Seguramente, o maior erro que administradores públicos podem cometer é deixar de ouvir os anseios e pleitos das comunidades que os escolheram, por exemplo, para administrar uma cidade ou governar um Estado, Ontem pela manhã, comerciantes e universitários se fizeram ouvir ao reivindicarem, de forma ordeira, pacífica e responsável, a transformação da velha rodoviária, em centro de educação superior, abrigando cursos de três universidades: a estadual, a federal e a Universidade de Ensino Superior Ingá (Uningá), do Paraná, esta última focada muito mais em cursos de aperfeiçoamento e profissionalizantes. Não podemos acreditar que tal movimentação tenha sido ignorada pelos poderes públicos municipal e estadual, representados pelo prefeito Nelson Trad Filho e pelo governador André Puccinelli, respectivamente. Assim, tomado pela crença natural de que os apelos serão ouvidos, mais do que isso até, compreendidos, só temos de esperar, no decorrer da próxima semana, que os dois se pronunciem favoravelmente. E, mais do que isso, unam-se em torno de providências cabíveis e necessárias para que a reivindicação se transforme em fato real. Tomando-se como base o fato real de que a velha rodoviária gerou imensa e intensa área de degradação social, percebe-se que a mudança para centro de ensino superior provocará, em curto espaço de tempo, necessária transformação no prédio hoje quase abandonado e, mais do que isso, em todo o seu entorno. Não só provocará mudanças significativas no prédio em si, como também desenvolverá comércio mais selecionado proporcionando a instalação de estabelecimentos com atividades voltadas ao consumo estudantil, tais como lanchonetes modernas, livrarias, pequenos restaurantes, etc. E, certamente, afastará de toda a área o público atual, pouco atrativo e até improdutivo. Não bastará tão-somente oferecer às três universidades os espaços que poderão ser ocupados por pelo menos duas dezenas de cursos importantes. Mas haverá necessidade de que sejam feitos investimentos na modernização do prédio em se tratando das universidades estadual, federal e a universidade paranaense, de iniciativa privada, certamente fará à sua custa as obras necessárias ao seu funcionamento. Ontem mesmo, o prefeito Nelson Trad Filho já falava ser amplamente favorável às reivindicações, que considerou essenciais para Campo Grande exatamente pela possibilidade de criar-se um novo polo educacional, em área central. De modo a facilitar o acesso dos estudantes de nível universitário ou de profissionais formados que buscarão cursos de aperfeiçoamento a serem oferecidos em grande número. Tudo isso cria clima de expectativa em torno de ações que poderão ser anunciadas pelos dois administradores, ainda nesta semana.