Mato Grosso do Sul, segundo dados da Associação dos Produtores de Bioenergia (Biosul), tem 21 usinas sucroenergéticas em operação. Sozinho, o setor foi o responsável em 2010, de acordo com dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), por 5,6% do estoque total de empregos formais do Estado.
Conforme a Biosul, isso representou 26 mil postos de trabalho, sendo 18 mil na área agrícola e 8 mil na industrial. “Estes números colocam o setor, na geração de empregos, atrás apenas da construção civil e na frente de todos os demais segmentos econômicos”, revela o presidente da entidade, Roberto Hollanda Filho.
No entanto qualificar esta mão-de-obra é um dos maiores desafios que está sendo enfrentado pelo Governo do Estado. Pensando nisso, a Fundação do Trabalho de Mato Grosso do Sul (Funtrab), já se prepara para capacitar em Mato Grosso do Sul, dentro do Plano Nacional de Qualificação do Setor Sucroalcooleiro (Planseq), quase 900 trabalhaodores para o setor.
Segundo o diretor da Funtrab, Cícero Ávila, o projeto é do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e utiliza os recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). A implementação será feita em parceria com o governo do Estado, através da Fundação do Trabalho de Mato Grosso do Sul (Funtrab) e a Biosul.
“Neste ano, o Planseq vai qualificar no Estado 897 trabalhadores para o setor. Vão ser 567 para a área industrial, através de dez cursos e 330 na área agrícola, em três cursos, que serão aplicados em 16 municípios”, disse o diretor-geral da Funtrab, Cícero Ávila.
“Através destes cursos, atendemos essa demanda pontual, oferecendo aos trabalhadores que já estão atuando no setor, por exemplo, no corte de cana, que é uma função que já tem data para acabar e que provoca um desgaste muito grande. A chamada vida útil destes trabalhadores na função é de no máximo 15 anos, é uma oportunidade de se qualificar para atuar em outra atividade dentro da própria usina”, ressaltou.
Além deste trabalho direcionado, Ávila ressalta que o governo do Estado vem atuando também na melhoria das condições básicas da educação em Mato Grosso do Sul, para que no futuro, com maior escolaridade dos trabalhadores, a questão da qualificação profissional possa ser equacionada de maneira mais simples.
Além de ser um dos segmentos que mais emprega, o setor sucroenergético é um dos que oferece o melhor salário. De acordo com Hollanda, é a segunda melhor remuneração na indústria. O salário médio do colaborador chega a R$1,2 mil e a massa salarial gira em torno de R$ 30,1 milhões por mês.
Somente neste ano, a Biosul projeta que devem entrar em operação mais três usinas no Estado, ampliando o parque industrial para 24 plantas e gerando pelo menos 3 mil empregos diretos, entre as áreas industriais e agrícolas das unidades.