente efetiva, diante de todas as situações que nós temos no estado, o Exército Brasileiro traz ao estado tranquilidade e parceria grandes em diversas áreas, social, infraestrutura, segurança pública. E a gente fica muito honrado em receber essa homenagem aqui hoje”, disse o governador de MS, em coletiva de imprensa.

Segundo o general de Exército Luiz Fernando Estorilho Baganha, a missão do EB é a de contribuir para a garantia da soberania nacional, dos poderes constitucionais, da lei e da ordem, salvaguardando os interesses nacionais e cooperando com o desenvolvimento nacional e o bem-estar social.

“São 376 anos de dedicação à Pátria, ao nosso povo, ao nosso Brasil, trabalhando dentro dos nossos princípios de disciplina, hierarquia, valores e ética. Nosso papel é a garantia dos direitos constituídos, a defesa da Pátria, colaborar para o desenvolvimento nacional e estar junto a sociedade, tornando esse Brasil cada vez maior”, ressaltou o general.

O Dia do Exército Brasileiro é comemorado anualmente em 19 de abril, data que relembra o aniversário da Batalha de Guararapes, travada em 1648, quando brasileiros de diversas origens se uniram pela primeira vez em defesa do território contra o domínio holandês.

Neste dia, são realizadas diversas atividades para celebrar e reconhecer o trabalho e a importância do Exército na defesa da nação e na manutenção da ordem e segurança interna.

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