Eles variam de acordo com o grau de esteatose e muitos pacientes são assintomáticos. O sinal mais típico é um fígado aumentado e doloroso, o que damos o nome de hepatomegalia. O paciente pode apresentar também desconforto no lado superior direito do abdome, icterícia (pessoa fica com coloração amarelada da pele e mucosas), febre, inchaço, ascite (“barriga d’água”), náuseas, vômitos e falta de apetite. Alterações mais raras são varizes, ginecomastia transitória e distúrbios menstruais.
O médico associa a história clínica do paciente, suas manifestações clínicas e seu exame físico para formular a hipótese de esteatose hepática. Alguns exames podem ser úteis para o diagnóstico da doença e devem ser solicitados a critério médico. Estes, podem incluir as provas de função hepática (dosadas no sangue), hemograma, leucograma, glicemia, dosagem de ferro, ácido fólico, vitamina B12, exame de urina, exames de imagem (ecografia, tomografia computadorizada ou ressonância nuclear magnética) e biópsia hepática.
Tratamento
O tratamento é essencialmente de apoio e consiste em corrigir ou eliminar a causa da esteatose. Por exemplo, quando ela resulta de consumo excessivo de álcool, a abstinência do mesmo com uma dieta adequada começa a corrigir as alterações no fígado dentro de 4 a 8 semanas. Diversos tratamentos farmacológicos têm sido propostos, mas nenhum teve eficácia comprovada. Os mais promissores são: genfibrozil, acido ursodeoxicólico, betaine, n-acetilcisteína e vitamina E.
Alcoólatra x esteatose
O alcoólatra é frequentemente um desnutrido crônico. Pois o álcool é tóxico e potencialmente lesivo às células do fígado. E ainda o metabolismo do álcool produz acetil (uma das matérias-primas da gordura) em excesso. Além disso, o metabolismo de grandes quantidades de etanol consome grande parte de um composto conhecido como nicotinamida adenina dinucleotídeo, que é necessário para que não haja acúmulo de acetil. Se há muita matéria-prima de gordura, há muita produção da mesma.
Recomendações
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que, para se evitar problemas com o álcool, o consumo aceitável é de até quinze doses/semana para os homens e dez doses/semana para as mulheres, sendo que uma dose contém de oito a treze gramas de etanol. Os homens não devem exceder o consumo de três doses diárias de álcool e as mulheres duas doses diárias.
Para reduzir o risco de dependência, deve-se evitar ingerir bebida alcoólica pelo menos dois dias na semana, ainda que em pequenas quantidades. Recomenda-se também evitar a intoxicação aguda.
Caso a pessoa apresente uma tendência a sentir os efeitos do álcool com um ou dois drinks, ela deve beber menos que isso. Um drink padrão equivale a aproximadamente uma latinha de cerveja (330 ml a 5%), uma dose de whisky, gin ou vodka (40 ml a 40%), uma taça de vinho (140 ml a 12%) ou uma pequena taça de licor ou aperitivo (70 ml a 25%). Há situações em que um ou dois drinks já são excessivos.