O artista plástico Glenn Hamilthon, não é de hoje, adota um viés ambiental em suas obras. Glenn utiliza sobras de madeira para construir esculturas de estética refinada, em imagens vigorosas e que ainda oferecem, a quem as aprecia, a textura da madeira natural. Peças que iriam parar no lixo ou no cardápio dos cupins têm seu destino mudado para melhor em todos os sentidos.
O artista plástico destaca que seu trabalho com aparas descartadas não é apenas de uma questão ecológica. “O ato de reconstrução exercita a consciência de preservação e sustentabilidade num âmbito mais amplo, que envolve também as relações sociais, a ética e a moral. O resultado da reconstrução nunca é perfeito. É sempre como um vaso quebrado que foi colado: se vê os pedaços. Saímos da era ‘pre’ para a era ‘re’. Antes preservávamos, hoje recuperamos. Antes preparávamos, hoje refazemos. Ao representar figuras humanas na série Ciclope, busco estimular a reflexão sobre a nossa própria reconstrução e ao representar joias na série Heritage tento estimular a reflexão sobre o desperdício”, explica.
A empresária Cláudia Gamio, que fornece o material para o artista, espera que a atitude de Glenn influencie outros. “Mais pessoas deviam se inspirar nele e reciclar materiais nobres. É importantíssimo dar um destino para o que não se precisa mais. Não podemos simplesmente ignorar esse processo de reciclagem, virar as costas e jogar o nosso saquinho de entulho na primeira caçamba que aparecer”, finaliza.