adilson trindade
A campanha entra esta semana no mês do “tudo ou nada” para os candidatos a governador, senador, deputado federal e estadual. Setembro é apontado como o período de definições da maioria dos eleitores. Por isto, os candidatos a governador, principalmente, vão partir para ofensiva sobre os indecisos. O petista José Orcírio dos Santos espera convencê-los a apoiar a sua candidatura para virar o jogo eleitoral no último mês de campanha. Para atrair o eleitor, Orcírio espera, ainda, contar com o poder de influência da popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele, inclusive, pode voltar ao Estado para mais um comício em favor do amigo petista.
O governador André Puccinelli (PMDB) não fica atrás e parte para estratégia ousada, usando também a figura de Lula no programa eleitoral na televisão para não perder votos para o rival na disputa pelo Governo do Estado. Já o candidato Nei Braga, do PSOL, é o único a não usar a imagem do presidente para tirar vantagem eleitoral. Mas vislumbra aumentar o seu potencial eleitoral até a reta de chegada apenas com discurso ideológico e doutrinário.
Não é só Orcírio que está na sombra do presidente. Os candidatos a senador Delcídio do Amaral (PT), que busca a reeleição, e o deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT) estão recebendo apoio de Lula no programa eleitoral gratuito no rádio e na televisão. O presidente alerta o eleitor da importância de Dilma Rousseff (PT), se eleita presidente, ter bancada majoritária no Senado para respaldá-la.
Delcídio é o favorito do eleitor para permanecer no Senado por mais oito anos e, em seguida, segundo as últimas pesquisas eleitorais, aparece Dagoberto. A esperança da coligação do PT é eleger os dois senadores. Para reforçar a campanha, Lula entra em cena declarando apoio a Delcídio e Dagoberto. Ele não cita o deputado federal Waldemir Moka (PMDB). Embora o partido de Moka esteja coligado nacionalmente com o PT, Lula tem no candidato um adversário político que jogou para impedir a parceria dos dois partidos.
Moka surge como um grande aliado do tucano José Serra na disputa presidencial. A estratégia dele é diferente da usada pelo governador André Puccinelli, que procura explorar o máximo a sua boa relação com Lula. Para não perder votos, o governador reconhece o apoio do presidente nos momentos de dificuldade de sua administração. Mesmo assim, não escapou de duras críticas de Lula no comício em Campo Grande, realizado dia 24. O presidente acusou André de ingratidão. Em vez de rebatê-lo, o governador aumentou o uso da imagem de Lula em seu programa eleitoral para mostrar ao eleitor a sua boa relação com o presidente.
No último mês de campanha eleitoral, o que vai pesar muito será a criatividade de cada candidato para conquistar o eleitor indeciso e tirá-lo dos adversários. O candidato a senador do PMDB, Waldemir Moka, depende muito mais do governador André Puccinelli para passar à frente de Dagoberto, hoje o seu maior rival na disputa pela segunda vaga de senador.
Moka tenta ainda fazer dobradinha não oficial com o petista Delcídio do Amaral para tirar a visibilidade de Dagoberto, que está mais colado em José Orcírio dos Santos.
Para os candidatos em desvantagens tem todo o mês de setembro para promover reviravolta no processo eleitoral em Mato Grosso do Sul. Uma das estratégias é usar o horário do programa eleitoral gratuito, que se encerra no dia 30, para conquistar o voto do eleitor indeciso. Já o dia 2 de outubro, véspera das eleições, é a última oportunidade para realizar comício, carreata, passeata e distribuição de material de propaganda nas ruas. (Colaborou Lidiane Kober)