ADRIANA MOLINA
O setor sucroalcooleiro cresceu em Mato Grosso do Sul e estima produção de 38 milhões de toneladas e 595 mil hectares de área plantada na safra 2010/11. A produção será transformada em 1,9 bilhão de litros de etanol e 1,8 milhão de toneladas de açúcar. Nos três últimos anos, o número de usinas saltou de 11 para 21, e outras três estão em fase de implantação. Em dois anos, o Estado quer desbancar Minas Gerais, Paraná e Goiás, tradicionais produtores, e tornar-se vice-líder em produção, atrás de São Paulo.
O setor emprega atualmente mais de nove mil trabalhadores e a qualificação da mão de obra é o principal entrave de produtores e usineiros. “Temos dois pontos importantes nessa atividade: a estrutura e a mão de obra. Estamos conquistando excelente estrutura e agora precisamos resolver a questão da qualificação. E o congresso vem justamente para tentar suprir este, que é um dos maiores problemas do setor no Estado”, afirmou o presidente da Associação dos Produtores de Bioenergia de MS (Biosul), Roberto Hollanda.
A associação promove, em parceria com outras instituições e governo estadual, o 4º Congresso de Tecnologia na Cadeia Produtiva da Cana-de-açúcar em Mato Grosso do Sul (Canasul 2010), nos dias 16 e 17 de agosto, em Campo Grande. O evento, lançado ontem na Federação de Agricultura e Pecuária (Famasul), estima reunir mais de 15 mil produtores e empresários no Centro de Exposições Albano Franco.
Além de estandes com tecnologias e novidades relacionadas à produção de cana, serão ministradas palestras com enfoque na globalização, sustentabilidade e alternativas de utilização do etanol produzido no Brasil. E, pela primeira vez depois de 10 anos em São Paulo (principal produtor de cana brasileiro), a Feicana/Feibio, maior evento do setor no País, será promovida em Mato Grosso do Sul, fazendo parte da programação do Canasul, revelando a importância do Estado, que atualmente ocupa a quinta posição no ranking nacional.
“Há quatro anos, quando começamos a discutir a produção de cana em Mato Grosso do Sul no primeiro evento, o que tínhamos era perspectiva, potencial. Hoje, estamos num novo momento, o que vamos debater não são mais promessas e sim a realidade de um setor consolidado e em acelerado crescimento”, afirmou o presidente da federação, Eduardo Riedel, durante o lançamento.