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JUSTIÇA

'Serial killer' assume crimes, mas dois médicos seguem presos

'Serial killer' assume crimes, mas dois médicos seguem presos

G1

19/05/2014 - 07h32
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Césio Brandão canta no coral de presidiários. Ele é médico. Foi condenado a 56 anos de cadeia. Os crimes: assassinar três crianças e tentar matar uma outra.

Fantástico: O senhor é um assassino?
Césio Brandão, preso: Não.

Anísio Ferreira de Souza também é médico e também está preso em uma cadeia de Belém, no Pará. Foi acusado de participar dos assassinatos, com Césio Brandão. Acabou condenado pelos mesmos crimes e por uma outra tentativa de homicídio. A pena dele é maior: 77 anos.

Fantástico: O senhor é um assassino?
Anísio Ferreira de Souza, preso: Não, senhor. Mas de maneira alguma.

Policiais civis e federais afirmam que médicos não tem culpa

Policiais civis e federais que participaram das investigações mais recentes também afirmam: os médicos não têm culpa.

Benilton Ferreira da Silva, policial federal aposentado: Totais. São inocentes.

Essa certeza veio depois da prisão de Francisco das Chagas, um ‘serial killer’: um assassino em série. Ele confessou ter matado 42 jovens, entre 1989 e 2003, no Pará e no Maranhão. 

Entre esses crimes, estão aqueles que levaram para a cadeia os dois médicos.

Em um vídeo inédito, obtido pelo Fantástico, ele diz que Césio e Anísio são inocentes, e assume a culpa: “Eu falei para eu livrar a barra de quem está lá pagando por uma coisa que a pessoa não cometeu, que é muito triste”, declara.

Minstério Público não acredita na inocência dos médicos
Condenados por um júri popular, Césio e Anísio já passaram oito anos presos. E para o Ministério Público, eles têm que continuar assim.

Fantástico: Os médicos são os assassinos?
Rosana Cordovil dos Santos, promotora de Justiça-PA: Tenho certeza absoluta. Porque eu estudei esse processo. Profundamente. Analisei todas as provas existentes contra Anísio e contra Césio e são provas robustas e mais do que suficientes para as condenações dos dois.

Francisco Chagas é preso 14 após primeiro assassinato
Quem está com a razão? Dezembro de 2003, 14 anos depois do primeiro assassinato no Pará. Francisco das Chagas é preso no Maranhão, suspeito de matar um garoto de 15 anos. 

Na casa dele, a polícia encontra duas ossadas de crianças. E Chagas confessa dezenas de mortes, uma a uma. Diz que ouvia ‘vozes’. “Uma coisa falando no meu ouvido que eu iria passar por uma decepção muito grande na vida”, conta Chagas.

Chagas conta que todas as 42 vítimas eram meninos, entre 4 e 15 anos. Que, no Pará, matou 12; e no Maranhão, 30. “Eu lembro que peguei ele pelo pescoço e fiquei enforcando ele”, revela.

Polícia concluiu que crimes foram cometidos por Francisco Chagas
A polícia mandou que ele indicasse os locais onde abordou e assassinou tantas crianças.

Fantástico: O senhor não tem dúvidas de que Chagas é o responsável por todos esses crimes?
Benilton Ferreira da Silva: Não tenho nenhuma dúvida.

“Chegamos à conclusão de que todos esses crimes, tanto no Maranhão como no Pará, tratava-se de um matador em série: Francisco das Chagas. Impressiona a riqueza de detalhes o depoimento dele”, declara Neyvaldo Silva - diretor da Divisão de Operações Especiais-PA.

Só que, entre os crimes serem cometidos e Francisco Chagas finalmente confessar, muitos anos se passaram. E, nesse período, outras pessoas foram condenadas pelos assassinatos de algumas dessas crianças. Como um homem, que ficou na cadeia por seis anos, quatro meses e 14 dias.

Acusado de crime no Maranhão foi solto após confissão de Francisco das Chagas
Fantástico: Como é sair da cadeia depois de ficar preso dos 24 aos 30 anos de idade?Robério Ribeiro Cruz, preso inocente: Fica aquela marca, não sai.

Hoje, Robério tem 42 anos. A vida virou pesadelo em julho de 1998, quando morava em São Luís, no Maranhão.

Foi acusado pela polícia de matar Júlio César Melo, de 11 anos, filho de uma ex-namorada.

Robério Ribeiro Cruz, pedreiro: Eu falei: ‘rapaz, eu não fiz isso não’.
Fantástico: Que você era inocente?
Robério Ribeiro Cruz, pedreiro: Exato, que eu não sabia.

Mas, depois, Robério acabou confessando.

Fantástico: Por que você fez isso?
Robério Ribeiro Cruz, pedreiro: Ameaça, tortura, me doparam, ameaçaram meus filhos de morte, a minha mãe.

Robério chegou a participar da uma reconstituição. E afirma que só repetiu o que os policiais mandaram que dissesse. "‘O, tu vai dizer que tu fez, assim, assim, assim’”, revela o pedreiro.
Depois da confissão de Francisco das Chagas, Robério ainda permaneceu um ano na cadeia.

Antes de ser solto, ele passou por uma acareação: ficou frente a frente com o verdadeiro assassino.

“Ele olhou para mim assim. Aí, começou a chorar: ‘olha, rapaz, tu não tem nada a ver com isso, fica tranquilo’", lembra Robério.

Fantástico: O Ministério Público denunciou e condenou um inocente?
Carlos Henrique de Menezes, promotor de Justiça-MA: O Ministério Público denunciou e o júri popular condenou o Robério, que depois veio a se saber que seria inocente.

Mãe de vítima fala sobre a reviravolta do caso
O Fantástico foi atrás da mãe de um jovem que foi assassinado para ver se conseguia entrevistar. Depois de sete horas de viagem, saindo de São Luís, o Fantástico localizou a mãe do menino Júlio César. A ex-namorada de Robério mora em Cururupu.

“A gente fica atônito, querendo saber por que que a gente acreditou naquilo, por que a polícia fez a gente acreditar naquilo”, conta Iraci Pereira, mãe de Júlio César.

Acusado de crime ganha liberdade e precisa mudar de Estado
Robério ganhou a liberdade, mas continuou sendo julgado pelas pessoas da cidade onde morava. Era apontado como assassino. Ele teve que recomeçar. Mudou de Estado. Agora, mora em Franca, no interior de São Paulo.

Robério pede na Justiça uma indenização do estado do Maranhão. O processo já dura oito anos. “Não paga o que eu passei, o que a minha família passou, que nós perdemos, certo? Não paga, mas pelo menos já é alguma coisa”, declara Robério.

Médicos acharam que também poderiam sair após confissão
Quando Robério foi solto, em 2004, os médicos Césio Brandão e Anísio Souza acharam que também poderiam sair. Mas, até agora, nada.

O advogado de um dos médicos presos entrou com o pedido de revisão criminal, ou seja, quer um novo julgamento. Mas o Tribunal de Justiça do Pará negou o pedido em março desse ano.

“Pensávamos que ia ser tudo consertado e muito em breve seríamos inocentados e pronto. Íamos buscar a nossa vida, e não aconteceu”, declara o médico Césio Brandão.

Os médicos e os 12 meninos mortos no Pará moravam em Altamira, a 800 quilômetros de Belém.

Ministério Público do Pará acredita que crimes estão ligados à suposta seita
Para o Ministério Público do Pará, os crimes de Altamira estão ligados a uma suposta seita satânica que realizava os rituais de magia negra, em uma mata fechada. Os meninos teriam sido vítimas desses rituais.

Em 1994, uma menina de 13 anos afirmou, em depoimento, que viu o médico Césio Brandão e outros dois homens arrastando dois meninos pelo cabelo, para dentro da mata. Que, depois de algumas horas, viu quando o grupo trouxe os garotos mortos. E que um deles estava com os olhos furados, despido e tinha sofrido uma mutilação sexual.

Fantástico: Vocês participaram de alguma seita satânica?
Césio: Não, senhor. Nunca.
Fantástico: O senhor também não, Seu Anísio?
Anísio: Não, senhor. Negativo.

No processo, aparece uma testemunha que teria visto um órgão sexual masculino dentro de um isopor, na clínica de Anísio. Essa testemunha foi assassinada.

Contra Césio, existe ainda um outro depoimento. Uma testemunha ouvida pelo Ministério Público disse que viu o médico Césio Flávio Brandão saindo do mato com o facão sujo de sangue, próximo do local onde depois foi encontrado o corpo de uma das vítimas.

“As provas são contundentes. Não fui eu que condenei, foi o conselho de sentença. A minha acusação foi sólida, tanto que o Tribunal de Justiça do Pará acatou a decisão dos jurados, manteve as condenações da mesma forma que o Superior Tribunal de Justiça”, diz Rosana Cordovil dos Santos, promotora de justiça do caso.

O problema é que quando os médicos foram condenados, em setembro de 2003, ainda não existia a confissão de Francisco das Chagas. O vídeo obtido pelo Fantástico foi gravado no segundo semestre de 2004, na Delegacia de Homicídios de São Luís.

Francisco Chagas se refere aos médicos condenados
Em um trecho, ele se refere a Anísio e Césio: "Quando eu tive oportunidade de falar sobre os casos de Altamira, porque esses casos, eu vou deixar uma coisa muito bem claro para vocês, se eu não quisesse ter falado, eu não tinha falado e não ia livrar a pele daqueles coitados que estavam lá. A pessoa está pagando por uma coisa que ela não fez”, diz Francisco das Chagas.

A polícia investigou se Chagas tinha relação com rituais satânicos. “Nenhuma relação, não encontramos qualquer vínculo do Francisco das Chagas com qualquer seita”, afirma Neyvaldo Silva - diretor da Divisão de Investigações e Operações Especiais-PA.

Parentes de meninos mortos no Pará não acreditam na confissão
Parentes de meninos mortos no Pará não acreditam na confissão. “Isso não entra na minha cabeça, que o Chagas tenha feito sozinho. Ele sozinho, não”, declara Rosa Pessoa, mãe de uma das vítimas.

“Tem alguém querendo colocar todas essas mortes nas costas do Chagas”, diz Maria Ester Queiros, irmã de uma das vítimas.

Os inquéritos da Polícia Federal dizem que Francisco das Chagas mostrou os locais das mortes em Altamira e que eram "relativamente próximos" de onde os corpos foram realmente encontrados.

“Ele lembra a exata hora em que ele pegou a criança, a hora em que ele assassinou, quanto tempo levou”, ressalta a escritora Ilana Casoy.

Especialista foi chamada pela polícia para acompanhar investigações
A especialista em criminologia Ilana Casoy foi chamada pela polícia para acompanhar as investigações. Ela é autora de dois livros sobre assassinos em série. “Eu não tenho dúvida da inocência desses dois médicos porque, principalmente, eu não tenho dúvida da autoria do Chagas”, afirma.

O Fantástico também falou com os parentes dos médicos presos. “Minha esperança é que seja concedida a revisão do processo e que ele vá a segundo júri, seja provada a inocência dele”, declara Lucimar Souza, mulher de Anísio.

Stefany era um bebê, quando o pai dela, o médico Césio Brandão, foi para a cadeia. “Eu passei no vestibular de direito da Universidade Federal do Espírito Santo em primeiro lugar e o meu pai não estava aqui”, conta.

Agora, ela espera que o pai possa estar na formatura, daqui a dois anos. “O autoproclamado assassino já confessou os crimes pelos quais o meu pai foi condenado e nada foi feito. Isso me revolta profundamente”, declara Stefany Brandão, filha de Césio.

“Césio é um inocente que merece que a sociedade reveja esse julgamento. Nós podemos estar diante de um grande, de um enorme erro judiciário”, afirma Roberto Lauria, advogado de Césio.

Médicos estão em cadeia superlotada
Anísio, 72 anos, e Césio, 56 anos, estão em uma cadeia superlotada. Nosso produtor apurou: a capacidade é para 169 presos, mas eles estão com cerca de 300.

Na prisão, Anísio teve três derrames.

Fantástico: Por que eu devo acreditar no senhor? Que o senhor é inocente?
Anísio: O senhor já ouviu falar de testemunha plantada? Plantaram as testemunhas.
Fantástico: Vocês conheceram ou tiveram algum contato com o Chagas no passado?
Césio: Nunca vi esse cidadão. Tudo isso é uma tortura. É um sofrimento muito grande.

Promotora acredita que Francisco Chagas enganou a Polícia Federal
A promotora que acusou os médicos discorda. “Eu ter assistido ao interrogatório do Francisco das Chagas me dá a certeza que ele enganou a Polícia Federal. Ele não me enganou porque eu conheço o processo. Ele pode muito bem ter utilizado o conhecimento que ele possuía dos fatos ocorridos na época que ele morava em Altamira para se auto incriminar e, dessa forma, beneficiar os outros acusados. Minha consciência está tranquila”, afirma a promotora de justiça.

A Polícia Federal afirma que "foram usadas modernas técnicas de investigação e, algumas delas, empregadas em investigações de assassinos em série, nos Estados Unidos". E que "reitera suas conclusões sobre o caso".

Atualmente Francisco Chagas nega assassinatos
O Fantástico foi ao Ministério Público de Altamira, para saber que fim levaram as investigações da Polícia Federal e da Polícia Civil, que apontam Francisco das Chagas como o verdadeiro assassino. Ele foi indiciado por 12 mortes, mas nunca foi julgado pela Justiça do Pará. Hoje, Chagas nega os assassinatos. Mesmo assim, no Maranhão, em março, foi condenado pela morte de três crianças. Somadas, as condenações de Chagas passam dos 385 anos.

Quanto aos médicos, nada está definido. A defesa entrou com um recurso no Superior Tribunal de Justiça, em Brasília, para um novo julgamento. Se nada mudar, a condenação de Anísio só vai terminar daqui a 69 anos. E a de Césio, em 48.

Rede Limpa

Nova etapa de operação retira 24 mil metros de fios irregulares no Centro

Foco foi no trecho considerado o mais crítico em relação à fiação irregular e força-tarefa também deve ser expandida para bairros

07/12/2025 17h00

Cerca de 24 quilômetros de fios irregulares foram retirados do Centro de Campo Grande

Cerca de 24 quilômetros de fios irregulares foram retirados do Centro de Campo Grande Foto: Divulgação / PMCG

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Em nova do Projeto Rede Limpa, cerca de 24 mil metros de cabos irregulares foram retirados de postes na região central de Campo Grande, neste domingo (7). Na primeira etapa da operação, realizada no dia 27 de novembro, foram retirados 15 mil metros de fios irregulares

Conforme a prefeitura, o foco foi no trecho considerado o mais crítico em relação à fiação irregular, sendo o quadrilátero central, formado pelas avenidas Mato Grosso e Afonso Pena e pelas ruas Calógeras e 13 de Maio.

A área foi escolhida após mapeamento técnico da concessionária de energia elétrica, a Energisa, que apontou que o local apresentou maior quantidade de instalações irregulares.

O ponto de partida da ação foi o cruzamento das ruas Treze de Maio e Barão do Rio Branco, às 7h. Os serviços se estenderam ao longo de todo o dia, com intervenções em 79 postes, sendo 28 na rua Treze de Maio, 35 na Calógeras e 16 na Afonso Pena.

A força-tarefa ainda terá outras etapas e deverá ser expandido para outros bairros de Campo Grande, embora ainda não haja cronograma definido.

Conforme a prefeitura, as ações ocorrerão de forma planejada, priorizando as áreas com maior concentração de irregularidades e risco à população.

Para o presidente do Conselho Regional do Centro, João Matos, a iniciativa atende a uma demanda histórica de comerciantes e moradores.

“O excesso de fios sempre foi uma preocupação no centro, tanto pela segurança quanto pelo impacto visual. Essa ação é muito bem-vinda e traz resultados concretos para quem vive e trabalha aqui”, afirmou.

A prefeita Adriane Lopes afirmou que o objetivo da retirada da fiação irregular não é apenas uma questão estética.

"O Rede Limpa é, sobretudo, uma ação de segurança e organização urbana. Estamos cuidando da cidade, prevenindo riscos e garantindo mais tranquilidade para quem circula pelo centro”, afirmou.

Adriana Ortiz, representante da Agência Estadual de Regulação (Agems), disse que a ação também tem caráter regulatório e de fiscalização.

“Essa operação é resultado de um trabalho técnico e integrado, que busca garantir que as normas sejam cumpridas e que os serviços prestados à população ocorram com segurança e qualidade”, declarou.

Já o gerente da Energisa, Moacir Costa, explicou que todas as operadoras foram previamente comunicadas com antecedência sobre a realização da ação deste domingo.

“As empresas credenciadas junto à Energisa foram notificadas antes da primeira etapa e novamente comunicadas nesta semana. O objetivo é corrigir irregularidades e organizar a ocupação dos postes de forma adequada e segura”, pontuou.

Primeira etapa

Na primeira etapa do projeto, foram vistoriados 43 postes, com a retirada de cerca de 15 mil metros de fios irregulares, um resultado considerado positivo.

A ação dessa fase teve início no quadrilátero formado pelas avenidas Mato Grosso, 13 de Maio, Afonso Pena e Calógeras. Também foram incluídas ruas internas como 14 de Julho, Antônio Maria Coelho, Maracaju, Marechal Rondon, Dom Aquino e Barão do Rio Branco.

Foram atendidos 21 postes na Rua 13 de Maio e 22 na Avenida Calógeras. Em média, foram removidos cabos de 12 pontos por poste. As equipes iniciaram os trabalhos às 22h, horário escolhido para minimizar impactos no trânsito e na circulação de pedestres.

Após a limpeza dos postes, haverá rondas preventivas pelas forças de segurança para evitar novas ligações clandestinas.

A operação contou com a participação da Agência Estadual de Regulação (Agems) e da Prefeitura de Campo Grande, por meio da Secretaria Especial de Articulação Regional (Sear), Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semades), Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) e Guarda Civil Metropolitana (GCM).

boletim

Mortes por aids caem 4% no período de um ano em MS

Boletim epidemiológico do Ministério da Saúde aponta que há 1.194 pessoas vivendo com HIV ou aids no Estado

07/12/2025 14h30

Em todo o Brasil, houve a expansão na oferta de testes

Em todo o Brasil, houve a expansão na oferta de testes Foto: Breno Esaki / Agência Saúde-DF

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O número de mortes por aids teve queda de 4,1% em Mato Grosso do Sul no comparativo entre 2023 e 2024. Boletim epidemiológico 2025, com ano-base 2024, foi divulgado na última semana pelo Ministério da Saúde e aponta que em 2023 foram 172 óbitos pela doença no Estado, passando para 165 em 2024.

Ainda conforme a Pasta, o resultado acompanha a tendência nacional. O País reduziu 13% os óbitos por aids no período, passando de mais de 10 mil para 9,1 mil, o menor número em três décadas.

Considerando o número de casos, foram registrados 788 em Mato Grosso do Sul no ano passado. O Estado contabiliza ainda 1.194 pessoas vivendo com HIV ou aids.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirma que o resultado reflete os avanços em prevenção e diagnóstico, com terapias de ponta que atualmente são capazes de tornar o vírus indetectável e intransmissível e que estão disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

“Alcançamos o menor número de mortes por aids em 32 anos. Esse resultado só foi possível porque o SUS oferece gratuitamente as tecnologias mais modernas de prevenção, diagnóstico e tratamento. Os avanços também permitiram ao país alcançar as metas de eliminação da transmissão vertical como problema de saúde pública”, afirmou Padilha.

Os casos de aids no Brasil também apresentaram redução no período, com queda de 1,5%, passando de 37,5 mil em 2023 para 36,9 mil no último ano, conforme o boletim epidemiológico.

No componente materno-infantil, o País registrou queda de 7,9% nos casos de gestantes com HIV (7,5 mil) e de 4,2% no número de crianças expostas ao vírus (6,8 mil). O início tardio da profilaxia neonatal caiu 54%.

Em todo o Brasil, há 68,4 mil pessoas que vivem com o vírus HIV ou aids, mantendo a tendência de estabilidade observada nos últimos anos.

O País manteve a taxa de transmissão vertical abaixo de 2% e a incidência da infecção em crianças abaixo de 0,5 caso por mil nascidos vivos.

O país também atingiu mais de 95% de cobertura em pré-natal, testagem para HIV e oferta de tratamento às gestantes que vivem com o vírus. Isso significa que o país interrompeu a infecção de bebês durante a gestação, o parto ou a amamentação.

Os resultados estão em linha com os critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Prevenção, diagnóstico e tratamento

O Brasil adota a estratégia de Prevenção Combinada, que reúne diferentes métodos para reduzir o risco de infecção pelo HIV.

Antes centrada principalmente na distribuição de preservativos, a política incorporou ferramentas como a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e a Profilaxia Pós-Exposição (PEP), que reduzem o risco de infecção antes e depois da exposição ao vírus.

Desde 2023, o número de usuários da PrEP cresceu mais de 150%, resultado que fortaleceu a testagem, aumentou a detecção de casos e contribuiu para a redução de novas infecções. Atualmente, 140 mil pessoas utilizam a PrEP diariamente.

Para dialogar com o público jovem, que vem reduzindo o uso de preservativos, o Ministério da Saúde lançou camisinhas texturizadas e sensitivas, com a aquisição de 190 milhões de unidades de cada modelo.

No diagnóstico, houve expansão na oferta de exames com a aquisição de 6,5 milhões de duo testes para HIV e sífilis, 65% a mais do que no ano anterior, além da distribuição de 780 mil autotestes, que facilitam a detecção precoce e o início oportuno do tratamento.

O SUS mantém oferta gratuita de terapia antirretroviral e acompanhamento a todas as pessoas diagnosticadas com HIV.

Mais de 225 mil utilizam o comprimido único de lamivudina mais dolutegravir, combinação de alta eficácia, melhor tolerabilidade e menor risco de efeitos adversos a longo prazo.

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